3x01: Tentando Sobreviver

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Seis anos se passaram desde que Benjamin havia sido coroado rei. Nesse tempo, ele governou Auradon de forma justa, sempre prezando pelo bem de seu povo.

Então algo que todos temiam aconteceu. Os vilões haviam se rebelado como nunca, uns contra os outros. Agora não eram os malvados contra os bonzinhos, trevas e sombras disputavam entre si por poder. Tudo estava um caos, ao longo de três semanas os moradores da ilha adormeciam e acordavam ao som de tiros, gritos, explosões. Parecia que aquilo não iria acabar até que alguém de fora interviesse e era exatamente o que rei Benjamin tentava fazer. Quando a menor pedra de seu reino tremeu com um estrondo vindo da ilha há pouco mais de uma semana, o rei decidiu dar um fim naquilo.

Toda Auradon estava assustada e cobrando uma atitude do rei, se exaltaram ainda mais quando a barreira que cobria a ilha dos vilões começou a formar rachaduras como se fosse a cúpula de vidro que anos atrás guardava a rosa do rei Fera. Fada Madrinha e outros seres mágicos determinaram que a razão daquilo acontecer era devido ao excesso de negatividade e maldade acontecendo sob barreira, a qual foi feita a base de pura bondade e agora estava começando a ceder, como quando um balão se enche demais e uma hora estoura. Com a autorização do rei, Fada Madrinha usou sua varinha mágica para reforçar a barreira, mas a mulher aconselhou Benjamin a dar um fim naquilo o mais rápido possível, pois além de um possível risco dela se romper de vez, reforçar a barreira não ia acabar com aquela guerra e sim mostrar egoísmo da parte real, dando a entender que só estava preocupado com o próprio povo e não com as centenas de vidas em risco sob aquele domo.

Benjamin então recrutou vários guardas para prender rebeldes e possíveis líderes daqueles atentados, também foram paramédicos para salvar os feridos, além de resgatarem todas as pessoas que só queriam fugir daquela situação hedionda. Logo chegaram na Ilha, os veículos que seriam usados tanto para o resgate quanto para a prisão dos delinquentes ficaram posicionados na entrada da Ilha perto do limite da barreira enquanto os paramédicos e guardas vasculhavam a área. Esse ato se estendeu por toda a semana, e sempre pareciam ter mais vítimas que no dia anterior, aquilo estava fora do controle. Diversas vezes os guardas reais foram atacados pelos vilões, alguns foram mortos, outros ficaram gravemente feridos.

Mesmo com o perigo evidente, Ben estava presente em cada ida à Ilha. Naquela tarde, o rei percorria cuidadosamente as ruas medíocres acompanhado de um de seus guardas, a atmosfera do local era sufocante com aquele odor de pólvora, sangue, lama; havia destroços em todo lugar, casas que foram ao chão, balas perdidas e como era de se esperar... corpos. Ao mesmo tempo que se sufocava com o ar da ilha, Ben era nocauteado pela nostalgia tendo lembranças de Mal e ele correndo pelos becos após roubarem alguma coisa. Ele tentava ao máximo não pensar nela, mas era inevitável. Todas as noites se perguntava como ela estaria, se estaria viva ou entre os resgatados ou apenas mais um corpo esperando por uma cova.

Pior do que ter certeza, é viver na dúvida.

Eles passaram por algumas ruas isoladas, e por onde iam era possível ver as marcas do caos nas rachaduras das paredes além de todo o sangue que coloria o chão enlamaçado. A noite se aproximava rapidamente, já haviam resgatado diversas pessoas e quase era hora de encerrarem as patrulhas daquele dia. Passando por um beco, o rei parou ao ouvir um barulho vindo detrás de umas latas de lixo tombadas, o guarda ficou a postos.

— Não queremos fazer mal, vim ajudar, por favor apareça — ele disse com calma e dois garotinhos levantaram as cabeças com medo, estavam sujos e com alguns machucados pelo corpo — Onde estão seus pais?

— Morreram — disse o mais velho deles

— Eu sou o Ben vou levá-los para Auradon e cuidar de vocês — falou e as crianças concordaram após desconfiarem um pouco — Leve as crianças — ordenou

Letters to AuradonWhere stories live. Discover now