Capítulo 2

502 49 6
                                    

Os sapatos de Larissa sujaram quando pisou para fora da viatura do xerife Galpin, a quase 5 minutos de Nevermore.

O local estava escuro às 10h da manhã, e a visibilidade era quase nula, intrigando a mulher alta e com porte elegante e belo.

O xerife ergueu uma das mãos a ajudando a passar por uma área escorregadia, e quando sentiu sua pele macia e gelada, olhou para o rosto redondo do mais atraente da mesma, que olhava para o chão, vendo onde iria pisar.

- Cuidado - falou ele, recebendo o olhar da mesma, e notou o azul menos intenso, mas sem deixar de ser misterioso.

- Obrigada - sorriu e desviou, olhando ao redor - Está muito mais escuro do que deveria ser. O senhor não acha? - lhe olhou, enquanto erguia a postura e começava a caminhar.

- Está assim desde o dia da lua de sangue.

- Tem alguma coisa errada!

- Seus alunos iriam concordar com você.

Larissa adentrou ainda mais no local, vendo folhas secas onde não deveriam estar, pequenos buracos no chão, como pegadas de algum monstro, mas uma em particular chamou sua atenção, pois possuíam o tamanho de pés humanos e pequenos.

- Tem alguém aqui, xerife Galpin! - virou e o encarou, percebendo o mesmo levar a mão até o coldre em sua cintura e abrindo a trava de onde estava sua arma - Se eu estiver certa, não serão balas capazes de pará-lo.

- Você acha que existe outro monstro como meu filho.

- Algo muito pior!

Morticia voltava a sua posição de antes, parada em frente a porta e observando o que cada aluno estava fazendo.

Wandinha, terminava de parafusar a guilhotina nada convencional que existia na canoa e que ela própria havia feito para a competição, visando que Bianca iria fazer de tudo para não perder uma segunda vez para a equipe em que Wandinha estava.

Enid se aproximou correndo, e quando percebeu, viu Mortícia na porta e estranhou, pois minutos antes a mulher estava rente a filha falando como poderiam vencer.

- Por que sua mãe está lá e não mais aqui?

- Minha mãe não é muito de trabalho braçal - afirmou a adolescente de tranças, girando o pescoço o suficiente para encarar sua mãe olhando para todos, menos para elas.

- Ela não olha pra cá, já percebeu? - perguntou Enid, se ajoelhando ao lado de Wandinha, enquanto pegava um pincel e começava a pintar uma borboleta com cabeça de caveira e asas de fogo.

- Ela sabe que não preciso que fiquem de olho em mim.

- Mas ela é a Vice-presidente, então… - olhou Enid para Mortícia.

- Ela sabe o que estamos fazendo!

Wandinha se levantou e começou a caminhar até uma mesa em meio ao pátio, coberta com latas de diferentes cores de tinta, e uma em particular foi pega pela menina, que voltou até a menina loba e lhe entregou. 

- Preto?

- É melhor que branco!

- Mas eu quero branco!

- E todos da equipe, querem preto!

Soltou a lata, depois que sentiu a mesma tocando no chão, começando a caminhar em direção a sua mãe, que lhe olhou.

Enid, abria a lata e ouvia os sons dos dedinhos de Mãozinha dentro da canoa, e lhe perguntava qual cor ficaria melhor, e de alguma forma que somente ela conseguia entender, ele disse Preto.

O Rei do SubmundoWhere stories live. Discover now