A short love story

Falling

Meu coração havia parado, por um breve momento senti o frio da dor me consumir e tudo ficar escuro, não me recordo em que periodo meu pai me tomou nos braços, nem como fui parar no hospital, sei que tudo aconteceu muito rápido e quando finalmente acordei, do que parecia ser um eterno pesadelo, avistei Jeon ao meu lado, ressonando na grande poltrona perto da cama.

Ao que percebeu minha movimentação Jeon despontou da poltrona a passos largos, segurando minha mão como se sua vida dependesse disso.

-- Anjo, você acordou! - exclamou enquanto me dava aquele sorriso grande e perolado. - Eu vou chamar os médicos. - correu em direção a porta me deixando ainda desnorteada na cama.

Logo o quarto antes vazio se preencheu de médicos e enfermeiras, todos ofertando a mim sua atenção e cuidado, por alguns instantes me senti uma boneca de porcelana que quebraria a qualquer momento.

Depois de toda a bagunça, os médicos se retiraram do cômodo me deixando apenas com Jeon, mas o momento não durou muito, pois meu pai adentrou o quarto, visualizando o rapaz ao meu lado, e seu rosto tomou  uma expressão nada agradável.

-- Hellie, você me deixou preocupado. - se aproximou ficando do lado oposto ao de Jeon.

-- Eu estou bem... Eu acho, não sei direito oque pensar sobre tudo oque conversamos, não consigo acreditar no que me disse, ainda é muita coisa para absorver assim tão rápido.

-- Eu sei que é difícil, eu entendo também que você precisa de um tempo pra assimilar tudo mas, nós temos mais coisas pra tratar quando você sair daqui, e isso precisa ser o quanto antes.

-- Pai eu... Eu preciso de um tempo, de tudo isso, de todos. - sentei sobre a cama colocando o rosto sobre os joelhos e os abraçando - parece que o senhor não entende como isso é complexo. Tudo isso, é demais pra mim, toda essa história de gangues e... A minha mãe. - disse a última frase quase num sussurro.

-- Não acho que seja hora de tratar disso, principalmente na frente de estranhos. - o homem proferiu.

-- Jeon não é um estranho pai, ele é...

-- Namorado, somos namorados - é o que ele me interrompendo abruptamente. - qualquer problema da Hellie é meu problema a partir de agora. Então se o senhor tiver algum incômodo relacionado a mim, peço que por favor pense na sua filha e em como precisamos um do outro, principalmente num momento tão delicado quanto este.

-- Jeon... Eu também preciso de um tempo, de nós. - parafraseei num fio de voz.

-- Hellie...  P-porque isso agora meu bem? Eu eu quero muito te ajudar eu sei que não é fácil e tudo isso e você...

-- Chega. - o interrompi - Jeon me perdoe, mas eu acho que nesse momento preciso de um tempo pra pensar em tudo o que está acontecendo, as coisas estão confusas ultimamente e eu sei que não estarei nas melhores condições pelos próximos dias. - funguei já sentindo uma lágrima me escapar. - não quero que isso acabe respingando em você, não quero que me veja nos meu piores dias, eu não terei forças pra suportar o seu olhar de piedade quanto a mim. Então... Por favor... Me dê um tempo pra pensar me deixe respirar um pouco.

Ainda de cabeça baixa apenas ouvi seus passos lentos em direção a porta, não tendo coragem nem no meu mais profundo ser para olha-lo partir ou ver sua feição magoada ante a mim.

Segundos depois senti a aproximação de meu pai, que posteriormente colocou sua mão sobre a minha numa tentativa de amenizar os sentimentos, hora confusos que eu sentia no momento.

-- Hellena, filha eu... Me perdoe por ser tão insensível, me perdoe por me inserir assim na sua vida e não esperar pelo seu tempo. - disse, a voz soava tão quebrada.