— Levei a sua namoradinha até o hotel que estou hospedada, lá tenho algumas cópias relacionadas ao documento, porém tivemos um imprevisto como você sabe. No entanto, não vou atrás de uma pista sem saber realmente o que tem por trás, até porquê existem muitos mentirosos por aí, ninguém pode confiar, não é? Eu precisava da palavra de Olívia, qualquer coisa que me desse um tipo de luz para saber se era verdade ou não, mas isso infelizmente não aconteceu. Se ela sabe do que se trata os documentos soube fingir perfeitamente bem. — caminhou tranquilamente até a mesinha de bebidas no dentro da suíte, despejando o líquido de whisky em dois copos de vidros e me oferecendo um.

— Ok! Você descobriu alguma coisa, pode começar falando o que foi. Se temos alguém perigoso entre nós, precisamos saber. — mesmo tendo total certeza que Olívia não era uma vilã, continuei com a pose de desconfiado.

— Não estou falando de perigo, meu caro. Esses documentos mudam muita coisa, só preciso saber se Olívia sabe da verdade, porque se ela souber está encenando uma ótima cena. — ergui a sobrancelha confuso, por mais que eu tentasse entender onde aquela mulher estava querendo chegar, nada me vinha a cabeça.

— Monique, seja mais clara. — pedi, já estressado com aquele falatório.

— Eu não sou nenhuma especialista em documentos, tanto que nunca quis entrar para os negócios do meu pai, mas esses papéis fazem parte de um testamento. — Poderia ser estranho vindo de um homem inabalável, mas outro papel me fez pensar... É um exame do meu pai, Henry. Ele tem pouquíssimo tempo de vida, estava escondendo de todos, mas não tão bem como pensou. — havia um tipo de mágoa em sua voz, mas tão forte como era, Monique continuou firme, fria.

— Um testamento? — perguntei mais para mim do que para ela.

— Meu pai garante 25% dos seus bens para Olívia Miller. O testamento fora escrito há exatos quatro anos. — aquelas palavras foram como uma bomba jogada nas minhas pernas, pronta para explodir.

— Ah, pelo amor de Deus! Não vai me dizer que vocês são parentes agora? Olívia é filha de um inimigo... É claro! Agora está tudo explicado...

— Cala a sua boca! Escute o que tenho para falar. Olívia não pode ser filha de Enrico, sabe porquê? Porque ele ficou estéril depois do meu nascimento, por conta de um câncer. Essa possibilidade já foi descartada.

— Tá, então qual sua explicação? Seu pai não me parece uma pessoa que faz caridades. — debochei e ela ficou vermelha.

— Não sei exatamente, mas o nome dela está em tudo. O pai dela também estava incluso no testamento, mas faleceu há alguns anos. É como se eles fossem importantes para Enrico.

— E você conseguiu capitar alguma coisa dela? Acho difícil Olívia Miller saber disso tudo, visto que a vida que ela levava em Nova York não era nada fácil.

Monique respirou fundo, parecia tão confusa quanto eu. E então uma luz veio na minha mente, uma ideia certeira e que seria conclusiva para esse fato.

— Um exame de DNA. — Monique me olhou incrédula. — Faremos um exame de DNA e caso ela seja sua patente, bingo! Ele pode ter mentido sobre a infertilidade, ninguém sabe, não é?

— Preciso falar com o meu pai. — disse totalmente em choque. — Não acredito que tenho uma irmã bastarda! Mas isso ainda é estranho... Enrico sempre fez questão de me casar com homens, já que nunca fora capaz de ter um filho. Ele queria alguém para comandar seus negócios e esse alguém não poderia ser uma mulher... Por que diabos ele esconderia uma infertilidade? Não faz sentido! E o que Vincent Miller tem haver com isso tudo?

Aquelas perguntas reviraram em nossas cabeças até Monique concordar em fazer o exame de DNA. Caso você comprovado que Olívia era parente de Monique, tínhamos que correr para saber o que exatamente era o parentesco das duas. E se Olívia Miller soubesse de toda essa história, saberíamos e tentariamos decifrar o porquê dela ter mentido.

Mais tarde, precisamente no bar do hotel. Eu estava distraído, bebendo uma bebida forte com a intenção de deixar-me bêbado o suficiente para esquecer todos aqueles problemas. E como se o mundo tivesse brincando comigo, Olívia Miller sentou do meu lado.

— Parece que você precisa de companhia para beber. — brincou, sorrindo.

— Não pode ir embora depois de amanhã. - foi a única coisa que saiu da minha boca.


Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now