Capítulo 19 - Vestidos Apertados e Histórias Tolas

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P.O.V America

O jantar foi uma perda total de tempo, mal pude comer com um vestido tão apertado. Da próxima terei de pedir para Anne, Mary e Lucy que deixem um pouco de espaço para que eu possa comer.

Assim que chego no quarto, minhas adoráveis criadas perguntam se quero tirar o vestido, "Mas que tudo no mundo!", eu quero responder, mas, ao invés disso, digo que precisarei usá-lo mais um pouquinho. Anne logo adivinhou que eu receberia visita, porque eu sempre fico super ansiosa para tirar essa roupas apertadas.

– A senhorita gostaria que ficássemos até mais tarde? Não será problema. – Mary pergunta, parecendo um pouco esperançosa demais.

– Não, não. Estou bem – digo, rapidamente. – Se eu tiver algum problema com o vestido mais tarde, toco a campainha. – Tento sorri para tranquilizá-las. Depois do encontro delas e de Maxon há alguns dias, não sei se quero algo do tipo novamente.

As três saíram pela porta um pouco relutantes e me deixaram esperando Maxon sozinha. Não sabia quanto tempo ele demoraria e não queria começar um livro e ter que parar ou sentar em frente ao piano só para depois ter que me levantar. Acabei me deitando na cama e, enquanto ele não aparecia, deixei minha mente viajar. Pensei em Marlee e em sua gentileza. Então me dei conta de que, fora alguns detalhes bem pequenos, eu sabia pouco sobre ela. Depois pensei nas garotas falsas. Fiquei imaginando se Maxon saberia diferenciá-las.

Meus pensamentos depois divagaram até minha família, a Apolo, ao CHB. Pensei seriamente na minha mãe, e fiquei surpresa ao perceber que a raiva por seu comportamento tinha diminuído, apesar de não ter sumido. Era um tanto injusto, na verdade, afinal, ela havia sido o motivo de eu estar ali, tendo uma vida de princesa – apesar de não ser o que eu mais gostava no lugar – e ter arranjado dois novos amigos, Marlee e Maxon. Só não entendia como ela havia conseguido um exemplar de uma revista Olimpiana, talvez mamãe realmente ainda estivesse se encontrando com Apolo, mas talvez fosse por minha causa, certo? Porque estou nessa bendita Seleção e eles querem notícias minhas. Isso. Só pode ser.

Me pergunto a quem estou tentando convencer. Mas não quero. Simplesmente não quero descobrir. Não quero estragar tudo.

Minha mente volta ao príncipe. Sabia que sua experiência com mulheres não era muito grande. Ele era um cavalheiro, mas quando chegava perto de uma mulher não sabia o que fazer. Era como se soubesse tratar uma dama, mas não uma namorada.

E logo meus pensamentos voaram novamente para Apolo e Magda. Certamente Apolo sabia bem mais tratar uma namorada que uma dama. Tinha várias amantes, sem dúvidas. É um deus grego – no sentido mais literal da palavra –, de beleza e carisma invejáveis. Será que mamãe só caiu aos encantos dele uma vez? Ou eles continuam a se encontrar?

Meu coração se angustia ao pensar nisso. Será que mamãe, mesmo depois de mim, ainda teria coragem de continuar traindo meu pai?

Mas não tive tempo de ficar cultivando minhas angustias: as batidas firmes de Maxon interromperam meus pensamentos. Quando dei por mim, já estava correndo em direção à porta.

Abro-a de uma vez, e o príncipe parece surpreso ao me ver.

– Mas onde estão suas criadas? – pergunta, olhando para o interior do quarto.

– Foram embora. Eu as dispenso sempre que volto do jantar.

– Todos os dias? – Ele parece ainda mais surpreso.

– Sim, claro. Posso muito bem tirar a roupa sozinha, obrigada.

Maxon levantou as sobrancelhas e sorriu, então eu corei. Não eram aquelas as palavras que eu deveria – queria – falar.

A Seleção SemideusaWhere stories live. Discover now