Pitty party

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Euforia, era isso oque eu sentia naquele momento que pareceu durar uma eternidade quando paralizei fitando seus olhos.

O jeito que Jeon prendia minha atenção para si era diferente, ele me fazia querer mais aquilo, eu me sentia adicta daqueles olhos, daquele sorriso, daquele ser, quase como se eu fosse um planeta na órbita de seu sol sendo atraída para perto mais e mais, até ser consumida pelo seu fogo.

-- Só me diz oque você quer - tentei me desvencilhar de sua última fala.

-- eu queria me desculpar com você. - parecia tenso, seu olhar se voltava para o chão, era visível sua vergonha e por mais que eu estivesse furiosa por aquela invasão de privacidade, aquele olhar que do chão passou a se focar em mim me deixava extasiada, eu não conseguia sentir qualquer raiva naquela hora, sua sinceridade me atingiu me fazendo ceder.

-- Olha... - sibilei sentindo ele afrouxar seus punhos, que ainda eram firmes segurando meus pulsos. - por mais que eu tenha motivos pra te odiar agora, e não são poucos. Eu desculpo você, e espero que isso não tenha passado de um mau entendido.

Ele desfez nosso toque separando-nos lentamente até estar a dois passos de distância.

-- Eu fui invasivo confesso.- coçou a nuca e franziu a testa. - mas eu não resisti, quando abri a primeira página e vi a frase "queria aqui contar um pouco sobre mim" - suspirou - saber mais sobre você me pareceu tentador.

-- E porque você se interessaria em me conhecer ?

-- Talvez porque você seja a pessoa mais intrigante e fodidamente interessante que eu já tive o prazer de conhecer, teu jeito me instiga a descobrir mais sobre você, me faz querer explorar cada pedacinho teu cada parte de você, cada mínimo detalhe. Desde aquele maldito dia em que te vi dançar na chuva com um vestido tão provocante tão lindo tão sensual...

Interrompi sua fala, pondo minha mão sobre seus lábios, instantaneamente corando como um pimentão.

Não seria possível que aquele dia ele tenha me visto[...]

[Três meses atrás]

Estava um lindo dia chuvoso e do lado de dentro ao contrário do esperado fazia um calor insuportável, a casa estava abafada e o clima insalubre me fazia soar. Deitada sobre a cama, mais parecia que eu havia corrido uma maratona, ao me levantar observei minha silhueta tatuada no colchão molhado de suor e franzi o cenho em sinal de desgosto.

Olhei pela janela, não havia uma alma viva na rua, meus pensamentos eram quase audíveis, tomar um banho naquela chuva gostosa não seria uma má ideia, e eu poderia até praticar alguns passos da coreografia nova da faculdade. Desci as escadas instintivamente indo em direção ao quintal, abrindo a porta. Pude sentir as gotas sinuosas despencarem sobre minha face, o seu toque gélido me trazia paz.

Os dias chuvosos eram os meus preferidos, amava o cheiro da terra molhada, ouvir o tilintar das gotas caindo  sobre os telhados, amava a forma como as árvores recebiam suas gotas violentamente delicadas junto ao vento que trazia o farfalhar das folhas balançando quase que em total sincronia, algo surreal e ao mesmo tempo tão simples.

Deitei-me sobre a grama encharcada e pude sentir a chuva me invadir, os sons, as sensações [...] Eram quase divinos, meu corpo era dominado pelo momento, e inconscientemente era levado a desferir passos desconexos junto a orquestra da água.

Aquele momento perduraria por mais alguns minutos se meus sentidos não me fizessem parar me colocando em estado de alerta, eu sentia que haviam olhos em mim, advindos de alguma direção que eu não conseguia definir, olhando em volta e não percebi mais ninguém no local, mesmo que eu parecesse estar sozinha resolvi voltar para dentro ainda com aquele calafrio me percorrendo.

A short love storyHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin