Revel

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Pela manhã, acordei com o vislumbre da face de Jeon ao meu lado, ele dormia tão lindo, ressonava baixinho com uma expressão tão singela.

Levantei de forma que não fizesse barulho para não acorda-lo, estava decidida a resolver aquele assunto com minha mãe e arrancar mais uma mentira que fosse de minha progenitora.

Desci as escadas devagarinho, ao mesmo tempo que terminava de vestir meu suéter por cima da blusa que Jeon me emprestou noite passada. Ainda possuía seu cheiro amadeirado, mesclado ao cítrico de seu perfume.

Inspirei profundamente o aroma advindo da peça, antes de sair pela porta, abrindo de forma lenta para evitar barulho. Já na rua andei em direção a minha casa, prendendo a respiração ao que percebi a movimentação dentro do imóvel, mamãe já preparava o café, como de costume, parecia inquieta e quando me olhou pela janela suspirou em alívio, correu em direção a porta chegando a entrada exatamente no momento em que me aproximei.

-- Filha! - me abraçou, não ousei retribuir, por mais que meu íntimo ansiasse por aquilo, já que eu a amava acima de todas as coisas. Mas minha razão me dizia para ser firme.

Me afastei gradativamente enquanto olhava em seus olhos, entrando em seguida sem proferir uma palavra sequer.

Sentei no sofá da sala, cruzando os braços e lançando-lhe um olhar fuzilante.

-- Precisamos conversar. - declarei.

-- É precisamos mesmo, por onde andou a noite inteira mocinha?.

-- Você sabe bem que não é sobre isso que quero falar mamãe. - expus meu ressentimento, apertando os olhos em seguida.

-- Eu sei... - fez uma pausa expirando em seguida - Tentei evitar ao máximo essa conversa por anos, tentei não mostrar para você a verdadeira face do seu passado, mas foi em vão, sei que você não está bem com tudo isso e confesso que esconder não foi a melhor decisão que tomei. Mas sei que fiz tudo isso pensando no seu bem, em como você iria lidar com tudo isso e, meu bem eu devo lhe confessar, oque você sabe não é nem um terço da verdade.

Petrifiquei ao ouvir sua última frase. Como assim? Haviam mais coisas? Aquele ciclo sem fim não iria acabar nunca.

-- Hellie, aquele homem é de fato seu pai, assim como Minhoo deve ter lhe contado, vocês dois são filhos de pais diferentes, sempre disse a vocês que vocês eram filhos do jieun, que no caso é o pai de Minhoo, porque sabia que o contato que teríamos com a família dele seria um alicerce para você, ter uma avó que realmente lhe amasse e guardar um amor, por mais que ele já estivesse morto, mas seria algo para fazer você suportar tudo oque viria pela frente. Porque no fundo Hellie, eu sabia que você iria descobrir uma hora ou outra, mas não imaginava que isso fosse ocorrer tão rápido.

-- Oque mais está me escondendo? Porque não quiz me contar sobre meu pai biológico? Não seria mais fácil?

-- Não meu amor, seu pai é um homem muito complexo e há uma história, bem mais complexa por trás de nosso envolvimento, que não cabe a mim contar a você. Sei que você deve estar pensando agora que sou uma pessoa egoísta mas, você deve conversar com seu pai e resolver todo esse assunto, porque sei que tudo isso é um problema que somente poderá ser solucionado por vocês dois.

Não fazia nenhum sentido aquele diálogo que minha mãe resolveu estabelecer, me falar que haviam mais coisas que eu precisava saber e não me contar era loucura.

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