Existem pessoas boas e pessoas más. E há aquelas que vivem entre os dois.
A Primeira Guerra Bruxa deixou feridas profundas e muitos segredos. A história que você está prestes a ler faz parte de muitas que ainda não foram contadas. Até agora. Os gême...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
15H ATRÁS
Era a primeira hora depois que o sol despontou no castelo, perfurando com os raios de luz o Lago Negro. Damien estava parado no meio da sala do Diretor da Sonserina, a mesa entre eles.
— Fale. — Snape disse de forma impaciente ainda de costas para o garoto. Observava atentamente o progresso de uma poção que fumegava em um caldeirão médio de estanho.
A sala do professor parecia intocada desde a noite anterior, exceto pela enorme bancada na lateral, agora mais cheia de ingredientes diferentes e organizados. Frascos e essências estavam dispostos no que parecia ser uma ordem de cozimento. Haviam também pilhas de livros e uma garrafa de absinto em um canto, denunciando que talvez o professor houvesse passado a noite em claro.
— Ela não é um macaco em um circo.
Damien disparou a frase em meio a um rosnado.
Snape parou, virando-se para ele com uma expressão de interrogação no rosto. Contraiu levemente os lábios ao observar a raiva no olhar do garoto.
— Ela não vai tirar aquelas luvas só para satisfazer uma curiosidade sádica sua, Senhor. — Damien disse com a voz calma, enfatizando a palavra "senhor" com o máximo de escárnio que conseguiu.
Severo agora tinha uma máscara gélida no lugar do rosto. Abriu os lábios para dizer algo, mas ficou em silêncio por mais alguns segundos. Damien continuou a desafiá-lo com o olhar.
— Quando botei os olhos em você, sabia que seria um problema. – o pocionista disse após pensar um momento — E quando você foi selecionado para a Sonserina, eu soube mais uma vez que teríamos anos difíceis pela frente. — desviou o olhar dele — Acredito já ter dito antes, Bellator...mas aconselho você a escolher muito bem as próximas palavras a partir de agora.
— Faça o que quiser, eu não me importo. — deu os ombros sem nenhuma sombra de medo no rosto e cada vez mais próximo da mesa de Snape. — Fugimos de lá para procurar ajuda aqui, mas vocês...— apontou o dedo para ele enquanto aumentava o tom de voz –...e principalmente você está dificultando tudo. Eu quero entender o motivo.
O garoto finalmente havia sido sincero pela primeira vez desde que chegara ali.
— Agora sente-se, Bellator — Snape acenou para a cadeira vazia e sua voz estava branda — Vamos conversar.
━────── •●• ──────━
—... então ela se transforma em outra coisa. — Damien finalizou.
— Outra coisa?
O garoto ficou em silêncio. O olhar frio de Snape não deixava dúvidas de que ele o observava, analisando-o minunciosamente para detectar mentiras. Damien estava sério, embora não conseguisse deixar de levantar a sobrancelha algumas vezes, desviando rapidamente o olhar para alguns dos vários e curiosos itens bizarros na sala do Diretor da Sonserina.
