Capítulo cinquenta e seis

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Faziam-se cinco minutos que Heloisa estava parada em frente a máquina de doces e ainda não conseguia decidir qual escolheria para comer. Já estava se xingando por ser péssima em decisões e pronta para chutar a máquina quando Matteo se aproximou.

— Sabe, xingar a máquina não vai fazer com que ela libere os doces pra você. – brincou próximo ao seu ouvido e a garota virou-se assustada. Ao ver quem era, relaxou o corpo e cruzou os braços.

— Eu... Não estou xingando a máquina. Estou me xingando. – desviou o olhar para o chão e mordeu os lábios.

— É pior do que eu pensava então. – o ruivo riu ao cruzar os braços.

— Eu estou há minutos tentando escolher algo nessa droga de máquina, mas não consigo me decidir! Talvez eu seja péssima com escolhas. – cruzou os braços negando com a cabeça.

— Sabe, você não precisa ser tão dura consigo mesma. – Matteo colocou sua destra em seu ombro. — Escolhas ruins fazem parte do ser humano.

— É por isso que você continua sendo namorado da Fiona? – foi ácida em sua pergunta e o garoto bufou, logo abaixando o braço.

— Lola, por que você sempre menciona a Fiona nas nossas conversas? Será que você pode, pelo menos uma vez, não falar dela? – pediu de mãos juntas.

— Não, eu não consigo. – coçou a cabeça, bagunçando seu cabelo que estava preso em um coque. — Ela agora faz parte da sua vida, você a respira 24 horas por dia. Estou errada?

— Eu tô tentando recuperar o tempo perdido com vocês. Será que você pode me dar uma segunda chance? Eu quero fazer certo dessa vez. – Heloisa encarou fixamente os olhos verdes do garoto e suspirou.

— Olha, eu não aguento mais, tá legal? – jogou os braços no ar. — Eu finjo não me importar com você, mas eu não consigo te ver infeliz. O que adianta mudar o penteado e usar as roupas do momento se você não é o mesmo? – Matteo desviou o olhar por um segundo e não respondeu.

Depois de ter entregado o livro para Lola, ele até tentou uma nova reaproximação, mas parecia que a relação dos dois havia esfriado. Heloisa se segurava para não dizer algo relacionado a Fiona e Matteo se segurava para não elogiá-la, – fosse pela sua roupa exagerada, ou pelo cabelo bagunçado que já era sua marca registrada – mas agora, escutá-la dizer aquilo, o fazia sentir-se culpado.

— Eu sinto muito se me afastei de vocês por causa da Fiona, eu nunca quis isso. Realmente, os meus quinze minutos de fama encheram os meus olhos e eu gostava de verdade dela... Eu só continuei por causa disso. – Heloisa desviou o olhar para o chão. Matteo gostava de Fiona e, saber disso, causava uma sensação estranha nela.

— Sabe, você devia voltar para a Fiona. Ela deve estar, sei lá, terminando de fazer a programação de vocês. – deu levemente de ombros e Petrini negou com a cabeça.

— Você quer mesmo que eu volte pra ela? – Matteo engoliu a própria saliva.

— Eu só quero que você seja feliz. – riu fraco. — Me diz o que faria você feliz.

Os dois se encararam por alguns minutos em silêncio e Rossi já estava pronta para ir embora quando Matteo a puxou pela cintura. Não deu tempo de pensar em nada, a boca dos dois já estavam coladas e Heloisa se assustou com aquele ato repentino. O beijo não durou muito, foi menos de um minuto, mas foi o suficiente para deixar a loira desconcertada.

— Nós... N-não... – empurrou fortemente o ruivo para trás e ele sorriu de canto, esperando que ela formulasse uma frase. — Isso não aconteceu! – saiu batendo o pé e Matteo coçou a cabeça, ainda sorrindo.

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