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[ PORCHAY ]

A segunda já começou com chuva.

O som das gotas de água batendo em minha janela me fizeram ficar com preguiça de levantar. Desde o incidente no beco todos os dias eu me levanto um pouco mais cedo. Há um lado bom nisso, eu posso fazer as coisas com mais calma. Mas o lado ruim é que eu fico com um pouco de sono pela tarde.

Levanto da cama fazendo a rotina que eu sempre fiz nos últimos tempos, arrumar meus materiais, tomar um banho e me arrumar.

Depois de tudo isso feito, eu desço as escadas, noite passada P'Kinn dormiu aqui em casa. Então quando eu cheguei na cozinha ele já estava sentado, apoiando seu notebook na mesa, mexendo em algumas coisas enquanto P'Porsche fazia algo no fogão.

Eu saúdo eles com um wai de bom dia, que logo me é devolvido. Me sento ao lado de P'Kinn, começando a comer um bolo que estava na mesa, junto com um pouco de leite com achocolatado.

- P', vai abrir o café hoje? – Pergunto após uns segundos, meu irmão se vira com uma panela que ainda está saindo vapor. Provavelmente era algum cozido para acompanhar os pães.

- Sim, apesar do dia estar chuvoso, ainda há uma possibilidade de alguém vir até aqui. Só não colocaremos as mesas do lado de fora... Por quê?

- Eu gostaria de ajudar hoje. – Disse simplório.

Sei que um adolescente como eu tende a acreditar facilmente em outras pessoas, principalmente mais velhas.

Mesmo que meu irmão tenha me ensinado a ser uma pessoa gentil desde sempre, ele também me ensinou a nunca confiar em estranhos quando era pequeno. Por algum tempo em minha adolescência, isso mudou e eu comecei a acreditar mais nas outras pessoas. Meu irmão não se importava com isso no início, mas novamente, aquela sua viagem pra ilha mudou isso nele. Ele voltou a me dizer exatamente o que me dizia quando criança: “Nunca confie em estranhos”. E eu seguia isso.

Pelo menos até agora.

Ele me disse “Até amanhã” novamente. Como ele disse no sábado, então ele veio no domingo, e ele disse isso ontem, então sei que ele virá hoje.

Mesmo com toda aquela preparação de chuva, ele veio. Então acho que mesmo que esteja chovendo hoje, ele virá.

É um sentimento muito estranho, acreditar num homem que eu vi apenas duas vezes. Mas algo dentro do meu coração sabia que eu podia acreditar nele.

Talvez seja porque ele se parece com P'Kinn e P'Vegas, eles têm a mesma aura, se parecem em seus trejeitos e suas formas de se expressarem. E eu sabia o quão confiáveis meu cunhado e seu primo eram.

Por causa disso, eu sinto que posso acreditar no P'Kim.

Meu irmão me olha questionador, logo em seguida suspirando.

- Certo, você pode nos ajudar hoje. Macau ainda está com o pé ruim, então eu iria pedir a Pete para ficar no atendimento hoje, mas já que você quer ajudar, não vejo motivos para negar. – Ele termina sua fala e começa a comer, P'Kinn faz o mesmo após guardar seu notebook.

- Obrigado P'!

- Agora coma, teremos que sair mais cedo por causa da chuva. – P'Kinn começa a falar. Eu apenas concordo.

Ao terminarmos de comer, eu e P'Kinn pegamos um guarda-chuva para chegarmos até o carro, estávamos saindo meia hora mais cedo do que o normal.

Quando chegamos na saída da propriedade, P'Kinn para no local.

Há um homem parado ao lado do seu carro.

Eu não o conheço.

- Senhor Kinn. – O homem começa falando. P'Kinn permanece parado no mesmo lugar, sua pele que já era branca, empalideceu ainda mais.

𝑰𝑵𝑭𝑬𝑹𝑵𝑶 | 𝑲𝑰𝑴𝑪𝑯𝑨𝒀 [𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑨] [ REVISANDO ]حيث تعيش القصص. اكتشف الآن