Caminhos Quebrados

Capítulo 72

Adam foi sepultado logo depois da despedida com Henry. Havia tristeza, dor e angústia, era uma perda muito forte para todos que estavam ali.

Depois do enterro, fomos todos para a casa de Peter. Aaron organizou um pequeno encontro para todos que estavam prestes em homenagem ao irmão mais velho.

Adam gostaria disso. Ele falou quando todos rebateram a decisão. Infelizmente, Alicia fez questão de estar presente, observando cada passo que dávamos. Sentamos em um sofá um pouco distante daquele mulher e começamos a conversar entre si, enquanto Martina me observava curiosa. Eu não sabia se ela tinha consciência de quem eu era, mas a forma como ela me tratava estava me sufocando.

— Você ainda está na Itália, meu filho? Estou querendo passar alguns dias com você. — ela disse, atraindo os olhares de Henry e Matteo.

— Não passo muitos dias na cobertura da Itália, mas ainda moro lá sim. A senhora não está trabalhando naquele desfile de modas?

— O desfile está cancelado até remarcarem outra data, ou seja, estou de férias pelos próximos dias. Quero ficar ao seu lado e da minha filhinha... Nós não temos tempo juntos! — sorriu.

— Eu vou embarcar para Dubai no próximo fim de semana. — Paola respondeu. — Posso fazer companhia para vocês.

— Então está combinado. — Henry sorriu satisfeito.

— E você? Hum.. Olívia, não é? Mora na Itália também? — ela me olhou, como uma águia observa a presa.

— Sim, tem algum tempo...

— Eu fiquei um pouco surpresa ao descobrir o relacionamento de vocês. Henry estava de casamento marcado com uma loira e agora está de... Hum... Não sei bem o que vocês tem. É latina, não é?

Aquilo deixou o ambiente mais desconfortável do que já estava. Paola fingiu tossir e Matteo saiu de nossas vistas.

— O bastardo finalmente saiu daqui. Quem ele acha que é?

Monique a olhou com raiva e só não a xingou, pois Henry foi mais rápido e desconversou.

— Mãe! A senhora está sendo um pouco incoveniente e... Matteo é meu irmão.

— Não falei nenhuma mentira. Matteo é um bastardo, filho de uma diversão momentânea do seu pai... Inclusive, onde meu ex-marido está?

— A senhora já bebeu demais. — Paola arrancou o copo de champanhe de suas mãos. — Vamos ao toalete.

Quando as duas saíram, Henry me abraçou e beijou a minha testa. Realmente não tínhamos um nome para dar a nossa relação e aquilo me fez pensar. Pedi licença e me retirei, alegando que ia tomar um ar.

Deixei-os e andei apressada até o jardim. O ar fresco foi a melhor coisa daquele dia fatídico.

— Não se importe com as palavras cruéis daquela mulher. Martina não tem papas na língua. — Matteo me assustou.

— Já estou acostumada, nada mais me surpreende.

— Logo ela irá embora. Martina detesta passar muito tempo em um lugar. — ele estava com um copo de uísque na mão e o levou até a boca. — Dondoca e mimada.

— Assim espero. — respondi. — Matteo, tenho algo a dizer... Sei que o momento é impróprio, porém não tenho muito tempo.

— Diga... Tem notícias de Emily?

— Sim. Tenho quase certeza de que ela está na boate Dolce Peccato. Aquele prédio de beira de estrada.

Matteo engoliu seco e deu mais um gole no seu uísque.

— É, eu conheço esse lugar. Antes de me envolver com Monique, passei algumas noites com uma prostituta que trabalha nessa boate. — olhou para o céu. — Nora.

— Você ainda mantém contanto com ela? Matteo isso é... É tudo que precisamos agora! — sorri esperançosa.

— Não tenho contato, mas tenho o número de telefone dela. — suspirou.— O problema é que não vão me deixar entrar na boate, sabendo de quem se trata. Sou um Bianchi, nossas famílias eram rivais há algum tempo.

— Vamos pensar em um plano. Não sei se conseguiremos chegar a tempo para o show de hoje, mas dessa semana não passa! Se Emily estiver lá, eu quero resgata-la imediatamente. — afirmei confiante.