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Dois meses depois.
Seul, Coréia do Sul.

— Ela está tão linda – minha mãe diz, meus olhos estão tão cheios de lágrimas que embaça a visão que tenho de Gahyeon. Pisco e deixo elas escorrerem, eu tinha certeza que não ia conseguir me controlar pra não me emocionar.

— Eu sinto muito orgulho dela – respondo, e nesse momento Gahyeon segura seu diploma e tira foto com seus professores vestindo uma beca.

Sei o quanto ela lutou por isso, presenciei todas as noites que ela passou estudando e muitas vezes dormiu na sua mesa. Ela se esforçou muito na faculdade, trabalhou até a exaustão em seu estágio no hospital e agora finalmente está se formando. Isso significa muito pra ela, e por isso não posso evitar me emocionar e aplaudir o máximo que posso.

— Eu também – minha mãe sorri enquanto tira fotos dela no palco.

É uma alegria ver como a vida de Gahyeon mudou e como ela está tão feliz. Seu rosto está mais cheio agora que sua barriga começou a crescer, e o semblante muito mais feliz desde que ficou noiva de Seungmin. As coisas melhoraram muito e agora ela finalmente tem a chance de ser feliz depois de tanta coisa que nós passamos juntos.

Os fotógrafos tiram mais fotos de toda a turma, e depois a diretora encerra a cerimônia com um discurso. Os alunos descem do palco pra serem cumprimentados pelos seus familiares, e eu pego o buquê de flores que comprei pra Gahyeon da cadeira ao meu lado, e me levanto indo até ela.

Assim que eu e minha mãe nos aproximamos, avisto Seungmin, meu pai, e a senhora Lee ao lado de Gahyeon. Engulo em seco ao ver a mulher que costumava ser minha mãe, ainda é uma situação um pouco estranha, mas parece que depois que a verdade foi dita todos nós estamos lidando com isso da melhor maneira possível.

Meu pai ainda fala comigo, costumava falar muito mais quando eu ainda trabalhava na TWU, sempre me cobrando pra ser um funcionário excelente e até me ensinando o que eu não sabia. Agora que ele perdeu a direção da empresa e eu não sou mais seu funcionário, nos falamos só quando acabamos nos encontrando por conta de Gahyeon, e pra mim isso é mais que o suficiente.

Desde que perderam tudo, eles estão morando em uma casa mais simples e tentando viver da renda de um restaurante que abriram. Gahyeon me disse que os dois não mudaram, perder tudo não fez com que ficassem mais humildes, apenas ficaram mais amargos do que eram antes e nunca mais saíram de casa pra que as pessoas não vissem que se tornaram cidadãos comuns.

— Oi – eu digo com a voz baixa e me curvo com educação, logo em seguida coloco a mão nas costas da minha mãe e lhe faço dar um passo a frente pra que não se esconda dos dois.

Ela também os cumprimenta, e meus antigos pais se curvam brevemente sem olhar nos nossos olhos. Os dois se apressam pra abraçar Gahyeon e se despedirem, não permanecem por mais de um minuto depois que nos aproximamos e logo vão embora.

— Você está linda – falo pra Gahyeon e abro os braços pra abraça-la. Está mesmo deslumbrante, é a primeira vez que vejo seus cabelos enrolados e maquiagem em seu rosto.

— Obrigada – ela me aperta e aceita as flores – Obrigada por ter vindo também, eu vi você chorando de longe e quis dar risada.

— Idiota – acabo rindo – Eu estou orgulhoso de você.

— Sei disso – ela sorri – Você é a pessoa que mais esteve do meu lado durante esses anos.

— É... – eu suspiro como se fosse um pai – Eu sabia que conseguiria.

— Parabéns, minha menina – minha mãe se aproxima para abraça-la – Você merece todo esse sucesso. Sei o quanto foi difícil pra você.

— Obrigada, senhora Yang – minha irmã abraça ela com muito carinho – Muito obrigada mesmo.

- 𝘼𝙉𝙏𝘼𝙍𝙀𝙎; (𝘮𝘪𝘯𝘴𝘶𝘯𝘨)Where stories live. Discover now