1x15: Promessas de um Reencontro

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Mal viu uma carta que estava separada das demais e a pegou.

Ela leu o que dizia atrás "Para o rei dos Estados Unidos de Auradon."

A garota franziu o cenho e abriu o envelope tirando a carta de lá. Seu coração parou ao ler a primeira linha.

"Caro pai,

Faz cerca de dois meses que estou na Ilha dos Perdidos, descobri muita coisa.

Ninguém aqui tem piedade e é cada um por si. Se não for mau o suficiente, você é humilhado. Se quiser algo, deve pegá-lo sem se importar com os outros.

Os vilões são traiçoeiros e cruéis, e ensinam seus filhos desde cedo a serem piores que eles. Também existe muita rivalidade, entre gangues, entre famílias. A situação é deplorável.

Não existe a mera menção das palavras "por favor" e "obrigado(a)". Todos só se importam consigo mesmos.

Não há honestidade ou amizade, todos mentem, enganam, e acredito que sejam incapazes de ter quaisquer sentimentos, muito menos amar. Inclusive, eles têm repulsa da palavra "amor", ela é praticamente proibida de ser pronunciada, muito menos de ser sentida.

São pessoas horríveis e devem permanecer onde estão. Não existe nada além de interesse próprio.

Voltarei em alguns dias, e poderemos conversar pessoalmente e discutir sobre o que deve ser feito em relação aos vilões.

Atenciosamente, seu filho Benjamin Florian."

Os dedos de Mal seguravam fortemente a carta chegando a amassá-la.

Uma lágrima caiu no papel borrando um pouco a tinta. A garota tentava processar tudo que havia lido. Ela sentia raiva, muita raiva, se sentia traída e usada.

— Mal? — Ben chamou a garota que estava de costas para ele

Ela não respondeu, nem se mexeu. Ben então se levantou, vestiu sua calça que estava no chão e se aproximou da garota.

Ele paralisou ao ver o que ela tinha em mãos.

— Mal.. — ele começou mas a garota jogou a carta no chão, secou a única lágrima que escorreu em seu rosto, saiu de perto de Ben e começou a vestir sua calça e calçar suas botas com pressa — Eu posso explicar

— Não quero que me explique nada, já li o suficiente

— Você não entende.. — ele disse e ela ficou de frente para ele

— Tem razão, eu não entendo. Não entendo como fui fraca a ponto de cair no seu papinho, de me deixar levar pelos meus sentimentos, os quais você nem acredita que eu tenho. Fui fraca por acreditar em você, por me entregar a você.

— Por favor me deixe explicar — ele pediu

— Poupe seu tempo, eu não quero ouvir. É melhor atravessar aquela ponte mágica e ir pro seu reino das alegrias

— Mal, por favor. Eu te amo — ele tentou se aproximar mas ela recuou

— Me ama?! Se me amasse, teria me contado a verdade. Você mentiu pra mim sobre quem você era, e quais eram suas verdadeiras intenções aqui — ela disse com raiva e Ben reparou que ela aos poucos ficava vermelha e os olhos dela estavam marejados, mas nenhuma lágrima se atrevia a molhar seu rosto

— Não é nada disso!

— Mas claro, como posso falar que você não me ama, quando eu sequer sei o que é o amor?! Até porque eu não tenho sentimentos. Pelas trevas! Como não percebi que esse tempo todo você só queria me levar pra cama!

Letters to AuradonWhere stories live. Discover now