Dura verdade

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O tema da festa não seria apenas um, mas sim, três. Já que não podíamos seguir com o tema inicial, optemos por expandir as suas nossas ideias e não nos basearmos em apenas uma.

Os temas não eram segredo desta vez, todos poderiam saber do que se tratava. Não poderia ajudar muito, mas tencionava fazer parte do festival, ajudar a organizar-lo e nem que seja apenas a detetar a quem deveriamos assustar, com o meu poder.

Segui a Bloom e o Sky que foram ter com a Terra. Uma pequena floresta já se começava a formar, e uma pequena cachoeira já se via ao fundo. Seria uma agradável floresta para se poder ver todo um tipo de espécies raras de árvores e flores.

Sentia toda a gente presente empenhada no que estavam a fazer. O Festival era sempre uma maneira para nos sentirmos mais livres e podermos fazer e explorar o nosso poder mais à vontade.

Ao chegar sentia uma preocupação vinda da Terra por isso, dou-lhe um abraço, por detrás. "Vai correr tudo bem..."

"Musa! Vieste!" Ela diz surpreendida virando-se para mim.

"Não perdia isto por nada." Sorrio.

"Estás com bom humor..." Consigo sentir a sua surpresa.

"Acho que o Riven deve ter alguma coisa haver com isso..." Fala a Bloom.

"Hum? Não sei do que falas..." E retiro-me com um sorriso nos lábios, ouvindo a Terra a chamar por mim. Era impossível esconder a minha felicidade.

Atravesso a floresta que se conecta a um pequeno afluente. Vejo a Aisha do outro lado do rio, mas estava tão concentrada que nem reparou em mim.

Vejo umas pequenas pontes de madeira a se formarem ainda que consiga ver alguns furos e tábuas de madeira em falta, o que tornavam as já frágeis pontes em instáveis. Perguntava-me se era de propósito.

Percorro o caminho até ao próximo tema, que para já ainda não tinha nada, a não ser a continuação da floresta e do rio. Talvez ainda não tenham decidido.

Saio de lá e vou ao encontro da Terra. Talvez ela saiba em que é que posso ajudar.

Acabo por fazer vários trajetos desde a estufa até à floresta, aonde se realizava o evento. As fadas da terra precisavam de várias plantas que estavam lá já prontas para serem plantadas.

Enquanto vinha para levar mais plantas, avistei o Sam na estufa e não podia deixar de seguir o que o meu coração me dizia. Sentia um aperto no peito e teria que esclarecer as coisas.

"Olá, Sam." Vou ao seu encontro.

"Musa! Também fazes parte do festival?" Fala surpreso.

"Sim, porque não? Precisam de toda a ajuda necessária."

"Verdade, quantos mais melhor." Ele concorda.

Não queria perder tempo e deixar isto para outra altura, então decido ir logo ao assunto. Por isso tento. "Queria apenas te dizer..." Suspiro. "Que não precisas de te preocupar mais comigo. Estou rodeada de pessoas boas na minha vida e, por isso, sei que apenas querem o melhor para mim."

"Eu também só quero o melhor para ti, Musa. Acredita." Ele fala numa voz meiga, sincera.

Não deixava de não acreditar. Tudo o que ele fez por mim durante este tempo que estivemos juntos, fez-me muito bem. Mas o meu coração decidiu apaixonar-se por outro alguém, por alguém que me apanhou desprevenida, que nunca pensei ser quem fosse, e essa pessoa era tudo o que eu sempre precisei do meu lado, mesmo não sabendo.

Era essa a verdade, a dura verdade. Estava cada vez mais apaixonada pelo Riven e mentiria se disse-se que não seria algo bom. Não me lembro de me sentir tão feliz.

"Acredito que sim, mas realmente não precisas..." Custa-me falar estas palavras, mas ele tinha que saber a verdade. Saber que não deveria esperar mais por mim. "Precisas de me deixar ir. Eu já tomei a minha decisão." Olho para o chão, sabendo que certamente lhe estava a partir o coração.

Ele não responde logo e sou obrigada a olhar para ele, para poder ver a sua expressão. "O que seja melhor para ti, Musa." Ele tenta me dar um sorriso. "Não quero que te sintas pressionada a estar com alguém que não queiras... Mas não te preocupes, não te vou incomodar mais." Diz e vai embora, sem me dar a chance de dizer mais alguma coisa.

Correu melhor que tinha imaginado, mas era obvio que conseguia sentir a sua tristeza ainda que a tentasse esconder bem fundo.

Mas sentia-me mais aliviada agora, como se um peso tivesse saído de mim, do meu peito. Agora poderia respirar melhor.

O resto do dia passou a correr, entre ajudar as fadas da terra, a plantar as plantas necessárias. As não venosas, porque nessas estávamos proibidos de sequer tocar ou usar para o festival.

No final do dia estava cansada e só precisava de descansar. Com o exame e com o que aconteceu depois, foi sem dúvidas, um dia em cheio, repleto de surpresas.

Estava quase a adormecer quando ouço o meu telemóvel a tocar.

Suspiro. Quem seria agora?

Surpreendo-me quando leio o nome do Riven no ecrã do meu telemóvel.

Fico em certa forma mais preocupada, porque pensei que algo se estava passar ou ele estava pior da queimadura, mas ao ler a mensagem apenas conseguia sorrir e por de lado os maus sentimentos.

Riven: Talvez amanhã te faça companhia no festival. O Professor Harvey deu-me alta. Dorme bem.

Ia responder mas certamente que a conversa se iria perlongar então decido não o fazer. Tudo o que queria era descansar, amanhã esperava-me mais trabalho mesmo não tendo aulas. Adormeço com um sorriso nos lábios.

FragmentoNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ