Vinte e Dois

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𖧹

Emiliano sentiu quando Ellen se moveu pela milésima vez sobre a cama e logo em seguida ouviu a morena se levantar, saindo do quarto e tentando fazer o mínimo de barulho possível.

Haviam pegado no sono junto às crianças após algumas trocas de carícias sem malícia alguma, em completo silêncio, o que era estranho, porque sempre tinham o que conversar um com o outro. Ele sabia que tinha algo a incomodando, tanto sobre a relação deles dois quanto a algum assunto particular dela, e não entendia o porquê da morena ainda não ter tocado no assunto ainda.

O jogador se levantou com cuidado também, arrumando o cobertor sobre os filhos antes de sair do quarto. Fechou a porta lentamente e desceu as escadas em seguida, vendo a luz da cozinha acesa. Caminhou até lá, vendo Ellen sentada à mesa, brincando com um copo de água.

— Mais uma noite sem sono? — Perguntou baixinho e ela levantou o olhar, confirmando levemente com a cabeça.

— Algumas noites eu não consigo dormir de jeito nenhum. — Disse e observou Emiliano se aproximar, arrastando uma cadeira e sentando ao lado dela. — Levantei para não acabar acordando você ou as crianças, estava me mexendo muito na cama, mas não deu certo, não é? — Fez careta, sentindo-se culpada. — Desculpa.

— Você sabe que aqueles dois têm um sono pesado daqueles. — Riu baixo. — E você não me acordou. — Mentiu. — Quer conversar? — Indagou ele, levando a mão até a bochecha dela e fazendo carinho.

Ellen suspirou fundo, passando as mãos no cabelo.

— Quero te pedir uma coisa. — Falou e se ajeitou no assento, virando o corpo para ele ao mesmo tempo que mordia o lábio inferior com força, organizando as palavras em sua mente. — De empregada para patrão. — Especificou e Rigoni franziu o cenho, a encarando atentamente.

— Você não vai pedir demissão, vai? — Perguntou arregalando os olhos e foi a vez de Ellen franzir a testa.

— Não, claro que não! — Disse rapidamente. — Você lembra que eu te falei que precisava muito desse emprego, porque o dinheiro iria me servir bastante, não lembra? — Começou e Rigoni confirmou com a cabeça. — Pois é, eu... olha, desculpa pedir isso, sei que ainda tem pouco tempo que estou trabalhando aqui e é bem cara de pau da minha parte te...

— Amor. — Ele interrompeu ela, que respirou fundo.

— Rigoni, tem como você me adiantar uma grana? — Pediu de uma vez.

O jogador piscou algumas vezes e confirmou com a cabeça, não entendendo o motivo dela estar tão nervosa por algo tão bobo e que ele jamais negaria.

— Claro. — Resolveu responder em voz alta também. — Não tem problema nenhum eu adiantar o seu salário, amor. — Disse.

— Na verdade, eu estava pensando em uma quantia um pouquinho maior. — Sussurrou Ellen.

— Quanto?

— Oito mil? — Riu nervosa ao falar e viu os olhos de Emiliano se arregalarem.

— Por que precisa de oito mil? — Questionou em um tom bastante curioso e Rivera comprimiu os lábios. — Ellen, está tudo bem com você? — Indagou preocupado, olhando a morena da cabeça aos pés. — É problema de saúde?

Ellen ━━ Emiliano RigoniМесто, где живут истории. Откройте их для себя