O Rei do Submundo

Capítulo 19

O sol se despedia por trás das árvores, dando a quem quisesse ver um incrível pôr do sol, enquanto Larissa estava em sua sala sentada em sua cadeira marrom e olhando para o notebook, forçando sua mente para esquecer a conversa dura que teve com os pais dos quatro alunos mortos de Nevermore, e os ouvindo a culpando pelo ocorrido, e na mente dela, eles estavam certos, mas ao mesmo tempo, sua mente lhe levava ao Hyde na floresta, o que ele fazia ali, como ele conseguia absorver a magia lançada contra ele e qual espécie ele era? Muitas perguntas e emoções passavam pela mente da mulher de cabelos grisalhos, rosto redondo e lábios pintados de vermelho, e isso a fez fechar o Notebook, não mandando o e-mail que estava digitando e encostar suas costas na cadeira e girá-la, começando a admirar os diversos tons de vermelho, laranja e amarelo se misturando com o azul da noite, além de ver pássaros passando e pensando em tudo, até em Mortícia e sua loucura que envolvia a mulher de cabelos longos e lisos.

Wandinha estava caminhando pelo lado de fora da escola quando percebeu uma menina centímetros maior que ela, começando a caminhar a alguns metros de distância e a reconheceu como sendo a que salvou junto com sua mãe, na floresta, mas ela caminhava lentamente e começou a segui-la, pois algo nela não lhe agradava e possuía a convicção que a mesma estava escondendo algo.

Quando se aproximaram de uma estrutura que mais parecia a floricultura da escola, Wandinha viu a menina caminhando pelo corredor de rosas brancas e todas as flores que estavam morrendo, criavam mais cor e vida, enquanto as tocava e sorria, causando a menina de tranças uma sensação de desconforto, pois a pureza que exalava da adolescente era maior do que a de Enid, e isso a fez sair, pois ela não parecia ser tão terrível quanto imaginava, mas quando deu seus primeiros passos, a mesma sensação a tomou, então olhou para ela e a viu sorrindo enquanto uma borboleta pousou em uma de suas mãos.

- Não! Isso é muito pra mim! - falou Wandinha, começando a caminhar de volta para dentro da escola.

Alma ou Gisely, viu os passos da adolescente se distanciando e sorriu de uma forma diabólica, mantendo a borboleta de asas azuis em sua mão e a espantando com um leve movimento, a vendo subir enquanto dizia:

- Não vou ser pega por você, Wandinha! - olhou em direção de onde a menina estava, sorrindo e continuando o que estava fazendo antes de voltar ao interior da escola.

Wandinha subia as escadas e assim que chegou no final, viu sua mãe caminhando até ela aparentemente bem, e estranhou, pois a mesma deveria estar no quarto descansando.

- O que a senhora faz aqui?

- Viu a Gisely?

- Quem?

- A moça que salvamos na floresta - lhe olhou nos olhos como sempre fazia.

- Ah sim! Está na floricultura como a Cinderela ou alguma princesa da Disney, e sua bondade é quase irritante.

- Flores!? - começou a revirar os olhos, pois todos sabiam de seu "amor" por flores - Não podemos ter tudo, não é mesmo? - lhe olhou e a viu sem nenhuma expressão no rosto antes de começar a descer os degraus da longa escada, deixando sua filha sozinha.

Mortícia já caminhava normalmente, sem sentir nenhuma fisgada ou algo semelhante, e por sair da enfermaria e ver a menina adormecida depois de a curá-la, ela precisava lhe agradecer de alguma forma, e por mais que dizer obrigada não seja algo que faça, pois sempre quis ter razão em tudo que achava que estava certo, Gisely merecia seu agradecimento.

A mulher de 1.72m começou a caminhar e quando chegou onde sua filha disse haver visto a menina, conseguiu ver de longe Gisely acocada entre as flores vivas e brilhantes, enquanto tocava em uma delas e sorria com a beleza da mesma, e a cena poderia ser uma uma tortura para pessoas como ela, que vivia uma realidade bastante diferente, onde as flores eram descartáveis e suas plantas favorita eram carnívoras e as rosas com espinho, onde deixava apenas os espinhos em seus vasos pela casa, mas como havia falado, não se pode ter tudo.