Capítulo 46

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Escorpião 📍





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Acomemoração já tava rolando, era oito horas e a comida aqui rendia que nem água, tudo ajuda aqui dos cara. Quando o líder desse projeto veio falar comigo pedindo liberdade pra fazer aqui não pensei em duas vezes em deixar, a ideia é maneirinho e é uma forma de ajudar as crianças daqui tá ligado, achei a parada ótima. Os três garotos que conseguiram a bolsa pra entrar no time de futebol, pra treinar essas paradas toda tava na minha frente, as três crianças comemoravam por ter essa chance.

Jogador de futebol era também o que eu queria ser quando criança, imagina só a parada que ia ser diferente na minha vida se alguém chegasse que nem esse cara pra fazer as crianças da favela conseguir algo melhor pra vida delas, tudo ia ser melhor.

— Aí vi a Raquel passando aqui te procurando — Mindinho fala ao meu lado — A garota tava toda arrumada te procurando — deu risada — Deu até pena, mas aí eu lembrei que era ela.

— Falando nela — meu celular toca vendo seu nome — Tá se fazendo porque eu falei que não ia — desligo a chamada.

— É isso parceiro, até que enfim disse algo inteligente — como o cachorro quente — Como sou teu brother, vou ficar de olho nela pra tu, se chegar perto mando mensagem pra tu se enfiar no boeiro — olho pra ele que disse algo muito estúpido, mas ele falou tão sério que deixei pra lá.

Na mesa distante aquele cara ainda continuava aqui, não entendi porque ele ainda tá aqui se o cara já tirou a foto, tava comendo com a a Maia do seu lado que falava entretida com ele.

— Tá com essa cara aí por quê ? — Mindinho se encosta na parede ao meu lado.

— Não gostei daquele cara — falo simples.

— O fotógrafo ? — concordo com a cabeça, o cara começa a rir do meu lado — O cara mó gente boa pô, trocou dois papos comigo e achei ele gente boa.

— É mermo ? — encaro ele — Mó otário esse Davi, tô falando, senti uma parada boa não quando vi ele.

E tô falando pô, esse cara dele não engana, já vi muitos por aí que se paga de bom, mas na verdade não é nada disso.

— Tem certeza que é isso ou tu tá com ciúmes ? — me deu mó vontade de bater nesse mongol com essas perguntas estúpidas.

— Que ciúmes parceiro, não tem ninguém com ciúmes aqui — a lá o cara passou a mão por cima do ombro dele e ainda deixa, aí comigo quer vim cheia de gracinha, falo nada.

É uma ciumeira atrás da outra, ter que dividir seu corpo sua boca... — canta do meu lado, chega doeu o ouvido — Papo de brother aqui, mandar a real pra tu, tu não sabe tratar uma mulher da melhor forma.

— Vai falar que ele é melhor que eu também ?

— Também ? — ri — Fica chateadinho não parceiro, o que tu tem de gostoso tu tem de burro — como o último pedaço do cachorro quente — Dá pra ver que a Maia gosta dessas coisas de meninhas, gosta de atenção e a carinho — aí temos um grande problema, porque eu não gosto.

Não é nada contra ela ou de quem gosta de ser tratado assim, só que porra não gosto de grude, não sou demostrar e muito menos ficar de agarramento e dando carinho pra pessoa.

Com a Bárbara eu nunca fiz isso, mesmo na vida que a gente levava, não fui de demonstrar, fazia o que ela me pedia porque ela tava grávida, a idéia de criar uma filha foi o que mais quis naquele momento. Com ela não existia nada fofinho e nem esses bagulho, fiz o básico pra ela, nunca me esforcei, só quando se tratava da criança.

MEU PECADO (MORRO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora