Capítulo - 1

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Cá estou eu, em mais uma consulta com o psicólogo. Ele está tagalerando algo sobre amor próprio, porém estou presa em meus pensamentos enquanto meu olhar permanece no aquário de peixinhos.

— Harin?

Volto a realidade após o psicológico me cutucar.

— Sim? — encaro o psicólogo.

— Você escutou oque eu te disse? — ele ajeita seus óculos.

Provavelmente tem mais de cinquenta anos

Desculpe, eu não escutei, eu estava prestando atenção nos peixes — olho novamente para o aquário.

— Oque você está pensando?

— Os peixes... não é maldade os manter preso nessa pequena caixa de vidro?

— Eles recebem comida todos os dias e estão em segurança, sem probabilidades de serem pegos por algum predador — o psicólogo me observa com atenção.

— Eu sei como ele se sente...estar em um lugar diferente de onde nasceu...se sentir preso...

— Você diz isso porque sente falta de seu país? Você não se sente bem aqui?

— Eu sou uma norte-coreana na Coréia do Sul doutor, eu nunca vou me sentir bem aqui...— encaro ele — sou como as outras pessoas e ao mesmo tempo sou tão diferente.

— Parecida porém diferente?

— Tenho traços asiáticos como todos aqui, porém me tratam como um bicho ao descobrir de onde eu vim...me tratam de maneira diferente...como seu eu não merecesse estar aqui...como se eu não fosse bem vinda aqui...e acredito que não sou...

— Você precisa de um tempo para se acostumar, existe pessoas boas, que vão lhe fazer se sentir em casa aqui.

— Eu nunca vou me sentir em casa aqui...

Encaro o relógio na parede vendo as horas.

— Bom, esse é o fim da consulta doutor — me levanto.

— Te vejo semana que vem Harin, e por favor, pratique o que conversamos, tente socializar e se abrir mais para as pessoas.

— Claro...— abro a porta saindo da sala.

Que não...

****

Saio do prédio onde fica a sala de atendimento, estou me encaminhando para minha casa onde moro com minha mãe norte-coreana e meu pai sul-coreano. Foi ele que nos ajudou a fugir da Coréia do norte. Moramos aqui só a alguns meses.

Ponho meus fones de ouvido enquanto caminho de volta para casa.

Paro um instante e olho por uma vitrine vendo um lindo vestido.

Oh, que valor absurdo

Faço menção de voltar a caminhar, porém acabo esbarrando em alguém e meus fones saiem dos meus ouvidos caindo no chão junto do meu celular.

— Oh, me desculpe, eu não havia percebido você — ele se abaixa pegando o celular e o fone.

— Está tudo bem — dou um sorriso simpático e pego minhas coisas com ele.

— Me desculpe mesmo!.

— Relaxa!

— Oh que falta de educação a minha, eu nem perguntei o seu nome.

— Me chamo Harin.

— Sou Jimin, muito prazer Harin — ele estende a mão simpático.

— O prazer é todo meu — pego na mão dele.

𝐂𝐫𝐚𝐳𝐲 𝐋𝐨𝐯𝐞 Where stories live. Discover now