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[ PORCHAY ]

Ver meu amigo chorando daquela forma me fez compreender que nem todo o sentimento nessa vida pode ser externado.

Há palavas, lugares, momentos e pessoas que nós devemos guardar para nós mesmo.

Ver que meu melhor amigo queria apreçar o máximo que pudesse aquele outro rapaz, me fez questionar sobre meus próprios sentimentos.

Tee estava disposto a ter seus próprios sentimentos dilacerados por Nuear do que arriscar perdê-lo.

Nós ficamos naquela sala com pouca iluminação e fria até ouvirmos o último sinal. Estava na hora de irmos pra casa.

Seu rosto estava calmo agora, apenas um pouco vermelho. Nós nos levantamos e saímos em silêncio. Quando nós estávamos perto da nossa sala, foi possível ver Nuear e Eric em pé do lado de fora, Eric estava com meus pertences, Nuear estava com os pertences de Tee.

Antes de chegarmos até eles, Tee me para.

- Eu não irei me declarar. Mas eu não consigo controlar meus ciúmes, então é possível que no futuro ele saiba... – Ele sorri pra mim. – Você irá segurar minha mão se ele me deixar?

Eu o abraço ali mesmo, no meio do corredor.

- Eu já estou segurando ela a muito tempo e não pretendo larga-la. – Eu o empurro de mim ainda segurando seus ombros. – Agora vamos lá! – Eu sorrio novamente o puxando para perto dos outros dois. Nuear reparou logo de cara que havia algo errado.

- O que houve com você? – Perguntou segurando o rosto de Tee com delicadeza. Eu me aproximo de Eric.

- Não foi nada, babyboo... Vamos embora, ainda vai chover muito hoje. – Ele diz e logo se despede de mim e de Eric, puxando Nuear para longe. Eric não se segura nem por um segundo e me dá um tapinha no ombro.

- Estávamos certos?

- Estávamos. – Eu digo o olhando. – Meio certos. – Logo vejo sua feição entristecer.

- É unilateral... Porra! – Ele pragueja arrastando as mãos pelos cabelos. – Eu não consegui falar com o Nu, mas se Tee disse que é unilateral, então deve ser, “there's no way” que ele esteja enganado. – Ele usa uma frase em inglês. De vez em quando ele ainda fazia isso quando estava muito complicada a situação.

- Eu não consigo pensar no que fazer sobre isso. Nosso Tee está se machucando por uma pessoa que ele mesmo finge machucar. – Nós começamos a andar pra fora do colégio, eu uso meu guarda-chuva para nos proteger até chegarmos ao seu carro. – Por favor, não comente nada com o Tee.

- Não irei, você sabe disso. Se eu for falar algo, vai ser com o Nu, irei perguntar como ele se sente em relação ao Tee. Pode ser que algum milagre divino tenha acontecido e o Tee na realidade esteja muito errado quanto a isso. – Eric começa o trajeto para o café.

- Acho melhor não comentar nada, eles podem desconfiar. E não é bom alimentar esse tipo de ilusão... Eu vi o Tee chorando hoje, a última vez que eu o vi chorar foi, tipo, há cinco anos. Eu não quero que ele fique mais machucado do que está.

- Merda... – Ele pragueja mas depois fica em silêncio. Sei que ele concordou com o que eu disse, ele não comentaria nada com o Nuear.

Quando cheguei no café, ainda estava chovendo, mas eu pude ver que havia algumas pessoas lá dentro, a maioria deveria estar na parte de cima do café, já que na parte de baixo a maioria das mesas estavam vazias. Também pude ver algumas na estufa.

- Vai entrar? – Pergunto me arrumando pra sair.

- Não, eu tenho que ver meu irmão hoje. – Ele comenta. Eu apenas me despeço e vou embora.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora