Capítulo 4

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Henry Bianchi

Chegamos em Las Vegas e fomos diretamente para o hotel de minha família. Enquanto Adam falava sobre as festas que teriam nesse final de semana, meus pensamentos iam longe, precisamente na minha irmã e seu futuro casamento. Um cunhado como Pietro estava fora de cogitação, Paola não podia fazer tamanha burrice. Preciso impedi-la e farei isso logo após resolver esses benditos negócios.

Os seguranças nos acompanharam até a recepção do hotel. Desde criança sou acompanhado por eles, Giancarlo tem muitos inimigos espalhados pelo mundo, era perigoso ficar tão vulnerável. Para muitos, Giancarlo Bianchi Gali era um empresário famoso e rico, mas o buraco era mais embaixo. Se soubessem da metade das coisas absurdas feitas por ele, jamais o idolatravam tanto. Lembro perfeitamente do dia em que vi de perto o quão perigoso era ser filho dele.

Itália, 20 anos atrás.

A mansão dos Bianchi estava lotada de pessoas indo para lá e para cá. O aniversário de Giancarlo seria no final de semana e tudo deveria estar em perfeita ordem. O pequeno Henry brincava próximo a piscina e sua irmã caçula observava de longe. Ele tinha tamanha adoração pela pequena, pois como seu pai sempre dizia "Na minha ausência, cuide de sua mãe e de Paola... Com a sua vida!" É óbvio que para a cabeça de uma criança de oito anos aquilo era estranho e confuso, mas Henry fazia de tudo para agradar seu pai e ter um pouco de atenção, por menor que fosse. Giancarlo tinha que se orgulhar de Henry.

Depois de se cansar de brincar, Henry ficou parado olhando a piscina e respirando o ar fresco daquela manhã de verão. Paola continuava ali, dessa vez brincando com uma boneca de porcelana. Foi questão de minutos, o garoto estava quase pegando no sono, quando ouviu a voz de sua mãe e acordou de imediato.

— Henry, onde está sua irmã? Pensei que estivessem brincando. — o garoto olhou para os lados e não havia nada além de desconhecidos organizando a festa.

— Eu não sei, mamãe. Estava quase dormindo e...

— Oh meu Deus! Giancarlo! — a mulher gritou em desespero.

O pai chegou quase correndo e os dois começaram a gritar um com outro. Eles estavam nervosos, preocupados e aquilo deixava Henry mais angustiado.

— Onde está a maldita babá de Paola? Ela quem deveria estar cuidando da minha filha, não um moleque ingênuo desses! — Giancarlo cuspiu as palavras grosso, deixando o pequeno Henry encolhido.

Mais tarde, Henry estava deitado em sua cama numa posição fetal. Na sua cabeça só pensava em Paola e onde ela estava. Ouviu gritos e mais gritos de seus pais. A polícia fora acionada e todos estavam em busca da pequena Paola.

Na manhã seguinte, Henry saiu de seu quarto e caminhou lentamente até o escritório de Giancarlo. O homem estava sentado em sua poltrona, o semblante preocupado deixou Henry com medo.

— Acharam!!! — ouviu a voz de um dos empregados e o coração apertado de Henry ficou leve.

Giancarlo correu as pressas até o jardim da mansão, Paola estava acompanhada de um dos policiais e seu rosto inchado de chorar fez com que Henry se sentisse culpado.

— A babá pretendia levar a garotinha para encontrar um homem hoje pela manhã. Por sorte, pararam em um hotel e um amigo reconheceu Paola.

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now