( + ) o (re)começo do fim

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n/a: para uma melhor compreensão dos acontecimentos aqui descritos, tenham em mente que tudo acontece após o acidente, no período de tempo antes do soobin e do yeonjun reencontrarem o beomgyu, ou seja, acontece durante o 1 ano e alguns meses antes da formatura do beomgyu, certo? ok? ok.

espero que gostem!!




extra: o (re)começo do fim

não importa muito o quanto tente controlar as coisas. a verdade é que a vida é um carro desgovernado em alta velocidade, nem yeonjun e nem soobin conseguiram frear a tempo, antes de colidirem um contra o outro, de modo que os danos causados poderiam sim ser reparados, mas em um longo e vagaroso período de tempo.

2 meses depois

acidentes são imprevisíveis, inesperados e súbitos, todos sabem disso.

e coincidências acontecem, é claro.

mas aquilo que se desenrola é algo mais parecido com uma pegadinha sem graça, irônica e um tanto quanto sádica.

cuidar do ex namorado do amante é tão... absurdo e impensado quanto qualquer outra situação maluca e irônica que pudesse imaginar que passaria em sua vida. talvez a pior.

beomgyu não ligou. nem sequer respondeu às suas mensagens. e o pior do que ter um ponto final numa promissora história de amor, é não ter um final e a situação ficar em aberto, pendente, livre para a imaginação. yeonjun odeia livros, séries e filmes que não tenha um final concreto, sempre odiou, e agora a sua vida se parece com isso, é frustrante. e como se não fosse o bastante, se depara com o ex do seu... amante(?) embriagado, apagado no sofá, com as marcas do (que era para ser um) erro que cometeu bem impressas na sua pele.

é a pior sensação que já sentiu em toda a sua vida. é culpa, tristeza e remorso, tudo junto em um mix. nesse momento, yeonjun agradece por não ter tido respostas de beomgyu, pensa que é melhor deixarem isso para lá, porque os danos causados já foram para muito além da conta e o único profundamente afetado por isso está bem ali, com as sequelas expostas nos machucados que ainda não estão cem por cento cicatrizados.

yeonjun se sente um monstro. a pior pessoa do mundo, indigno de amor, de compaixão, de empatia... um verdadeiro miserável, é como se sente. e embora ele soubesse bem aonde estava se metendo quando deixou suas emoções flutuarem para a borda, dói 'pra caralho notar que seus sentimentos não estavam sendo retribuídos. beomgyu pode não ter feito na intenção de machucar, de usar, de se vingar, mas é exatamente usado e machucado que yeonjun se sente e, ainda que soobin não seja capaz de falar no momento, é óbvio que é bem assim que ele se sente também: machucado. além da dolorosa ferida da traição, que yeonjun imagina que não deve ser nada fácil.

"você pode me ajudar a cuidar dele?", suwoong, inocentemente, pede e instantaneamente, yeonjun se enfurece.

"por que você não chamou um amigo dele ou até mesmo alguém da família?", indaga olhando diretamente para suwoong, com o cenho franzido e o olhar cheio de raiva. faíscas das chamas que queimam seu coração podem ser vistas em seus olhos neste momento. yeonjun está cansado. emocionalmente cansado.

"eu não posso chamar a família dele. a mãe dele não queria que ele viesse 'pra cá, e ele me mataria se eu chamasse ela porque...".

impaciente e rudemente, yeonjun o interrompe: "eu não me importo".

"você se importaria se soubesse pelo que ele passou...", suwoong diz desviando os seus olhos cheios de compaixão para o corpo desacordado no sofá.

e o que yeonjun sente vontade de fazer neste momento é vomitar, chorar e por último, mas não menos importante, se jogar pela janela extremamente convidativa disposta na parede, para a qual estão de frente. será que yeonjun não poderia simplesmente se foder sofrendo sozinho em seu apartamento, imaginando que tudo havia se resolvido entre eles e que foi apenas largado depois de usado? ele realmente precisa lidar com as consequências ruins — péssimas — das suas escolhas assim, tão dolorosa e impiedosamente? o mundo realmente o odeia a este ponto?

해야해 (heyahe)Where stories live. Discover now