Trinta

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𖧹

Emiliano Rigoni passou todo o caminho do aeroporto — onde buscou Luciana após receber mensagens da mulher dizendo estar em solo brasileiro —, até sua casa, se perguntando qual seria a reação de Ellen quando o visse ao lado da loira. Depois de dizer em voz alta que aquela era sua esposa, esperava qualquer tipo de reação, menos aquela: a babá abrindo o sorriso mais simpático que já a vira dar e acenar educadamente com a cabeça.

— Olá. É um prazer. — Disse com a voz calma e Rigoni se surpreendeu com o quão parecida com Magdalena ela ficava naquela pose. — Ellen Rivera. — Se apresentou e estendeu a mão direita.

Luciana sorriu e se aproximou, apertando a mão da babá e também se apresentando.

— Luciana Rigoni. — Falou.

Ellen deu um leve sorriso, confirmando com a cabeça. Sabia bem o nome dela, até porque não fazia muitos dias que Rigoni havia a contado e dito que “Ellen Rigoni” soava imensamente melhor.

Olhou para o jogador, que continuava parado no mesmo lugar, a encarando com um pedido de desculpa no olhar.

— E onde estão os meus pequenos?! — Indagou a loira, quebrando o contato visual dos dois e batendo palminhas animadas. — Estou com tantas saudades deles dois. Com quantos anos estão mesmo? Devem estar enormes! — Comentou e Ellen a olhou com as sobrancelhas levantadas.

— Não sabe a idade dos seus filhos? — Perguntou.

— Ah, são tantas coisas na minha cabeça que acabo esquecendo algumas. — Luciana acenou com indiferença e Ellen se esforçou para disfarçar a expressão enojada que a tomou o rosto. — Cadê eles?

— Na escola. — Respondeu brevemente.

— Isso é bom, dá tempo de eu tomar um banho bem rapidinho. — Disse e pegou na mão de Ellen mais uma vez, olhando as horas no relógio presente no pulso dela e franzindo a testa de maneira curiosa. — Olha, amor, parece aquele relógio que te dei no nosso aniversário de casamento. — Riu. — Os camelôs estão mesmo se reinventando, hein? Uma cópia perfeita.

— É. — Murmurou Rigoni, se sentindo sufocado e limpando a garganta. — Não é melhor você subir? — Falou e Luciana o olhou, deixando o pulso de Ellen do lado.

A babá o escondeu atrás de suas costas no mesmo instante, apertando uma mão contra a outra e tentando controlar a tremedeira presente nelas. Enquanto isso, a esposa de Emiliano caminhava até ele novamente e dava um beijo estalado na bochecha do jogador, pegando a mala menor e subindo rapidamente as escadas que davam para o segundo andar.

O silêncio tomou a sala de estar e quando Ellen sentiu Rigoni se aproximar, deu um longo passo para trás.

— Amor... — Sussurrou ele.

— É sério? — Riu sem humor e o olhou. — Você acabou de me apresentar sua esposa e está me chamando de “amor”? — Perguntou e o moreno engoliu em seco diversas vezes.

— Ellen, eu posso explicar. — Tentou novamente e deu mais um passo na direção dela.

Quando estava prestes a abrir a boca e tentar dizer algo plausível para toda aquela situação, foi interrompido pela voz feminina vindo do andar de cima:

Ellen ━━ Emiliano RigoniWhere stories live. Discover now