"E então? Você realmente se arrependeu?"

Enquanto ela falava, mandei uma mensagem para o segurança que estava no estacionamento e pedi que ele a pegasse.

"Sim, me arrependi.. - vi o segurança se aproximar dela lentamente. - De não ter te matado antes, desgraçada!

Antes que Alicia respondesse, o segurança a pegou com um pano em mãos e atingiu seu rosto. Ela se debateu no primeiro momento, mas logo desmaiou nos braços dele.

"Leve-a para o carro" - mandei a mensagem para o segurança.

Saí do quarto e procurei por Matteo, eu precisava ajudá-lo! Vi uma porta entreaberta e uma gritaria, era a voz do meu irmão...

- Matteo?! - corri em direção ao quarto e vi Giancarlo com o bebê no colo, ameaçando joga-lo pela janela.

- Não acredito que o meu próprio filho me traiu! Como pôde, Henry? Eu sou seu pai!

- Por favor, entregue o bebê! Ele é só um inocente e...

- É filho do bastardo! Eu preciso mata-lo, meu filho.

- Devolva o meu filho, seu cretino! - Matteo rosnou.

- Você destruiu a minha família com o seu nascimento, eu destruirei a sua!

Giancarlo colocou o bebê na janela, que começou a chorar. Meu irmão se desesperou, não podíamos chegar perto, podia ser bem pior.

- Pai... Por favor, não faça isso! Ele não tem culpa dos nossos erros, é só uma criança inocente. Me dê! - abri os braços.

- Não se aproxime ou jogarei ele lá embaixo! - ameaçou.

- E-eu tenho uma proposta a ser feita. Entregue a criança e me leve com você, primeiro ser obediente e fazer sempre a sua vontade. - levantei as mãos para o alto.

- Meu filho, eu amo você! Tudo o que mais quero é isso, mas... Eu odeio esse bastardo idiota! Eu preciso me vingar!

- Não, não faça isso! Não vamos chegar a esse ponto, sabe que cumpro as minhas promessas, não sabe? Entregue o bebê! - pedi calmo.

- Devolva o meu filho, desgraçado! Eu juro que vou...

- Matteo, espere... - fui andando, me aproximando dos dois. Giancarlo segurava o bebê para fora da janela, precisávamos ter cuidado. - Eu sempre fui o filho perfeito, lembra? Sempre fiz a sua vontade, o idolatrei por anos... Claro que errei algumas vezes, mas me arrependo!

- V-você está mentindo! Pare de chorar! - sacudiu a criança.

- Pai, vamos sair daqui? Nós vamos para um lugar longe, distante de todos e eu farei o que o senhor quiser, prometo! Me dê a criança! - estendi os braços.

Giancarlo ficou em silêncio, ele me olhava com certo desespero, mas também havia esperanças. Seu semblante suavizou e como louco que era, meu pai ajeitou o bebê no colo e começou a nina-lo.

- É o meu pequeno Henry. - disse ao olhar a criança. - O único filho que mais amei, o meu primogênito... - começou a chorar. - Eu te amo, filho.

Meu coração doeu, mas me mantive firme e me aproximei dos dois.

- Posso? - murmurei.

- É o meu filhinho! - ele sorriu. - Eu o amo.

- Eu sei disso, mas ele precisa da mãe agora. - forcei um sorriso.

- É claro. - me entregou Luigi. Respirei aliviado e assim que eu ia me virar para ir embora, Matteo acertou Giancarlo com um tiro certeiro na cabeça.

- Acabou. - me encarou convicto do que fez. Sem remorso, Matteo cuspiu no corpo do nosso pai e pegou o filho no colo.

Liguei para um amigo da polícia e pedi que viessem até a pousada.

Uma noiva inconformada assassinou o ex-sogro. Assim foi dada a notícia em todos os portais.

Alícia foi colocada ao lado de Giancarlo com a arma do crime em mãos. Por Matteo ter usado luvas, a única digital era a dela e um pouco antes dela acordar, toda a pousada foi invadida por policiais. Alicia Montenegro estava presa.


Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now