13. Ninho de cobras | PART 1 [REVISADO]

599 57 259
                                    

NOITE. COMUNAL DA SONSERINA.

- Então você está pedindo uma detenção, Bellator?

Snape estava parado em meio a comunal da Sonserina entre os gêmeos e Draco Malfoy. Ele mantinha o corpo em diagonal e sua varinha apontava para um Damien furioso que cerrava os punhos pronto para o ataque. A visão do professor com o braço esticado em direção ao garoto e as pernas levemente afastadas na posição natural de duelo, deixava claro quem ele considerava perigoso ali. Atrás dele, Draco Malfoy massageava o lábio inchado, não se esforçando nenhum pouco para limpar o rastro de sangue coagulado que saía do nariz.

- ESSE SANGUE RUIM DEVERIA SER EXPULSO JUNTO COM A IMUNDA DA IRMÃ! QUANDO MEU PAI SOUBER DISSO, VOCÊS ESTARÃO PERDIDOS!

O loiro repetia.

Assim que Snape sacou a varinha, Elizabeth foi tomada pelo impulso e colocou-se na frente do irmão. Damien a impediu, puxando-a para o lado em um solavanco violento, mas a contenda já estava formada. O professor fez uma expressão forçada de surpresa e ela pigarreou, sustentando o olhar e sentindo a coragem se esvair a medida que ele se aproximava ameaçadoramente dela, mas sem mudar a posição da varinha que mirava em Damien Bellator. Os lábios do pocionista formaram um sorriso estranho de quem duvidava que Elizabeth tivesse a audácia de confirmar a pergunta feita anteriormente.

- Vou repetir para que fique claro o bastante, Srta Bellator. – fez uma pausa insuportável - Você está pedindo por uma detenção?

- Sim. Quero. – gaguejou - Uma...detenção... por favor.. - ficou quieta por um momento olhando para todos ao seu redor - Senhor. -

Elizabeth achou que se adicionasse o "Senhor" em sinal de respeito, as coisas soariam melhores. Obviamente não deu certo. Quando acabou de falar, piscando várias vezes para disfarçar os olhos marejados, se arrependeu no mesmo instante.

- Você quer?

Snape enfatizou a última palavra dita por ele de forma desdenhosa. Era possível captar a voz ácida do Diretor que deixou Elizabeth sem reação e o rosto queimando de vergonha.

- Não dê ouvidos a ela, porra. – Damien interrompeu.

- CALADO!

O professor cuspiu as palavras com o timbre de voz assustadoramente forte que invadiu a sala inteira fazendo os sonserinos de todos os anos sentirem a carga de energia sombria que pesou ali. E embora assustados, ainda disputavam espaço para terem uma visão privilegiada do espetáculo que se seguia. Não faziam nenhum barulho e mal respiravam de expectativa. Houve um breve silêncio que pareceu um século para Elizabeth.

Draco Malfoy continuava a deslizar os dedos pelo lábio inferior e exibia o ferimento no rosto com uma expressão triste. Pansy se mantinha próxima a ele e prestava apoio, fazendo uma leve carícia em seu ombro. Crabbe e Goyle pareciam dois cães de guarda, fitando os gêmeos de forma perigosa e fazendo milhares de ameaças silenciosas.

Damien fez uma careta sem tirar os olhos da varinha avaliando por um momento se o Mestre de Poções iria mesmo atacá-lo caso resolvesse avançar em Draco mais uma vez. Na dúvida optou por ficar quieto. Malfoy quebrou o silêncio queixando-se de dor.

- Os quatro em minha sala. – os olhos de Snape passaram de Elizabeth para Damien sem deixar de olhar para Draco atrás dele, sobre os ombros.

- AGORA! – vociferou. – Você também, Greengrass. - Achou que seria poupada? – falou para a garota de olhar perdido, acuada em um canto e observando tudo.

No caminho para a sala do Professor Snape, Elizabeth não acreditava como tudo havia acontecido tão rápido. Depois da aula com os bruxos da grifinoria, tudo pareceu correr bem naquele dia. Sua uma das primeiras de muitas noites tranquilas ali, tinham que ser.

As Bruxas da Noite  🌖🌘Onde histórias criam vida. Descubra agora