Capítulo 27

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Olívia Miller

Eu nunca tinha visto alguém com tanta raiva, aquela violência que Henry demonstrou deixou-me assustada e preocupada. Ele acalmou-se aos poucos, parecia perturbado e muito nervoso, dirigi no lugar dele até o hotel e ao chegarmos fiz questão de levá-lo até sua suíte, Henry tomou um banho demorado, esperei que ele voltasse e certifiquei que ele iria deitar em sua cama, assim foi feito.

Sentada na beirada da cama, observei Henry pensativo, olhando para um lugar vazio da suíte. Como alguém poderia ser tão bonito? Tão charmoso? Envergonhada, levantei da cama pronta para ir embora, mas uma mão me impediu, fazendo-me voltar para onde estava.

— Gosto da sua companhia, não vá. — confessou em um sussurro.

Com o coração disparado, entrei dentro do cobertor que cobria Henry e virei-me na mesma direção de seu rosto. Ele me olhava tão intensamente, que por um momento me questionei o que ele pensava sobre mim. Será que me achava bonita? Ou me achava brega? Talvez gostasse da cor dos meus olhos, ou simplesmente me achava maluca.

— Gosto dos seus lábios carnudos, do nariz bem desenhado e da cor dos olhos. — falou como se lesse os meus pensamentos.

A mão passou sutilmente pelo meu rosto, acariciando com tanto carinho que senti sono.

— Gosto dos seus lábios pequenos, o nariz empinado de filhinho de papai e do olhar intenso quando você quer algo ou alguém. - brinquei, com um fundo de verdade.

Henry riu baixo, contornando os meus lábios com o dedo como sempre fazia.

— Sei que está perto de voltar para a sua vida. — murmurou. Um fio de arrepio fez minha barriga embrulhar ao ouvir aquilo. - Quero que passe os poucos dias que restam comigo, você topa?

Meu coração quase saiu pela boca com a pergunta. Respirei fundo, tentando não demonstrar o nervosismo que corria pelo meu corpo e assenti, sem dizer uma palavra sequer.

Foi estranho sentir seus lábios colarem aos meus, mas estranho ainda foi o modo como ele tirou a minha roupa, como seus beijos macios passearam pelo meu corpo desnudo e o jeito carinhoso que o recebi minutos depois. As movimentações precisas, as peles suadas pelo esforço, os espasmos gostosos ao chegar no ápice e a respiração ofegante quando ele deitou no meu peito, cansado e satisfeito.

Na manhã seguinte, saí do quarto em silêncio para que ele não me ouvisse. Desci a escadaria com uma felicidade misturada com ansiedade do que havia acontecido na noite anterior. Ao chegar no hall, no entanto, toda a minha felicidade foi por água abaixo ao ver Monique na recepção. Ela estava deslumbrante e sorriu quando me viu.

— Senhorita Miller, há quanto tempo não nos vemos? — senti um certo deboche no tom de sua voz, mas forcei um sorriso em resposta.

— Está hospedada no hotel? — cruzei os braços e ela sorriu de um jeito irônico.

— Os ratos saem e a gata faz a festa. — não entendi exatamente o que ela quis dizer, mas fingi que sim.

— O hotel é excelente, você irá adorar. - dei as costas para ir embora, mas a mulher deu uma corridinha até a mim.

— Nós podemos conversar um instante, senhorita Miller?

Por curiosidade, acabei aceitando e a levei até o jardim do hotel. Não havia muitas pessoas lá fora, então o momento foi perfeito.

— Comece. — pedi um pouco impaciente.

— Eu achei o seu nome nos arquivos da minha família, mas não me recordo de conhecê-la. — ergui a sobrancelha confusa com o que ela dissera.

— Arquivos com o meu nome? Tem certeza? - só podia ser uma brincadeira e vindo dela não duvidava!

— Sim, tenho. Seu nome estava ao lado de... Vincent Miller. É estranho, não os conheço, sabe de quem se trata?

Engoli seco, sentindo minha garganta se formar um nó. Meus olhos encheram-se de lágrimas, aquele nome ainda doía bastante.

— É o meu pai. — murmurei, deixando uma lágrima solitária derramar na minha bochecha.

Em silêncio, Monique mostrou-se pensativa com a revelação, ela tentou de alguma forma encaixar as peças do quebra-cabeça envolvendo aquele arquivo com o meu nome e o nome do meu pai, mas nem ela e toda a sua inteligência fora capaz de desvendar aquilo.

— Pode me acompanhar? Nós precisamos descobrir do que se trata. Confie em mim, seu nome em um arquivo do meu pai não é nada bom.

Antes que eu respondesse, Emily apareceu de repente. Ela notou a situação tensa entre mim e Monique e, se aproximou abraçando-me por trás.

— Está fazendo novas amizades, Oli? Excelente! Como se chama? — sorriu cínica para Monique.

— Olívia, você precisa vir... — ignorou a pergunta de Emily.

— Claro, contanto que Emily vá conosco! - respondi, fazendo-as olharem para mim com espanto.

Minutos depois, estávamos dentro de um carro indo em direção ao hotel que Monique estava hospedada. Emily parecia tão perdida quanto eu, me senti uma péssima amiga por mete-la em um assunto perigoso.

— Preciso que leia os arquivos e tente reconhecer algum dos nomes. São vários, incluindo endereços de bairros, escolas e empresas envolvendo Vincent Miller. - ela explicou ao descermos do carro.

— De onde ela conhece seu pai, Olívia? - Emily perguntou estranhando o assunto.

Mesmo atortoada com toda aquela situação, optei por continuar em silêncio.

Na entrada do hotel, uma mulher vestida com um uniforme do local aproximou-se disfarçadamente de Monique.

— Vermelho. — foi a única coisa que saiu dos lábios da mulher.

Monique entrou em alerta e deu passos pra trás.

— No três vocês duas entram no carro. — murmurou.

Emily me olhou assustada.

— Um... — havia uma movimentação esquisita dentro do hotel, deixando-nos mais assustadas. — Dois... — um tiro foi escutado e... — Três, corram!

E nós corremos para o carro. Monique tirou uma arma da bolsa e saiu em disparada até o veículo, não demorou muito até cinco homens aparecerem na entrada do hotel, totalmente armados.

— O que você está fazendo? — Monique perguntou ao ver Emily no banco do motorista.

— Escapando de uma encrenca... É minha especialidade! — conectou o celular no som do carro, colocando Crazy Frog.

— Que porra é essa, ragazza? — Monique exclamou.

— Sempre sonhei em fugir de carro ao som dessa música! — acelerou e foi naquele momento que vi a minha vida passar pelo meus olhos. Emily não era muito boa dirigindo....

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Eu ri mto imaginando a cena 😂😂😂 Só mulherão da porra nesse cap, hein? Boa noite, bjssss fui 😘😘❤️


Caminhos QuebradosNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ