— Melhor irmos. — ofegante, me afastei de seus beijos e ele sorriu safado.

Decidimos jantar em um bar da minha família. Apesar de não ser a melhor opção, era a única para ficarmos mais a vontade. No entanto, ao chegar, um homem estranho aproximou-se da gente com um sorriso malicioso nos lábios. Não sei o porquê, mas meu coração apertou, quase como um pressentimento ruim.

— Que coincidência! Cheguei na cidade e rapidamente encontro a minha prima distante. Como vai, Olívia? — estendeu a mão educadamente.

— Desculpe, eu o conheço? — por educação, entreguei minha mão a ele, que a beijou delicadamente.

Henry observava tudo irritado, dava para se ouvir as bufadas de raiva que ele soltava.

— Rafael Castilho, muitíssimo prazer.

E como se um balde de água gelada caísse sobre mim, segurei-me com todas as forças nos braços de Henry. Era ele, o maldito que roubou o container! Com um sorrisinho cínico, Rafael cumprimentou Henry, que assim como eu, não gostou nada do intruso.

— O que faz na cidade? — perguntei de imediato. Foda-se o que ele fosse pensar.

— Visitar os meus únicos parentes vivos e o túmulo do meu querido e amado tio. Não consegui vir para o velório, tampouco para o enterro, mas fiquei em imensa tristeza ao descobrir a tragédia.

Tentei demonstrar confiança para que ele não notasse o meu medo e nervosa com tantos pensamentos negativos em mente, sorri forçado para apaziguar a situação. Henry me abraçou, como se tivesse me protegendo de alguma coisa, Rafael me olhava interessado, sequer disfarçou os olhares maliciosos para o decote do meu vestido.

— Avise a Monique que muito em breve teremos um encontro... Agradável para a nossa família. — disse, quase como uma ameaça. — Fiquei sabendo do container, não imaginei que isso pudesse acontecer algum dia.

— Estamos tentando resolver da melhor maneira possível. — expliquei sem dar muitos detalhes.

Rafael assentiu e encarou Henry, como se estivesse o intimidando.

— Boa noite, querida. Estou contente por ter um novo membro na família e... Quão linda você é. — sarcástico, Rafael caminhou em passos largos até um ponto de táxi.

Henry o seguiu com o olhar. Ele era audacioso, debochado e estranho, o pacote completo para mais uma dor de cabeça.

— Está indisposta para o jantar? Posso levá-la para casa e...

— Estou com vontade de curtir a noite e de que você seja meu acompanhante.

Ele sorriu, oferecendo-me o braço. Aceitei de bom grado e fomos jantar.

Em nossa conversa, resolvemos viajar, não seria uma boa opção com Rafael na cidade e Monique praticamente sozinha. Se queríamos fazer alguma coisa, seria aqui.

— Eu conheço um lugar, mas não é tão refinado como os lugares que você costuma andar. — Henry explicou.

— Eu já fui pobre, Henry. Já andei em tantos lugares e nem por isso estou morta, certo? — instiguei e ele riu.

— Ótimo. — concluiu.

Logo após o pequeno jantar, tomamos alguns copos de uísque e partimos rumo a casa noturna e desconhecido que o senhor Bianchi conhecida, no caminho ele me explicou de onde a conhecia.

— Logo após a perca traumatizante da minha virgindade, resolvi me aventurar com outras mulheres, dessa vez sobre minha vontade. — sorriu olhando pela janela da limousine. — Alguns amigos me apresentaram o lugar e por muito tempo fui cliente assíduo.

— E você já se apaixonou por alguma moça do lugar? — perguntei um pouco sem jeito.

— Está achando que vamos à um prostíbulo, senhorita Miller? — debochou, rindo de mim.

— E o que é? — perguntei curiosa, mas não obtive resposta. Henry e seus mistérios.

Trinta minutos depois e chegamos em um beco sem saída, receosa, desci do automóvel e acompanhada de Henry, caminhamos até um estabelecimento. Havia um segurança no meio da pequena porta e logo acima dela tinha os dizeres Paradiso notturno em letras brilhantes da cor vermelha. Henry falou em italiano com o homem e em questão de segundos fomos convidados a entrar.

O lugar era diferente da entrada, muito mais harmonioso. Havia pole dances espalhadas pelo grande salão, luzes coloridas e música eletrônica. Também tinham sofás aparentemente confortáveis, com mesas pequenas no centro deles. Casais beijavam-se loucamente, não só de dois parceiros, mas também de três, quatro.

Henry cumprimentou uma senhora madura, bastante maquiada e com um sotaque francês. Não entendi o que eles falaram, mas Henry me levou até o open bar.

— Aqui temos trocas de casais, ménages e tudo o que você possa querer. Basta escolher, senhorita Miller. — fomos servidos com doses de uísques.

— Não faço a mínima ideia do que fazer. Me surpreenda, por gentileza. — peguei o copinho com a bebida e bebi tudo em uma golada só.

— Ok. Você já sentiu interesses por mulheres? — perguntou na lata.

Envergonhada, pedi que me trouxessem mais bebidas. Henry me encarou, esperando a resposta.

— Tenho curiosidade. — e era verdade. Eu sempre tive curiosidades, mas meus relacionamentos monótonos não me permitiam aquilo.

— Escolha uma. — apontou com o copo para algumas mulheres que dançavam no pole dances. — Ou então, seja mais moderna e use um aplicativo de relacionamento. Vamos matar a sua curiosidade hoje. — sorriu cafajeste.

Não optei pelo aplicativo de relacionamentos, até porque uma mulher não parava de nos olhar desde a hora que chegamos. Ela era mais alta do que eu, tinha a pele retinta e cachos volumosos que a deixavam ainda mais atraente. Os seios eram grandes, a cintura fina e as pernas grossas mostravam que ela não era desse país. A mulher parecia esculpida e foi ela que me chamou a atenção.

— Já achei. — levantei o copo em direção a ela, que entendeu de imediato.

O interesse era recíproco como pensei.

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Eita, tem cabaré essa noite? 🔥
Próximo capítulo peço que ativem o modo safadeza, porque vou dar o melhor de mim kkkkk.

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now