Capítulo 14 - Joelhadas e Consequências

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P.O.V America

Oh. Meus. Deuses. Estou ferrada...

Mesmo sabendo disso, não quero retroceder, não vou ser o brinquedinho de ninguém. Nem mesmo de um deus.

Ele berra e leva suas mãos às pernas, cambaleando, enquanto eu me afasto lentamente.

– Por que diabos você fez isso? – ele berra, ainda com as mãos na perna.

– Se você encostar um dedo em mim, eu faço pior!

– O quê? – O rapaz parece chocado.

– Se você ousar encos...

– Não, sua louca! Eu ouvi quando você falou. – Ele faz uma pausa e seu rosto assume uma careta de dor antes dele continuar: – Mas o que você quis dizer com isso?

Coro. Oh Deuses! Não acredito que pensei que ele... Que vergonha!

Alguns guardas vieram correndo em nossa direção, alarmados, mas Maxon, parecendo muitíssimo envergonhado e dolorido, os dispensa com um gesto de sua mão.

O silêncio reina por mais alguns minutos. A pior parte da dor já havia passado, e agora ele me observava, sentado na grama.

– O que você achou que eu queria? – ele pergunta.

Abaixo a cabeça e coro ferozmente, envergonhada. Isso só parece deixar Maxon mais curioso. E irritado.

– America, o que você achou que eu queria? – Ele parecia irritado, com raiva e ofendido. Não tirava sua razão, mas mantenho a cabeça baixa.

Aparentemente, ele adivinha meus pensamentos podres.

– Em público? Por Zeus! Você pensou que... Deuses, America, eu sou um cavalheiro! – ele diz, indignado.

E tudo aquilo é tão inusitado, chocante e engraçado que eu rio. Oh Deuses, isso soou tão gay!

– Por que você está rindo? – Ele parece mais irritado ainda.

– Desculpe – digo, tentando parar de rir e só conseguindo alguns momentos depois.

– Por que você aceitou me ajudar se me considera tão baixo? – questiona.

Todo humor e cor somem de meu rosto.

Eu não consigo encará-lo. Não sei como explicá-lo que fora induzida a me preparar para um monstro pelo FDP do irmão dele, Dionísio; que a escuridão e a privacidade tinham me deixado insegura; que só havia ficado a sós com um único garoto e que este havia partido meu coração.

– Você jantará em seu quarto hoje. Cuido disso amanhã de manhã.

Espero no jardim até ter certeza de que todas as outras já estão na sala de jantar. Em seguida, circulo várias vezes pelo corredor antes de entrar no quarto.

Anne, Mary e Lucy estão uma ao lado da outra quando entro, não tenho coragem de contar que não passara todo aquele tempo com Maxon.

Meu jantar já havia sido servido na mesa perto da sacada. Eu estou com tanta fome que consigo parar de pensar em como tinha sido ridícula. Mas não era por causa de minha longa ausência que elas estavam inquietas, há uma caixa enorme na minha cama, implorando para ser aberta.

– Podemos ver? – pede Lucy.

– Lucy! Que falta de educação! – reprova Anne.

– Deixaram aqui assim que a senhorita saiu. Desde então, estamos curiosas! – exclama Mary.

– Mary! Tenha modos! – Anne briga novamente.

– Não se preocupem, meninas. Não tenho segredos.

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