— Mas você esqueceu de uma coisa... Giancarlo controla o hotel, ou seja, qualquer um pode entrar se for da vontade dele. — lembrei e ela continuou pensando.

— Ele não seria burro de mandar qualquer um entrar no hotel, as pessoas iriam desconfiar e testemunhariam contra o suposto sequestrador. A maior parte dos ricos que são frequentadores são fofoqueiros e percebem tudo... Henry, alguém do nosso convívio pegou Olívia! Está na cara!

E fazia sentido se fossemos pensar por esse lado. Giancarlo não seria tão burro a ponto de mandar um sequestrador qualquer para o hotel, as pessoas desconfiariam até demais, elas sempre estão atentas à tudo. Nós fomos até a minha suíte e passamos o resto da noite tentando achar uma solução para descobrirmos o paradeiro de Olívia. Ao amanhecer, decidimos ir até a estrada onde seu celular mostrou e para afirmar nossas suspeitas, o aparelho realmente estava lá. Monique me olhou preocupada.

— Precisamos pedir ajuda ao meu pai. Ele é o único que pode nos ajudar.

— O quê? Você enlouqueceu? — perguntei perplexo.

— E você prefere pedir ao seu para libertar Olívia? Sabemos que tudo isso é culpa sua!

— Culpa minha?

— Você virou as costas para o seu pai sabendo o monstro que ele é. E agora ele fará de tudo para te atingir, inclusive em ceifar a vida de uma inocente! — rosnou com o rosto vermelho devido ao sol.

— Pelo amor de Deus... Olha a merda que você acabou de dizer! Acha que eu queria que isso acontecesse? Eu jamais colocaria a vida de Olivia em risco! JAMAIS!

Monique me deu as costas e entrou no carro, em um movimento rápido fiz o mesmo. Já não tínhamos escolhas, tudo estava indo conforme a vontade de meu pai.

E se ele queria a minha aliança para manter Olívia viva, era isso que eu faria! Mandei uma mensagem para ele, exigindo que ele viesse ao meu encontro. Monique permaneceu em silêncio até chegarmos ao hotel.

Giancarlo respondeu que logo logo estaria a caminho. Obviamente, passei o resto daquela segunda-feira em completa ansiedade.

Tudo que estava acontecendo era minha culpa! Se Matteo continuasse no hospital, Giancarlo não entenderia como uma afronta à ele e tudo estaria bem, Olívia estaria ao meu lado e nada... Nada seria capaz de nos atrapalhar.

Como todas as suspeitas estavam certas, meu pai não estava em Seattle e sim em Los Angeles. Ele nem se deu ao trabalho de demorar para chegar, chegou ao anoitecer, pronto para dar o bote.

— Estou satisfeito com essa rapidez, filho. Como vai? — disse ao me ver. O sorriso demoníaco em seu rosto arrancou-me um suspiro desgostoso. Sabe-se lá o que ele tinha feito com  Olívia.

— Então não pretende nem esconder o que fez? Atuar como sempre faz? Estou surpreso com a sua sandice.

— Não preciso me fingir de bom moço, não tenho nada a perder. — entrou na minha suíte, olhando todos os detalhes do lugar em si. — Sabe, Henry... Maldito homem que tenta me trair, é quase um suicídio.

— Não sou qualquer um, sou o seu filho, assim como Matteo. — ele virou-se para me olhar e assentiu.

— Como falei, não tenho nada a perder. Apesar de sermos família, não vou e nem quero abrir mão de todo o meu poder por parentes de sangue. Seria ridículo da minha parte, lutei muito para chegar onde estou. — aquelas palavras me enojaram, ele nunca se importou com nenhum de nós.

— Eu não esperava menos de você, sempre foi um péssimo pai, desde o meu nascimento até agora...

— Um péssimo pai? Eu lhe dei conforto e tudo que o dinheiro pode comprar! É um mal agradecido! — falou entre dentes.

— Isso que disse é verdade, mas sabe o que faltou? AMOR! Eu realmente acreditei que você iria mudar, que me tratava daquela forma por eu ser uma criança teimosa, mas não... Tudo mudou no instante em que me apresentou o mundo da prostituição, que você escondia debaixo dos hotéis! Me obrigou a perder a virgindade com uma daquelas mulheres...

— Eu te fiz um favor, moleque insolente! Antes que você se transformasse em uma bichinha... — um embrulho no meu estômago quase me forçou a esmurra-lo, mas Olívia estava em risco.

— Eu era uma criança! Eu só tinha quinze anos e fui OBRIGADO a me deitar com uma mulher desconhecida! E tudo por causa do seu preconceito idiota! — cuspi as palavras, sentindo uma sensação de horror ao relembrar de tudo aquilo. A forma como ele me jogou nos braços da prostitua, a mulher completamente em choque por se deitar com um moleque franzino e sem jeito nenhum para tais coisas. Foi horrível do começo ao fim! Eram traumas que eu carrego e carregarei por toda a minha vida.

— Já chega! Não vou perder o meu precioso tempo com essas acusações infundadas! Me dê licença! — ele até tentou escapar, mas fui forte o suficiente para impedi-lo.

— O que quer por Olívia? Eu sei que você está com ela. — murmurei, fazendo uma força incomum para não me afundar em lágrimas. Todo aquele assunto era um gatilho para mim.

— Ora, ora, agora estamos falando a minha língua. — sorriu, puxando o seu braço com força. — Preciso que case com Alícia Montenegro e que me dê um neto o mais rápido possível. Já deve saber quais as minhas intenções com a criança, não preciso me explicar! Estamos acordados? A latina estará de volta assim que você assinar o contrato do casamento.

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E chegamos ao capítulo 40! Que decisão difícil, hein? Será que o nosso mocinho aceitara o acordo proposto por Giancarlo?

Estou mto feliz por estarmos com 7 mil visualizações no livro e mais de 1 mil estrelinhas. Por favor, não esqueçam de votar nos capítulos! Boa quinta-feira à todos! 🥰

O livro está sendo publicado na Fizzo também, mas ele continuará disponível no perfil ;) As postagens podem ser bem mais frequentes devido à isso, então bora votar hehehe 😂  Beijoss 🥰

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now