Letters to Auradon

3x03: Uma Capitã Habilidosa

— Pronta pra irmos? —Jay perguntou olhando Mal que amarrava o cabelo em um rabo de cavalo

— Sim, certeza que os guardas já estão na Ilha?

— Carlos foi confirmar pouco antes de você acordar. Tem certeza que está bem? Você queimou na febre a noite toda

— Eu estou bem, Jay

Os dois olharam para a janela quando Carlos passou por ela.

— Os guardas estão na Ilha, mas nenhum sinal da Gothel e o elixir que ela nos deu para ajudar com as dores do veneno acabou — Carlos tirou do bolso um frasco com apenas resquícios do antigo remédio

— Ela sempre some quando a gente precisa dela, está fazendo agora e fez o mesmo no dia do parto dos gêmeos — Jay reclamou

— Não faz mal, eu tomei aquele chá de ervas que a Evie me obriga

— Ela disse que é para ajudar com o ferimento — Carlos se abaixou para amarrar o cadarço da amiga

— E ajuda, mas tem gosto de morte

— Você consegue aguentar a dor até chegarmos em Auradon?

— Consigo. Agora vamos

Durante o trajeto de vinte minutos, os três chegaram na entrada da ilha já avistando uma grande quantia de pessoas, os guardas tentavam manter a ordem mas um caos estava se iniciando. Mal se agarrou em Jay sentindo a visão desfocada e cada som parecia dez vezes mais alto dentro de sua cabeça.

— Mal? O que está sentindo? — alguém tocou seu ombro e ela ouviu uma voz masculina, não era Carlos nem Jay

— Temos que tirar ela dessa bagunça Ben — após as palavras de Carlos, ela levantou a cabeça vendo a silhueta distorcida do rei

Benjamin lhes disse para evitar a maioria das pessoas e tentar chegar ao ônibus mais afastado enquanto os guardas apaziguavam a situação. Jay guiou Mal pelo caminho que Ben disse e quando estavam a pouco menos de dois metros do ônibus houve uma grande confusão. As pessoas assustadas vieram até onde estavam e parecia haver ainda mais gente. Todas correndo para entrar nos ônibus, para sair logo na ilha e algumas implorando por ajuda devido a algum ferimento por menor que fosse, aquilo se tornou uma grande balbúrdia. 

Para tentar conter a desordem, os guardas começaram a puxar os que estavam mais próximos para dentro dos ônibus e os que ficassem seriam resgatados depois, nem se quisessem caberiam todos naqueles ônibus de uma só vez. Porém todos queriam entrar e um aglomerado se juntou perto dos ônibus, Jay sentiu o braço de Mal se soltar bruscamente do seu. Ele tentou olhar para trás e procurá-la, mas foi empurrado para dentro do ônibus e mais pessoas haviam entrado o impossibilitando de sair. Ele olhou freneticamente pelas janelas procurando algum sinal da garota que sempre se destacava na multidão devido aos seus cabelos roxos, mas Jay não viu nada.

Seu corpo vacilou de leve quando o ônibus começou a se mover. Então ele sentiu uma mão em seu ombro o virando, o rapaz encontrou os olhos aflitos de Carlos.

— Onde ela está?

[...]

— Como assim se perderam dela?! — Evie bradou agarrando o colarinho de Jay. Todo o alivio e alegria que sentiu ao ver os amigos deram lugar à preocupação

— Foi tudo muito rápido, ela foi arrancada de nós e antes que pudéssemos fazer alguma coisa fomos colocados dentro do ônibus e ele começou a andar — Carlos explicou soltando as mãos de Evie do pescoço do amigo

— Então a Mal está ferida, fraca, sozinha naquela ilha, e bem longe da nossa casa? — a voz de Aziz era calma apesar do evidente estresse em seu rosto