Capítulo 72

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Juan César 📍





— Bora que a gente já perdeu tempo demais — coloquei a blusa de novo.

— Ah sim, e foi culpa de quem ? — olho pra ela que revira os olhos terminando de fechar sua blusa com botão.

Puxei a cortina vermelha, segurei sua mão entrelaçando os nossos dedos e puxei ela daquele lugar, joguei a camisinha cheia na lixeira que tinha ali mermo, eu acho que era uma lixeira.

— Eu ainda não acredito que fiz isso — murmura baixo, na verdade nem eu acredito que ela tinha aceitado.

Acho que a saudade falou mais alto que qualquer lucidez que nós dois têm. Nem deu pra segurar.

— Pô nem eu acredito nisso — sorri pra ela que me olhava brava.

— Para de debochar dessa situação que eu tô com vergonha — dou risada.

Nós dois saímos do local em direção ao Lucas e o Vitor, onde eu tinha deixado os dois e os outros, espero que não tenham feito alguma merda. Ando rápido com ela quase correndo do meu lado pra me alcançar, apesar de ser alto parecido meio lerda de acompanhar meu ritmo.

— Por que a gente tá correndo ? 

— Não posso ficar dando bobeira aqui não.

De volta pelo corredor de onde vim, no fundo vejo os caras lá no final sentados em uma cadeira ? Caralho, tá de sacanagem, não tinha mais duas freiras e sim três a mais. Vou chegando mais perto com ela do meu lado, vejo eles conversando normalmente, deu até vontade de perguntar se queriam uma bebida do jeito descontraído que estavam.

Eu não acredito nisso.

Fico pensando aqui se alguém invadisse aqui ia matar eles em um segundo, dá bobeira até em horário de trabalho.

— O que tá acontecendo ? — peguntou quando paro no meio da rodinha de bandidos e freiras.

— Essa é a Cláudia, ela tá contando algumas coisas da vida dela, foi sofrida brother — Lucas me olha — Mulheres de fé.

Não era possível isso. Mindinho tinha alguma deficiência no cérebro, porque ele não era normal.

— E cadê a Maia ? — ele pergunta ainda me olhando.

Apontei pra ela do meu lado, Mindinho deu um salto da cadeira arregalando os olhos.

— Achei que fosse alguma senhora com essa roupa — abraça ela — Com todo o respeito.

— Muito engraçado você — ela abraça de volta, Vt também vem abraçando a garota, tenho que ficar parado esperando o reencontro dos três — Saudades de vocês.

— Como você tá ? — Vt pergunta quando os três se separam.

As mulheres ficaram olhando entre eu e os três, também fiquei encarando elas, até a garota mais nova que parecia ter a minha idade aparentemente.

— Estou ótima — puxa eles de novo abraçando.

— Eu sei que tá ótimo aí, mas a gente tem que ir embora logo — falo.

— Por que você tá com cheiro estranho ? — Lucas me ignora.

— Que cheiro ? — ela pergunta.

— Sei lá... — começa a cheirar ela que nem um cachorrinho — Esse cheiro — me olha — Não acredito — olha pra ela, na verdade pra nós dois — Por isso demoraram tanto ? Achei que tu tivesse se perdido.

— Sei do que tu tá falando não — me faço porque eu tinha entendido, Maia não demorou muito pra entender e fica com vergonha.

— Isso é uma pouca... — antes que ele termine interrompi.

MEU PECADO (MORRO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora