014| 𝙲 𝙷 𝙰 𝙿 𝚃 𝙴 𝚁 𝙵 𝙾 𝚄 𝚁 𝚃 𝙴 𝙴 𝙽

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Abro meus olhos vagarosamente, olhando um quarto escuro que primeiramente desconheço

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Abro meus olhos vagarosamente, olhando um quarto escuro que primeiramente desconheço. Minha consciência acorda, me fazendo lembrar onde estou. Sinto um peso na parte da minha cintura e quadril e uma respiração na curva do meu pescoço.

Aos poucos me recordo do rapaz fazendo carinho em meus cabelos na noite passada, enquanto estava deitada em seu peito. Da conversa que tivemos, e sinto um frio passar pela minha barriga.

Eu quero lhe contar tudo. Mas tenho medo da forma que ele vai reagir. A última vez contei sobre isso, ao meu ex, ele riu e zombou de algo que me atormenta a anos.

Sei que preciso contar logo se quero que isso realmente dure, preciso e quero contar antes dele me ver nua. Vou contar, só que não agora e nem hoje.

É algo que muitos consideram como bobagem, mas que me afeta profundamente. A única pessoa que não zombou e me ajudou, foi Pedri, e é difícil contar a alguém quem quero me relacionar.

Ontem eu e Pedri estávamos conversando antes que eu dormisse e ele me encorajou a contar sobre minhas inseguranças para Pablo. O moreno garantiu por sua conta em risco que seu amigo não seria um babaca ao ouvir.

A forma que Pedri falou pareceu ser como se Pablo ou alguém de sua família já tinha passado por algo parecido. O que é bem possível, já que é algo comum porém pouco relatado.

Dizem que seu corpo é seu templo, e acredito que o meu e o de várias outras mulheres, também homens, tem seu templo rachado. Com marcas que você daria tudo para não ter.

Eu estou falando as estrias. Algo comum no corpo das pessoas, mas que me afeta dolorosamente por já ter sido motivos de piadas do meu próprio namorado, melhor, ex-namorado.

Metade da minha infância e boa parte da minha adolescência, eu era gordinha. E isso desenvolveu as estrias por várias partes do meu corpo. Seio, quadril, interior das coxas, bumbum...

Até então eu não ligava muito. Não vou dizer que não se importava, porque estaria mentindo, mas não dava tanta importância quando agora. Porque minha mãe tem, minha vó tem, a maioria das pessoas tem, então isso não me afetava muito.

Só que depois da minha primeira noite com meu ex-namorado, quando ele viu meu corpo, viu elas... ele passou a ser diferente. Agir diferente de como sempre agia.

Piadinhas relacionadas ao corpo perfeito e ao corpo ridículo. Nesse caso eu era a última opção. Comparação com as mulheres na Praia, e dizendo que achava horrível um corpo rachado. Bonito mesmo era um corpo de pele lisinha sem nem uma marca a não ser marquinha do biquíni.

Eu tentava protestar, mas era cega de mais para abandonar aquele relacionamento. Ele se desculpava dizendo que me amava, e que o que ele falava era sobre isso era que achava feio nas outras mulheres, não em mim. E eu como uma perfeita trouxa acreditava.

𝗜𝗻𝘁𝗲𝗻𝘀𝗲 𝗹𝗼𝗼𝗸𝘀 - 𝗣𝗮𝗯𝗹𝗼 𝗚𝗮𝘃𝗶¹Onde histórias criam vida. Descubra agora