23. Maldição Inferius

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"Quando não houver mais espaço no inferno, os mortos andarão sobre a terra

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"Quando não houver mais espaço no inferno, os mortos andarão sobre a terra."
Dawn of the Dead

"Você é o guardião dos mundos."

Tudo em volta de Severo Snape era inexato e delirante. Quando piscou se deu conta, estava sentado à ponta de uma longa mesa. Era outro lugar, uma enorme sala de jantar com decoração vitoriana e paredes brancas. A iluminação perfeita não vinha de lustres ou arandelas.

Snape sentiu um cheiro adocicado e soube no mesmo instante que elas estavam ali. Não era a Casa dos Gritos. Aquele lugar agora vagava entre o sonho e a realidade.

Sobre a mesa havia uma quantidade obscena de comidas e bebidas expostas e intocadas. Canapés formavam torres com frutas vermelhas. Bolos e tortas pareciam objetos de decoração e  bandejas douradas transbordavam de  pães e carnes assadas. Um banquete para eles.

— Experimentem a mousse de tâmara. É meu feitiço favorito.

Na outra ponta, Nyneve o encarava com um semblante gentil e despreocupado.

— Ele tem o exato sabor da fruta fresca e não engorda nenhum grama. — ela acrescentou em um tom divertido.

A cadeira em que Nyneve se sentava tinha o encosto mais alto, em destaque. Ela própria se vestia ricamente, uma túnica de veludo púrpura com mangas longas e bordadas na barra irregular. Suas mechas negras estavam presas em uma trança, dando início a  um penteado em forma de coque. O rosto da bruxa permanecia majestoso e de beleza antiga. Severo percebeu um colar reluzindo no pescoço dela. Havia um medalhão dourado pendendo, com algo gravado nele.

— Saudações, Hecate.

Sentado à direita dele, Dumbledore tinha o olhar sério e as mãos cruzadas sobre a mesa. Dele emanava um tipo de respeito distante, como um oponente reserva ao outro.

"Hecate".

A bruxa de três nomes. A senhora da Noite. A deusa que conhece os segredos mais profundos dos sonhos e pesadelos humanos. Não se tratava de uma lenda ou ilusões afogadas em absinto. Severo Snape enrijeceu o maxilar.

— Sacerdotisas. — Nyneve corrigiu-o casualmente.

— Nimue. — Dumbledore falou, testando aquele nome em voz alta.

"Senhora do Lago. A bruxa lendária das lendas arturianas."

Enquanto falava com Dumbledore, Nyneve fitava apenas Severo Snape. Ela tinha uma estranha gentileza no olhar, uma benevolência quase maternal. Snape por sua vez, correspondia ao escrutínio com aspereza e mantinha a fisionomia sombria, o disfarce da calma e indiferença enquanto ganhava tempo tentando entender o que acontecia. Os ombros do pocionista enchiam o encosto da cadeira e seu manto negro contrastava com as paredes e a luz clara do ambiente. Ele sentiu a varinha em sua posse, sob a manga do sobretudo que usava. Severo apertou o artefato, estudando cada coisa dali. Tudo era pura magia em forma de armadilhas de ilusão. As bruxas não eram totalmente humanas.

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