VOCÊ NÃO É MINHA IRMÃ

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POV Freen

Quinta, 11 de abril de 2019

Era fim de tarde de uma quinta, estava saindo da faculdade, quando avistei Becky, aparentemente, estava discutindo com alguém. Esperei um pouco mais, até que ela se afastou e seguiu sozinha, então me aproximei com o carro.

- Ei! – falei parando o carro bem próximo a calçada em que ela estava.

- Freen?!

- Entra irmãzinha, te deixo em casa.

- Não precisa, eu vou andando. – ela disse, então saiu olhando pro chão.

- Ah, para vai, eu te levo. – retruquei, mas ela continuou andando – Tudo bem então, você vai andando e eu vou devagar te acompanhando. – insisti.

Nessa hora, ela respirou tão forte que deu pra ouvir o barulho do ar saindo pela boca, então falou:

- Você não vai desistir, não é?

- Você sabe que não, entra. – falei de um jeito firme, então ela entrou no carro e, ela tava estranha, havia algo de errado, então perguntei – Tá tudo bem?

- Unhum...

- Mesmo?

- É... mesmo.

Ela falou, aumentando o volume da música, o que indicava que não estava bem e não queria conversar. Depois de ficar em silêncio por todo o caminho, ela desceu do carro sem falar uma palavra e me pareceu estar chorando. Isso só acontecia quando ela estava mal mesmo. Desci e fui atrás dela, que entrou tão apressada em direção ao quarto que, por pouco, não bateu a porta na minha cara.

- Me deixa sozinha, Freen! – disse, assim que fechei a porta e sim, ela estava chorando.

- Calma aê. Me fala o que tá acontecendo, conta pra mim o que te deixou assim. Deixa eu te ajudar.

- Me deixa sozinha, por favor... – ela falou, indo em direção a porta.

- Tudo bem, desculpa, eu vi que tava mal e resolvi entrar pra ver se queria conversar. – me virei para sair, mas antes que tivesse tempo ela voltou a falar.

- Para com isso, Freen, para! – falou um pouco exaltada.

- Quê? Becky, como assim? Parar com o que? – perguntei, surpresa pelo que ela disse.

- Para de agir como se fosse minha irmã, Freen, para! – Falou mais exaltada ainda.

- O que você tá falando Becky? Por que tá dizendo isso? – agora, quem falou exaltada foi eu, sem entender nada, ela estava parecendo outra pessoa.

- Só... para tá? Você não é minha irmã. – falou, chegando mais perto e me olhando nos olhos.

O que ela disse, do jeito que ela falou, foi tão estranho, fiquei sem reação. Foi como se tivéssemos entrado num transe por alguns segundos, uma olhando para a outra, nos encarando em um completo silêncio. Até que Becky me beijou, me jogando contra a porta, então se afastou devagar e,novamente, nos olhamos em silêncio.

- Você... é... Becky.

- Freen, desculpa...

- Você não devia ter feito isso. – falei e saí de lá imediatamente.

Saí com tanta pressa, quanto ela ao entrar em casa e, quando estava quase entrando no carro, pude ouvi-la gritando pedindo que esperasse. Isso só fez com que eu me apressasse ainda mais a entrar no carro e arranquei pra longe dali. Queria ficar um pouco sozinha, pensar, então não fui pra casa. Fui dar uma volta pelo bosque, caminhar um pouco sempre me ajudar a colocar a cabeça no lugar, mas naquele dia não adiantou muito.

Ainda vou te encontrar - FREENBECKYOnde histórias criam vida. Descubra agora