There's still love in us. (l.s)

• trinta e quatro

boa leitura!

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Os dias que sucederam à partida de Harry foram longos, cruéis e solitários. Louis recebeu uma mensagem do alfa no momento em que ele pisou para fora do aeroporto após a despedida, Harry havia mandado um texto curto, no qual ele escreveu "Já sinto saudades. Meu coração está com você. xx" e anexado havia uma foto do alfa vermelho com os olhos úmidos, claramente chorando, e o ômega novamente caiu em prantos imediatamente, passando o caminho do aeroporto até o triplex choroso, as lágrimas caindo silenciosamente, os soluços baixinhos e tristes, os jogadores e seus amigos ouviram seu sofrimento calados, realmente gostariam de poder ajudar de alguma forma mas era impossível, não havia nada que pudessem fazer por ele naquele momento.

Louis faltou três dias de aula seguidos, o ômega estava com dificuldades em continuar sua rotina sem Harry inserido a ela, e então, ele saia da cama para tomar um banho, descia para acenar para os amigos sem querer que eles se preocupassem, comia alguma coisa apenas quando sentia o estômago doendo e a vista nublando pela fome, para logo depois voltar para cama. As noites do ômega eram longas, Louis estava com dificuldades para dormir sem o maior, apesar do cheiro do alfa estar em cada canto do quarto deles, a falta de Harry era quase palpável, e Louis não conseguia pregar os olhos, ele cochilava durante algumas poucas horas na madrugada e acordava ofegante, sufocando um grito assustado quando tinha pesadelos envolvendo seu namorado.

As melhores partes daqueles dias terríveis eram os momentos em que Louis recebia ligações e mensagens do alfa. Harry tentava se comunicar o tempo todo, porém o fuso-horário totalmente diferente em que eles viviam dificultava algumas coisas, mas as mensagens do maior chegavam o tempo inteiro, fotos do vestiário, do novo uniforme e da nova moradia, mensagens contando sobre cada pedacinho do dia agitado que ele tinha, treinando várias horas ininterruptas, e depois desabando de exaustão na cama, e ainda assim ele revelava sua saudade de Louis em cada conversa que tinham. Durante a noite, quando Harry ia se deitar e Louis deveria estar prestes a comparecer ao treino -o que não vinha acontecendo- eles se falavam por vídeo chamada, e essas ligações enchiam tanto o coração de Louis que instantaneamente ele se lembrava do motivo pelo qual ele havia insistido para que Harry se fosse.

Na quinta-feira Louis estava esparramado na sua cama, o ensaio das líderes de torcida havia sido retomado naquela semana, após o fim de temporada eles haviam tido uma pequena pausa, no entanto, estavam de volta, era necessário que começassem a trabalhar em novas coreografias, algumas das integrantes haviam se formado no fim do semestre e por isso era necessário uma seleção de calouras para que fizessem parte da equipe, no entanto, nada daquilo enchia os olhos do ômega, ele não se sentiu motivado o suficiente para levantar e ir para o treino, em nenhum dos dias daquela semana, seu celular exibia algumas mensagens de Kendall, reclamações, emojis com dedos do meio, áudios que ele sequer abriu, ignorando totalmente a ômega, totalmente indiferente a ela até que ela abrisse a porta do seu quarto abruptamente.

"Mas que porra?" Louis xingou em meio a uma pergunta, ele se sobressaltou dos seus lençóis brancos, jogando o celular de lado porque ele estava trocando mensagens com Harry, implicando sobre um dos colegas de time dele ser impecavelmente bonito no momento em que o alfa havia mandado uma foto em grupo, o namorado estava esbanjando ciúmes em resposta ao comentário e Louis estava apenas se divertindo já que ele não tinha olhos pra ninguém além do alfa no cantinho da foto, suado e aparentemente cansado depois do treino, ainda assim exibindo as covinhas para a fotografia. Louis quase soluçou com saudades daquelas covinhas, ele queria gritar.

"Vou matar você, Louis Tomlinson!" Kendall exclamou em tom gritado, ela bateu a porta do quarto com força, instantaneamente Louis ouviu Clifford latir atento, o cachorro passava o dia ao seu lado, percebendo o estado frágil do dono, ele sentia falta de Harry também, andava pela casa latindo e cheirando como se estivesse procurando, no entanto, fazia o máximo para estar grudado com Louis o tempo inteiro. "Está deitado na porra da cama enquanto deveria estar treinando. Tenho uma seleção pra fazer sem ninguém apto o suficiente pra fazer as escolhas de novatas comigo, não tenho sequer uma alma viva que acompanhe meus movimentos, e fodidamente ninguém me ouve quando você não está traduzindo meu surto pra uma linguagem maternal compreensiva." ela vociferou enfurecida, seus cabelos estavam soltos naquela manhã, ela usava o uniforme da torcida com uma maquiagem leve e berrou o desabafo enquanto se aproximava de Louis puxando suas cobertas.