— Não tem hora exata para beber, Henry. Preciso te contar, aquela garota... Emily.

— O que houve? — Cruzei os braços.

— Ela é diferente das outras garotas. É meio doidinha, mas estou gostando de ficar com ela. — sorri feliz pelo meu amigo.

— Está beirando os trinta anos, precisa sossegar o facho. — Caminhei até as bebidas e paguei com a língua, enchendo o copo para mim.

— Calma, ainda estamos nos conhecendo. Não me matriculei na escola de emocionados do seu irmão. — Dei uma risada e Adam acabou rindo também.

— Preciso que fique de olho no meu irmão. Minha intuição diz que ele está aprontando algo. — pedi aflito.

— Eu também estou achando isso. O maldito debochou da clínica de reabilitação na frente de Emily.

— Matteo não sabe o significado de limites, Adam. Eu irei descobrir os planos dele e acabar com todos eles, isso você pode ter certeza. Aquele bastardo não vai me prejudicar. — enchi novamente o meu copo. Álcool me ajudava a não matar ninguém.

— Precisa para de ver Olívia, Henry. — O olhei incrédulo pelo que ele disse.

— O que está dizendo?

— Não sabemos o que seu irmão quer e ela é uma isca bem convincente. Aproveite que estão no começo e coloque um ponto final.

— Ponto final? Nós dois estamos nos divertindo apenas. Ela não será nenhuma isca, acredite. — Adam me encarou.

— Herdamos os inimigos de nossos pais, ninguém está a salvo ao nosso lado, sabe isso tão bem quanto eu. — E por mais que doesse em lembrar, eu sabia.

— Irei embora nos próximos dias, não tem porquê parar de ficar com ela. Estamos nos envolvendo pelo sexo. — Adam suspirou.

— Você é quem sabe, irmão. Preciso ir, tenho que pegar algumas coisas no Arsenal.

— Arsenal? — Questionei, o que diabos estava acontecendo?

— Giancarlo está chegando, Henry. Sabemos que o hotel não é totalmente seguro para ele. Se eu fosse você, também procuraria se proteger. O cassino estará lotado esta noite. Até mais! — Passou por mim e colocou a mão em meu ombro.

— Cuide-se. — Ele assentiu sorrindo.

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Era uma sexta-feira chuvosa quando parei em uma joalheria próxima do meu mais novo apartamento na Itália. Escolhi um anel solitário e bastante bonito, ela iria amar. Depois de comprado, comprei um buquê de rosas e mandei uma mensagem para ela me encontrar no nosso restaurante. Mais cedo, antes de sair para a empresa, entrei no banheiro do nosso quarto e achei um teste de gravidez positivo na lixeira, ela provavelmente estava armando uma surpresa para me contar. Não há nada mais feliz do que essa notícia! Reservei a melhor mesa do restaurante, esperei a minha mulher ansioso enquanto olhava para a pouca movimentação do local. Minutos depois, Petra adentrou o restaurante, estava linda como sempre! Nos cumprimentamos com um selinho carinhoso.

— Jantar no nosso restaurante? O que está aprontando, sr. Bianchi? — sorriu curiosa.

Pedi o garçom para servir o champanhe e enquanto ele não vinha, segurei as mãos da mulher que eu amava. Ela estava desconfiada, sorria o tempo todo e meu coração só se enchia ainda mais, ansioso para ouvir “sim” de sua boca.

— Petra, já estamos juntos há algum tempo e eu estou completamente apaixonado por você. — declarei vendo-a se emocionar. — Não quero outra pessoa, não vejo motivos para adiantar o inevitável. Meu amor, você quer casar comigo? — seus olhos inundaram de lágrimas e ela chorou com um sorriso genuíno nos lábios.

— Sim! Eu quero! — nós nos levantamos ao som de aplausos e nos beijamos felizes. Com a voz trêmula, ela me confessou baixinho. — Estou grávida... — Mesmo já sabendo, a notícia me causou impacto. Aquela criança estava sendo gerada pelo amor da minha vida. Eu teria um filho!

Quando fui beija-la novamente, tudo aconteceu com rapidez e sem chances de nada. Homens mascarados e armados entraram no restaurante atirando para todos os lados, Petra foi acertada nas costas, eu recebi um tiro de raspão no braço direito. Caímos juntos no chão, Petra se engasgou no próprio sangue enquanto eu observava sem puder fazer nada...

Acordei suando frio, olhei pela minha volta e percebi que ainda estava no escritório. Ao meu lado se encontrava uma garrafa vazia de uísque. Passei a mão no meu rosto e notei que estava banhado de lágrimas... Era duro lembrar de tudo que perdi pelas mãos dos inimigos de meu pai, ter o sobrenome “Bianchi” era como uma maldição. Tudo que tocavamos quebrava em mil pedacinhos, éramos pessoas paranóicas, quebradas, tristes e inseguros. Qualquer pingo de felicidade era destruído.

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Postei dois capítulos bônus neste sábado, pois só volto na segunda ou na terça-feira. Por favor, não deixem de votar, é muito importante! Quero agradecer aos 1k de leituras 🎉🎉 Estou muito feliz e agradeço de todo coração a cada voto e comentário de vocês. Obrigadoooo, um bom final de semana à todos! ❤️❤️🥰

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now