Ellen ━━ Emiliano Rigoni

Vinte e Um

𖧹

A cidade de São Paulo era linda no final da tarde e Ellen estava surpresa por estar notando aquilo aquele momento, porque fazia um bom tempo que ela não reparava o céu ao Sol se pôr. De fundo escutava as vozes de Emiliano, Fran e Gio, que cantavam animadamente uma música em espanhol, tema de um dos desenhos animados favoritos das crianças, enquanto ela encarava a vista que tinha da janela no banco do passageiro, em total silêncio.

Não conseguiu parar de pensar no que Magdalena falou, se perguntando sem parar o que exatamente significava aquilo, e odiando a mais velha por não ter a explicado.

Perguntaria para Rigoni de modo casual, em uma tentativa de fazer ele comentar sobre o assunto que o jogador já havia dito ter dificuldade em falar, mas não teve um só momento a sós com ele aquela tarde, até porque as crianças não desgrudaram do pai. Agora, estavam a caminho de um parque de diversão, local que a morena sugeriu para o passeio de Rigoni com os filhos, onde ela também estaria no meio. Os mais novos se encontravam animados para chegarem e o jogador parecia estar feliz em vê-los tão empolgados, então Rivera não ousaria acabar com aquilo tocando em um assunto delicado.

— Llegamos! — O moreno anunciou, estacionando.

— EBA!!!

Ellen riu baixo com o grito deles e retirou o cinto de seu corpo, descendo do veículo em seguida. Foi para a porta de trás e a abriu, ajudando Gio a descer e vendo Fran fazer o mesmo do outro lado, apressando o pai para ele sair logo.

— Calma, mi amor. — Pediu rindo, saindo do carro e acionando o alarme. — Agora vamos.

Iria dar as mãos para os filhos, mas os dois entrelaçaram seus dedos e saíram na frente, ignorando os adultos e comentando animados sobre qual brinquedo queriam ir primeiro.

— Devagar, crianças! — Falou Ellen, fazendo os dois diminuírem o ritmo.

— Acho que eles estão empolgados. — Riu Emiliano, colocando a mão nas costas de Rivera e a auxiliando pelo caminho, mesmo que não precisasse. Só queria tocá-la. — Está tudo bem com você? Parece distante. — Comentou baixo, sem tirar os olhos dos filhos.

— Pensando em algumas coisas. — Comentou. — Nós podemos conversar mais tarde?

— Claro. — Sorriu para ela e se inclinou, dando um beijo rápido no topo da cabeça da mulher. — Agora vamos. — Chamou e afastou a mão dela, dando passos rápidos até os filhos e pegando Gio no colo, arrancando um gritinho de surpresa do filho, que gargalhou em seguida.

Ellen sorriu com a cena e também se apressou, segurando na mão de Fran e, juntos, caminhando até a entrada do parque.

[. . .]

— Vai, papá!

Emiliano fechou um dos olhos e encarou o alvo, atirando e, como nas últimas cinco vezes, errando, o que fez ele bufar e as crianças bateram as mãos na testa, negando com a cabeça e não acreditando no quão ruim o pai era naquela brincadeira, enquanto Rivera ria, colocando a mão na boca para disfarçar e não deixar o jogador mais irritado ainda.

— Isso é tudo manipulado. — Resmungou ele, abaixando a arma disponibilizada pela barraca de tiro ao alvo.

— Ah, não, Emi. — Riu Ellen, não conseguindo se segurar mais. — Que vergonha! É muito mais bonito dizer que você é péssimo nisso. — Falou e se aproximou, tomando a arma da mão dele. — Deixa eu tentar. — Pediu.