Capítulo 73

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Maia Alencar 📍

(Pode conter alguns gatilhos)


Não sabia ao certo quando tinha chegado nesse lugar.

Estava vendada desde que cheguei aqui, escutei vozes, barulhos de gente ao meu lado, da porta se abrindo e fechando todo a hora, mas era impedida de olhar tudo.

No primeiro dia eles me mantiveram assim, vendada, com os pulsos presos e eu chuto por estar em cima de uma cama, não me deram nada pra beber ou comer. Eu Fiquei literalmente o dia assim, só escutando vozes do lado de fora.

Quando foi no dia seguinte pela amanhã um homem entrou nesse lugar.

Ainda vendada fico atenta escutando os passos cada vez mais forte do meu lado. Sou pega pelo braço me arrastam me fazendo levantar e colocam sentada sobre uma cadeira, de repente puxam a venda e meus olhos tentam se acostumar com a claridade que não era muita.

Quando estabilizei a visão encaro um homem parado na minha frente me causando medo.

Eles tava parado cercado por mais dois ao seu lado muito bem armados. O cara mais velho na minha frente me analisava toda, era bem velho, barba grande branca, não tinha cabelo, não usava blusa e no seu cordão estava exposto todo o ouro que carregava, ele tava com uma arma ao lado da sua cintura.

— Toma — ele diz me entregando uma garrafinha de água.

Meus pulsos foram soltos por outro homem, ele era mais novo, pele escura, o braço coberto de tatuagem e tinha uma cicatriz no rosto. Do outro lado o cara carregava uma arma que já vi o Juan usando, era uma das grandes, esse também não usava camisa, estar na presença desses três homens me dava arrepio de medo.

Não sabia o que eles queiram, não sabia o que eles iam fazer comigo. Só sabia que queria voltar pra casa.

Pego a garrafa sabendo ou não se podia beber, tomei um gole gigante com tamanha sede em que sentia.

— Agora nós dois vamos ter uma conversa — o velho diz, os dois saem dessa sala.

Observo o lugar em que estava e era decadente. Não tinha uma cama, era apenas um colchão em que eu estava, não tinha nenhum iluminação a não ser pela janela redonda e pequena que entrava o sol me fazendo saber que era de manhã ou tarde, a luz era amarela a única que tinha. O cheiro era insuportável, parecia de urina e tava sendo abafado por esse ambiente que não circulava nenhum ar, meu estômago revira vendo o chão nojento.

— Quem é você ? — faço a pergunta óbvia, eu ainda não estava entendendo o que ele queria.

Minha vontade era de chorar.

— Pergunta errada — respiro fundo controlando a ânsia de sentir o odor desse lugar — Sou eu quem faço as perguntas aqui Maia — diz meu nome.

Encaro ele sem saber como ele sabia do meu nome.

— Preciso que você me ajude com uma coisa, menina — ele se senta na minha frente.

A mesa quadrada de quatro lugares onde nós dois estávamos.

Não respondo, fico quieta encarando ele.

Cristo... Nesse momento eu estaria em casa, rodeada das pessoas que eu mais gosto, agora eu me encontrava em um terrível situação onde eu nunca pensei estar ou imaginar. Quando vejo por mim já estou chorando silenciosamente, me perguntando qual foi o meu pecado, pra essa ser a minha penitência.

— Engole o choro — encaro fixo o ponto da parede na minha frente — Ainda não te fiz nada, não sei o motivo do choro.

Eu sinto um nó na minha garganta, a sensação ruim de que fariam alguma coisa comigo. Estava rodeada de homens e nem ao certo sabia onde estava.

MEU PECADO (MORRO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora