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Hoje acordei antes do horário esperado, Selena ainda estava adormecida ao meu lado com um pequeno, e adorável, bico nos lábios. Pude observar minha namorada por minutos, ver sua beleza angelical, ver o quanto tenho sorte de ter ela. É louco poder enxergar outra vez, poder ver a garota que dedicou seu tempo para cuidar de mim, para me ajudar no dia a dia.

Depois que ela acordou pude a observar preparar o nosso café da manhã e dançar enquanto cozinhava, a menina estava fazendo planos para o nosso dia quando recebeu uma ligação da minha mãe solicitando a nossa presença no almoço de família e Selena não teve como negar. Eu já tinha sido liberada do pós-operatório, estava tentando decidir qual seria a melhor maneira para contar aos meus pais que eu estava enxergando outra vez.

— Você está bem? — A menina perguntou segurando minha mão.

— Minha mãe vai me matar. — Ela sorriu.

— Eu penso o contrário... Bom, ela pode ficar chateada por não ter dito nada a ela mas sei que ela vai entender tudo. Vamos entrar?

— Vamos.

Selena e eu descemos do veículo em silêncio, entramos na casa da minha mãe procurando por todos, mas não tinha ninguém na sala. Fomos para o jardim de mãos dadas, assim que ultrapassamos a porta pude ver minha mãe rindo de algo junto com as minhas irmãs, Madison foi a primeira a me ver e sorrir em minha direção. Fui guiada por Selena até a mesa, mamãe assim que me viu me abraçou e reclamou por eu ter negado seus outros convites.

— Querida, você está bem? — Sorrio.

— Estou... A senhora está...

— Estou?

— Está linda mamãe. — Murmurei, ela me olhou confusa.

— Como assim querida?

— A senhora está linda mamãe, deixou o cabelo crescer.

— Demi, não... — Retiro o óculos do rosto.

— Sim mamãe, eu consigo te ver de novo.

— Querida!

Dianna me abraçou apertado, vi minhas irmãs sorrirem por finalmente estarem livres do segredo que eu as fiz guardar, sinto as lágrimas de Dianna tocando minha pele, a mulher se afastou e vasculhou todo meu rosto em busca de algum indício de que tudo não passava de uma brincadeira.

— Como? Quando?

— Há umas semanas comecei a ver borrões coloridos e fui com Madison ao médico, descobrimos que tinha um corpo estranho comprimindo meu nervo óptico e que possivelmente estaria provocando a minha cegueira.

— Por que não me falou? Por que estou sendo a última a saber?

— A última não, ainda falta o papai. — Dallas comentou.

— Você também sabia?

— Madison e eu levamos ela ao hospital no dia da cirurgia, Selena cuidou dela durante todo pós.

— Por que nenhuma de vocês me contaram? Por que querida?

— E-Eu... — De repente me sinto nervosa.

— Ela não queria dar falsas esperanças a senhora, ela também não ia me contar.

— Eu não queria dar esperanças a vocês e de repente tudo ir por água abaixo. — Dianna sorriu e me abraçou mais uma vez.

— Tudo bem, querida. Sei como você é e que não gosta de preocupar ninguém. — Sorrio. — Selena, você cuidou bem da minha filha?

— Cuidei sim, o médico elogiou muito.

— Verdade, ela não me deixava mover um dedo sem ser supervisionada por ela.

— Verdade!

Tive que contar tudo nos mínimos detalhes para mamãe que não parava de chorar, Dianna puxou minha orelha por não ter contado antes pra ela mas ficou feliz por finalmente eu ter voltado a enxergar. Quando meu pai chegou revelei a ele que estava enxergando novamente, o homem chorou de alegria por eu ter conseguido, ele também puxou a minha orelha por não ter contado nada antes e também puxou a orelha das minhas irmãs.

Procurei Selena pelo jardim ao perceber que a menina não estava sentada a mesa com todos, confusa deixei o jardim e procurei pela menina a encontrando no escritório de Eddie. Observo a menina que estava entretida em sua leitura, em silêncio me aproximo dela que estava tão distraída para perceber a minha presença ali, sorrio ao notar que a garota estava com um livro de poemas eróticos.

Em teu crespo jardim, anêmonas castanhas
detêm a mão ansiosa: Devagar.
Cada pétala ou sépala seja lentamente
acariciada, céu; e a vista pouse,
beijo abstrato, antes do beijo ritual,
na flora pubescente, amor; e tudo é sagrado. — Recito o meu favorito de Drummond, Selena me olhou sorrindo.

— Não percebi você aí. — Sorrio e me sento ao lado da menina.

— Estava distraída, por que está aqui sozinha?

— Nada importante, não consigo entender o que ele quer dizer com esse poema. — Olho nos olhos da menina, Selena sorrir tímida.

— Nunca leu esse poema ou estudou sobre ele? — Gomez negou. — É um poema erótico de Drummond, para uns ele retrata que ambos os parceiros sexuais são desejosos de prazer. A mulher é, aqui, fonte e receptáculo de prazer. Drummond não deixou específico se a relação é entre casal hétero ou homossexual, isso fica a mercer de quem o lê.

— Não sabia que gostava tanto de literatura.

— Gosto muito de lê, sempre gostei, e isso sempre me fez buscar entender o que tinha por de trás de cada poema. — Ela sorriu.

— Você gosta de reproduzir seus poemas eróticos comigo? — Noto o olhar da menina em minha boca. — Você sempre gostou de ir devagar, de me acariciar lentamente...

— Sou uma apreciadora do orgasmo feminino, do seu orgasmo e gosto que seja tudo com calmaria. — Sorrio. — Você pode me beijar Selena.

— Eu sei, mas quero sua boca na minha boceta.

— Você quer isso há dias querida.

— Sim... — Lamentou.

Passo para o colo de Selena a fazendo suspirar, a menina grudou nossas bocas em um beijo afoito, Selena está louca para transar comigo mas devido ao período de recuperação ela se contentou apenas com os meus beijos. Dou uma lenta rebolada sobre o colo da menina que apertou minha bunda com força, rebolo mais uma vez para provocar a menina que gemeu em meus lábios, antes de se afastar e mirar seus olhos em meus seios levemente expostos por causa do decote da blusa.

— Amor... — Choramingou quando deslizei uma mão por meu seio e ameacei afastar a blusa.

— Você me quer Selena? — Ela afirmou desesperada. — Me quer ainda mais após eu recitar o poema erótico para você?

— Sim!

— Lembra de ontem? De quando eu quis te chupar e você por birra não deixou?

— Demi...

— Pois, agora aguente a minha birra.

Me retirei do colo da menina que protestou várias vezes sobre a maldade que estou fazendo, juntas voltamos para o jardim antes do almoço ser servido, Selena tinha um bico nos lábios e eu só fazia rir de sua birra. Durante todo almoço a menina sustentou o bico torto nos lábios, mamãe até percebeu que a menina estava brava por algo, mas não se aprofundou no assunto quando eu disse ser bobeira.

Beautiful Eyes - SemiWhere stories live. Discover now