2x14: Perdão

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Cerca de duas horas depois, Bela já havia conseguido um berço confortável e luxuoso, um carrinho e uma banheira para os bebês. Mal logo tratou de dar banho neles pensando que isso os acalmaria um pouco por não estarem acostumados com o clima quente de Auradon.
Quando a noite chegou, Mal lutava para acalmar o filho que começou a chorar e não parava por nada.

— Pra quê esse choro Neal? Você está irritando sua irmã — ela disse acariciando o rosto do bebê

Logo Bela também começou a chorar e nisso alguém bateu na porta. Mal foi rapidamente até lá vendo Ben do outro lado.

— Sim?

— An… precisa de ajuda? — perguntou ao ouvir os choros

— Eu devia ter trago ao menos a Evie comigo

— Talvez eu possa ajudar — ele falou e Mal abriu mais a porta

— Não é fome nem fralda suja. É só birra mesmo

Ela disse fechando a porta e indo com Ben até os bebês na cama. Os dois estavam com roupinhas brancas com detalhes em azul claro.

— Sei que são um casal e tem algumas diferenças, mas qual é qual? — Ben perguntou rindo

— Eu sei, eles se parecem muito. Eu tirei a tiara da Bela — ela disse colocando a tiara de pano azul na cabeça do bebê à esquerda — Ela não gosta muito de acessórios — falou ouvindo o choro da pequena aumentar — Viu só

Mal retirou a tiara e pegou a bebê a balançando. Ben olhou Neal que ainda chorava e se virou para Mal.

— Posso pegá-lo?

— Pode, Claro

Ela afirmou e com cuidado Ben pegou o bebê nos braços e seguiu o exemplo de Mal e o balançou de leve. Aos poucos Neal cessou o choro quando Ben ajeitou a chupeta em sua boca, Bela também foi se acalmando conforme Mal sussurrava uma música em francês para ela.

— Você não desceu para jantar, vim ver se estava tudo bem — Ben disse quando o quarto ficou mais silencioso

— Eles não tiraram um cochilo desde que chegamos, eu só quero tomar um banho e dormir

— Eles estão mais calmos, se quiser eu fico de olho neles enquanto você toma banho

— Faria isso?

— Claro. Vai lá

— Valeu Ben — ela disse colocando Bela no berço — Não deixa o Neal sem chupeta senão ele volta a chorar

Mal disse antes de seguir para o banheiro e Ben continuou a balançar Neal que tinha os olhos fixos em seu rosto. O rei o olhou de volta vendo a cópia exata dos olhos de Mal, aquele verde intenso que o deixava maravilhado.
Minutos depois, vendo que o bebê estava ficando sonolento, Ben o colocou no berço ao lado da irmã já adormecida e ficou observando os dois até sair do transe ao ouvir a porta do banheiro se abrindo.

— Demorei? — Mal perguntou secando os cabelos com uma toalha

— Nem um pouco — ele disse olhando para Mal que vestia uma regata cinza e um short preto, ambos justos ao corpo, e foi quando Ben reparou que seu corpo ainda era magro, porém estava mais curvilíneo. Especialmente no busto e nos quadris. Ben se pegou a olhando fixamente, a admirando como nunca, mas como não poderia? Ela estava ainda mais linda.

— E, como vai o pessoal? Sabe, Jane, Doug? Evie ainda pensa muito nele — disse se sentando na cama e Ben se sentou na sua frente

— Estão bem, o Doug também ainda pensa muito nela. Quando Aziz veio até aqui falando que a Evie quem teria um bebê, eu tentei não contar a ele, mas não consegui. Ele ficou arrasado

— Eu imagino. Conte a verdade para ele, não é justo que sofra por causa daquela mentira

— Eu concordo. Falarei com ele depois — ele disse então se lembrou — Mal, no dia da coroação Jane te entregou seu colar? — perguntou baixo

— Caralho, eu esqueci de comentar isso com você! — ela disse também diminuindo a voz — O que vocês tinham na cabeça?

— Não era justo tirarem sua magia. Mas e então, você a pegou de volta não foi?

— Sim, eu peguei. Aliás, lembra que Audrey me acertou com a magia da varinha? — perguntou vendo ele afirmar — Acho que só fiquei bem porque eu tinha minha magia de volta, senão eu poderia ter morrido na mesma hora

— Ainda bem que não aconteceu

— Eu consegui minha magia de volta, mas logo em seguida voltei para a Ilha e nem tive a chance de usá-la. Tipo para fazer coisas assim… — ela disse e seus olhos brilharam e seu cabelo que antes estava molhado se secou e ficou tão belo quanto naquela manhã

— Isso é tão lindo! Você é linda — ele sorriu a olhando — Não entendo porque a magia é proibida

— Eu até entendo sabe, a magia pode mexer com a cabeça das pessoas, fazer com que elas se sintam poderosas e isso pode acabar mal

— Não acho que se aplique a você

— Infelizmente não posso te dar certeza disso, se eu tivesse livre acesso à magia, acho que eu seria uma fada muito poderosa — ela brincou o fazendo sorrir

— Mas você já não é uma? — Ben perguntou pondo uma mecha de cabelo dela atrás da orelha, então seus olhos caíram sobre o colar que ela usava. Era o colar que ele havia lhe dado e junto do pingente estava seu anel — Você ainda usa

— Uso, mas não com o mesmo significado

— O que quer dizer?

— Após eu ter voltado para a Ilha e depois que você não respondeu às cartas, eu fiz desses objetos um lembrete de nunca me apaixonar novamente — ela falou e Ben suspirou olhando para o lado

— Me desculpa

— Foi culpa da Audrey, ela que se livrou das cartas antes que você pudesse lê-las

— Eu podia ter evitado tudo isso na coroação. Você me perdoa? Por não ter protegido você? Consegue me perdoar?

Ben perguntou a olhando nos olhos, Mal sorriu de leve.

— Eu perdoo — falou vendo Ben sorrir

O garoto não hesitou em se jogar em Mal lhe dando um forte abraço que foi retribuído no mesmo instante. Ao se separarem lentamente, seus rostos estavam bem próximos e começaram a se aproximar ainda mais. Então quando sentiram seus lábios roçarem, um resmungo vindo do berço foi ouvido os trazendo de volta à realidade.
Mal riu e foi até o filho que ameaçava chorar, pois a chupeta caiu de sua boca.

— É melhor eu ir. Tenho uma reunião pela manhã — ele disse se levantando

— Vai conversar com o Conselho?

— Sim, espero que dê certo

— Eu também

Ben se aproximou de Mal e lhe deu um beijo demorado na bochecha causando um arrepio na garota.

— Boa noite, Maly — ele sussurrou em seu ouvido

— Boa noite — sua voz quase não saiu

Ben falar daquela maneira em seu ouvido depois de quase terem se beijado, acabou mexendo com sua cabeça. E as malditas borboletas em seu estômago voltaram.
O rapaz se afastou dela e saiu do quarto. Mal continuou olhando para a porta e mordeu o lábio inferior com os pensamentos em Ben.
Enquanto o mesmo, ainda estava com a mão na maçaneta, pensando se deveria ou não entrar novamente no quarto. Então se convenceu de que era melhor deixar Mal em paz, pelo menos naquela noite.

Letters to AuradonWhere stories live. Discover now