Capítulo 38

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| Escorpião 📍 |







— Kt meu parceiro quanto tempo ? — fecho a porta da sala — Me diz como foi tua estadia aqui ? — saco a minha arma e ponho ela na mesa ao lado dele — Os cara tão te tratando bem ? — tiro sarro da cara dele, o mesmo nem consegue abrir os olhos ou falar direito — Ou — chuto sua perna — Tá vivo ? — ele resmunga e me olha.

Um olho aberto e o outro fechado, na verdade dava nem pra ver o olho dele direito, inchado e meio roxo, sei lá que porra era aquela cor.

Mas era assim que a gente tratava facção rival, o cara quis entrar no meu morro e achar que ia entrar sem ter nenhuma consequência tinha que ser burro demais.

— Já tá pronto pra falar ? — paro a sua frente, me abaixo pouco pra ficar na sua altura já que ele estava sentado e preso na cadeira, mó mordomia.

Ele fica em silêncio.

— Porra pensei que tu fosse inteligente Kt — nego com a cabeça — Dias aqui sendo torturado e não vai abrir a boca ? — olha o miliciano, de cabelo claro e pele pálida, o cara já tava virando um cadáver, deve ser esse cheiro ruim.

— Vai se fuder — sussurrou no fio de voz, rio na cara dele com essa audácia.

— Batoré — olho pro único cara que tava na sala de tortura comigo — Pode trazer — aperto os olhos analisando todo o homem — Bom... Já que tu não quer cooperar comigo, bora fazer do jeito mais difícil, mas quero que saiba, que isso foi total escolha sua — bate de leve no seu rosto fazendo ele me olhar.

Logo em seguida Batoré saí, ando pelo lugar e me apoio na parede na frente dele, longe, mas quieto para observar sua reação.

No mesmo instante a porta é aberta, Batoré passa com sua mulher ao lado, o pano cobria seus olhos, ela chorava bem baixo, a mão amarrada em uma corda na frente. Sorrio assim que consigo a devida atenção do homem em que queria.

— Mara — ele tenta se mexer na cadeira, a perna fudida dele estava amarrada com um pano e uma corda, como uma tentativa de parar o sangue, mas isso tem dias, do jeito que está, aposto que nem mexe mais — Solta a minha mulher ! — grita.

— Ué tá com voz agora ? — tiro sarro da voz que até agora era quase inaudível — Trás ela aqui — o mano vem trazendo ela, encosto nela que se retrai — Calma senhora, olha o estresse — tiro sua venda.

Seus olhos vermelhos, se tremia, olho pra barriga dela que estava grande e engulo em seco sentindo o coração palpitar.

— Quantos meses ? — pergunto a ela.

Espero sua resposta, seguro no seu braço e venho andando até o seu marido.

— Se eu fiz uma pergunta, o normal é responder não é Mara ? — agarro seu rosto que fecha os olhos.

— Vou completar sete meses — solto seu rosto, mas ainda seguro seu braço.

— Caralho já já a criança tá nascendo — balanço a cabeça — Passa muito rápido né Batoré — ele concorda comigo.

— O que você quer fazendo esse tipo de jogo ? — olho pro homem que fala com raiva — Solta a minha mulher, você é doente ? Não vê que ela está grávida ?

— Vejo, é claro que vejo, inclusive parabéns pra família.

— Seu filho da puta, solta ela ! — ela começa a chorar e se balançar na cadeira, todo um teatro digno de pena, porque não podeira e nem vou voltar atrás pra ter o que eu quero.

— Você só tem apenas umas perguntas pra me responder, caso não queria, ela — trago ela pra minha frente — Morre.

— Não, por favor não — Mara chora — Meu filho por favor, não quero perder ele.

MEU PECADO (MORRO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora