Capítulo 25

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Mortícia esticou um dos braços e sentiu o vazio ao seu lado, começando a abrir lentamente os olhos e não vendo Weems, sorrindo ao saber a reação da mulher quando acordou e a vendo saindo às pressas de seu quarto, pois sabia que ela iria fazer isso e se sentir completamente perdida.

- Larissa - sorriu maliciosamente, enquanto se espreguiçava na cama, continuou deitada por mais alguns minutos antes de finalmente se levantar e ir ao banheiro para fazer sua higiene diurna.

Usando um vestido colado, com mangas longas e que arrastava no chão, a matriarca saiu do quarto e percebeu a movimentação dos alunos pelos corredores de Nevermore, e tinha a convicção que Weems, estava em sua sala, e por mais que quisesse ir até lá, não foi, já que precisava estar na estufa em 5 minutos para a aula, então foi rumo a mesma.

Assim que se aproximou da porta que dava acesso ao lado de fora da escola, onde iria, ouviu sons de carro e percebeu a viatura de Galpin estacionando enquanto se mantinha parada na porta vendo Larissa descer do automóvel, tirando totalmente a certeza de que estava em Nevermore.

Assim que os olhos azuis se cruzaram com os castanhos, mantiveram contato por longos segundos até que Weems, desviou o olhar e olhou para o xerife que saia do carro e cumprimentava Mortícia, que apenas acenou a cabeça e voltou a olhar para a mulher de cabelos grisalhos que mantinha suas atenções ao homem caminhando até ela.

- Lhe mantenho informada, Sra.Weems - afirmou ele.

- Tudo bem, Donovan, mas saiba que não existirá nada a respeito disso! - esticou uma das mãos para apertar a dele em gentileza, e assim que a tocou, percebeu o mesmo se aproximando e a beijando no rosto, lhe deixando sem ação.

- Até. Sra. Weems - falou o homem que lhe deu as costas e voltou para a viatura, dando a volta e indo embora.

Mortícia, se manteve intacta em relação a reações ou expressões em seu rosto, mas no fundo, estava bastante incomodada com a forma que o homem se aproximou de surpresa de Larissa e a beijou no rosto, e sabia que tal ação chamaria a atenção da mesma, pois a matriarca sabia que o homem sentia algo muito além por Larissa, mas sorriu ao ver a mesma caminhando até ela, mesmo que seus nervos estivessem quentes.

- Algo importante? - perguntou ao vê-la perto.

- Elijah, matou uma pessoa! - afirmou e começou a caminhar para o interior da escola, deixando Mortícia na mesma posição de antes, com os braços cruzados e uma raiva coberta por sua pose de sempre.

Larissa começou a subir as escadas quando ouviu os passos de Mortícia atrás dela e a ouviu falando:

- Como assim?

Assim que parou no meio dos degraus, virou e a encarou, percebendo que ela estava lhe olhando de uma forma estranha, mas ignorou e apenas a respondeu com calma e tranquilidade.

- Encontraram os mesmos símbolos que Elijah usava em um corpo, mas não encontraram a causa da morte, porque não existia. Elijah levou a alma da pessoa.

- Essa foi a razão de você ir tão cedo a delegacia?

- Exatamente! Na verdade o Xerife, veio até aqui - começou a subir novamente enquanto falava.

- Não me diga! - falou calmamente enquanto a mesma continuava subindo.

- Se o Hyde, realmente for ela, Mortícia, precisamos saber o porquê de ela ter matado a mãe de Bianca - virou e a olhou com uma expressão de curiosidade, mas a matriarca apenas a olhava - O que foi?

- Nada! - passou por ela e começou a andar até estufa, esquecendo completamente o que iria fazer antes de iniciar a aula - Assim que terminar as aulas, nos falamos! - falou friamente enquanto caminhava e nem olhou para a mulher de cabelos grisalhos, que não entendeu nada.

Alma ou Gisely, caminhava pelos corredores de Nevermore como uma aluna normal, conversando com todos os alunos e sendo amigável, até que chegou em Wandinha que estava sentada no meio do pátio lendo um livro, e não precisou falar nada para saber que a menina pálida e de tranças sabia que ela estava ali, pois quando se aproximou a ouviu falando:

- Não sou de conversar!

- Não precisa conversar - se aproximou e sentou ao seu lado - Vim apenas lhe agradecer por ter me salvado, pois ainda não tivemos esse momento juntas - sorriu e a viu séria e lhe olhando nos olhos e voltando suas atenções ao livre que lia.

- Nenhuma boa ação vem com presentes!

- O que queres dizer com isso? - franziu a testa.

- Nada!

- Você acha que eu estou escondendo alguma coisa?

- Todos escondemos alguma coisa e você não seria uma exceção! - afirmou sem tirar seus olhos do livro.

- Sua fama é bem verdadeira - riu como uma adolescente normal - Me falaram que você é bem difícil para aproximações, e que a única pessoa que conseguiu um abraço seu, quase morreu para salvar sua vida.

- Todos contam uma versão diferente a meu respeito! - afirmou.

- E qual a verdadeira? - a olhou e recebeu o olhar da mesma com um sorriso.

- Que sou esperta demais para cair em suas conversas em busca de algo ao meu respeito, Gisely! - sorriu e ficou séria segundos depois, voltando suas atenções ao livro de magia que lia.

- Tudo bem então! - se levantou de onde estava e antes de dar seus primeiros passos, disse - Se precisar conversar, pode me chamar. Sou uma excelente ouvinte - falou empolgada.

- Já tenho a Enid, para isso!

- Ok! - sentiu a ironia e se afastou, e assim que começou a caminhar para longe, a alegria de uma adolescente normal, se tornou em uma expressão de seriedade em saber que a menina seria um problema para ela, pois era a única que não havia conseguido convencer de sua bondade.

Wandinha não conseguia disfarçar o quanto a presença de Gisely a incomodava de alguma forma, e estava lendo em seus livros antigos se encontrava algo a respeito da mesma, pois tudo que soube dos acontecimentos recente, vieram de páginas encontradas neles, e neles ela poderia achar alguma pista sobre a misteriosa adolescente encontrada na floresta altas horas da madrugada, mais o que ela não sabia era que Alma sabia que isso poderia acontecer, pois viu o futuro de cada uma das pessoas de Nevermore, incluindo o dela, e isso a fez apagar todas as informações que a ligariam a Elijah Frumps, sua mãe, e a única pessoa capaz de lhe atrapalhar, estava presa em um Hyde, incapaz de sair.

Assim que entrou na parte interna da escola, a adolescente de cabelos longos, negros e ondulados, viu Mortícia caminhando para a estufa e a seguiu e assim que chegou no lugar repleto de plantas carnívoras, ficou encantada com o quanto as belas plantas poderiam ser perigosas e mortais, começando a andar em direção a mesa onde estava uma parte e tocando em uma com belas pétalas rosas, como uma bela rosa de jardim, mas se afastou rapidamente quando ouviu a voz grave e sensual de Mortícia avisando

- Ela pode lhe envenenar! Aconselho lavar as mãos agora! - falou enquanto pegava outras em uma mesa de canto e substituir as que estavam em frente a Alma.

- Qual o nome dessa? - olhou para a mulher parada ao seu lado.

- Oleandro, da família Apocynaceae. E por mais que ela seja uma planta comum, possui substâncias tóxicas capazes de fazer seu coração parar de bater em algumas horas.

- Ou seja?

- Essa bela flor rosa, pode te matar! - sorriu orgulhosa do que havia falado.

Ambas se olharam por alguns segundos e assim que desviaram o olhar, sons de passos ecoaram pelo espaço e Mortícia viu seus alunos entrando, e sabia que Gisely não teria aula com ela naquele dia, mas isso não a impediu de permitir que a mesma ficasse na aula, pois achou bastante interessante o fascínio que as plantas lhe causaram.

- Gostaria de assistir a aula de hoje?

- Sim! - falou empolgada e começou a caminhar para o único lugar vazio e era e o lado de Enid, que lhe recebeu com um sorriso no rosto.

O Rei do SubmundoWhere stories live. Discover now