Capítulo 39

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Larissa continuava olhando pela janela, quando um som ecoou por dentro de seu quarto vindo da porta e o mesmo ser tomado pelo inconfundível perfume marcante de Mortícia, e quando virou a viu entrando com um de seus vários vestidos pretos e longos, batom vermelho escuro e cabelo solto, caminhando até ela e fechando a porta, e quando se aproximou, parou ao seu lado e olhou para a mesma vista que ela.

- Se sentindo bem?

- Sim! - falou a mulher de olhos azuis, com os braços cruzados.

- Que bom! - virou e começou a andar de volta para a mesma porta que havia entrado segundos antes, parando e virando para olhá-la - Porque preciso lhe mostrar algo que Wandinha achou! - a viu franzindo a testa em visível curiosidade.

Wandinha caminhava entre as várias páginas abertas de inúmeros livros abertos em uma montada em formato de círculo, e todos mostravam símbolos e letras estranhas, mas que para a menina que usava o uniforme preto de Nevermore, feito exclusivamente para ela, não eram nada além de idiomas extintos e históricos.

A menina se ajoelhou no chão, parecendo organizar cada um dos livros em sua ordem cronológica, enquanto ouvia passos vindo da escada de madeira que levava a biblioteca secreta, cujo nem Larissa sabia a existência, pois ouviu a mulher dizendo em alto e bom som:

- Que lugar é esse?

A adolescente virou e olhou para as duas mulheres em sua frente com um sorriso no rosto, percebendo a estranheza estampada na expressão da mulher alta e cabelos grisalhos, que estavam húmidos e soltos, que disse:

- Eu não sabia que ela sorria! - olhou para Mortícia que sorriu junto com sua filha.

Larissa desceu os lances de escada e viu o imenso círculo formado por livros e mais livros, e muitos que sua visão conseguiu alcançar, não poderiam nem estar abertos e muito menos ali, mas a expressão de Wandinha significava que ela havia encontrado algo de valioso em suas páginas, mostrando que toda sua genialidade estava muito além do que imaginava, já que existiam idiomas que nem ela própria, com seus anos de aprendizados em magia, conhecia.

Wandinha virou lentamente para a direita e ergueu um dos braços, apontando para um dos livros que estava aberto em uma ilustração de um anjo belo, com cabelos longos e loiros, pele clara e símbolos em suas asas e pele, símbolos esse que lembravam muito o que sua mãe, Mortícia e Larissa exibiam quando usavam o máximo de seus poderes, começando a falar:

- Esse é Yotyaf! - sorriu e viu a mulher se aproximando e tocando no livro, lendo o que estava escrito em um idioma desconhecido para muitos, mas para ela não.

"Sua lealdade ao criador do mundo e dos seres, lhe renderam um lugar ao lado do soberano. Mas sua ambição em possuir as almas dos pecadores, lhe fizeram se aprofundar na dor em vê-los sofrer!"

- Yotyaf é um anjo, tudo bem! Mas o que há de tão especial? - olhou para a menina que virou e apontou para o livro ao lado, levando suas atenções a ele e lendo:

"Yotyaf, o anjo guerreiro e temido por todos. Foi escolhido pelo soberano para ser seu anjo da morte e mostrar aos pecadores e humanos, que suas formas cruéis de tratar o próximo, não haveria perdão."

Wandinha olhou para a mulher alta em sua frente e começou a falar:

- Yotyaf, é um anjo da morte com poderes dados exclusivamente a ele pelo soberano e criador de todos os mundos, o que o torna quase invencível! - virou para outro livro - Mas... - ergueu o mesmo -... o soberano lhe deu uma ordem que ele não cumpriu, que era matar a si próprio como demonstração de lealdade, para renascer com uma personalidade boa e amável - ergueu o livro e direção a ela, que leu:

O Rei do SubmundoWhere stories live. Discover now