E mais umas dez regras bobas que nem fiz questão de ouvir. Ora, não estava com vontade de me estressar...

Depois que Diana nos deixou sozinhas em nosso quarto, arrumamos nossas malas, tomamos banho e decidimos dormir por conta da viagem. Não passava das 10h quando acordamos juntas.

 

— O que iremos fazer hoje? Estou com vontade de passear por Las Vegas e beber vinho durante a noite. — falei ao levantar da cama e me espreguiçar.

— Nós faríamos esse programa tosco caso estivéssemos em Nova York. Acorda, Olívia! Olha o tamanho desse hotel, imagina o quão impactante seria se conseguíssemos um suggar dady. — Emily disse me olhando animada.

— E o que você sugere? Temos duas semanas para curtimos tudo isso de graça.

— O almoço é servido meio-dia. Nós comemos, colocamos nossos biquínis e vamos sensualizar um pouco na piscina... Quem sabe aparece alguém interessante e transforme essas duas semanas em meses, anos... Não custa nada sonhar! — riu alto, se jogando na cama.

Concordei com um pé atrás e assim foi feito, almoçamos no restaurante chiquérrimo do hotel e em seguida fomos para a piscina. Era uma área grande, com uma piscina enorme e algumas pessoas aproveitavam o sol, deitadas em espreguiçadeiras.

— Pouquíssimas pessoas estão curtindo essa piscina maravilhosa, que povo maluco! Onde estão os homens bonitões daqueles filmes da Netflix? — Emily disse irritada.

Sentamos em duas espreguiçadeiras e comecei a passar o protetor solar no corpo. Ninguém merece ficar toda ardida durante essa viagem espetacular. Aproveitei para postar fotos no Instagram.

— As pessoas trabalham, Emily. Não esqueça que estamos em plena quinta-feira.

— Pessoas ricas não trabalham. — disse concentrada no celular.

— Claro que sim. É por isso que são ricas, não ficam a toa. — ela ficou em silêncio e continuou olhando o celular.

O dia passou rapidamente e logo estávamos em nosso quarto, nos arrumando para curtir a noite.

Optei por um vestido vermelho e bem decotado, passei um batom nos lábios da mesma cor, os cabelos ondulados pelo babyliss caíam pelos meus ombros deixando-me bonita.

— Uau! Você tá muito gata, amiga! — Emily saiu do banheiro sorridente.

Ela usava um vestido azul escuro de seda, que tinha uma fenda na perna direita e um pequeno decote no busto. O cabelo extremamente liso e partido no meio deixava a cor mais evidente. Ambas estávamos de salto alto e sorri ao pensar que finalmente poderia curtir uma noite de diversões, depois de tanto tempo me martirizando pelos fracassos da vida.

— Você está muito mais! Pronta? — estendi a mão e ela assentiu, segurando-na.

Pegamos o elevador e paramos na recepção. Estava lotada de seguranças, aquilo me assustou um pouco. Nós resolvemos ficar no bar esta noite, pois ficamos sabendo por alto que esse final de semana seria regado de festas.

— O que está acontecendo? — perguntei, olhando para a entrada do hotel.

— Eu não sei. — Emily olhava na mesma direção.

E então aconteceu. Dois homens entraram no hotel acompanhado dos seguranças. Um deles estava de terno preto perfeitamente alinhado e falava sério ao telefone, o outro usava uma roupa mais despojada, olhando cada rabo de saia que passava por ele.

O de terno parecia não estar se sentindo a vontade, ele trocou poucas palavras com a recepcionista e continuou andando pelo hall do hotel. Que homem bonito! Ele tinha um jeito que me deixou estranhamente arrepiada e quando sorriu, quase tive um pequeno infarto. Era bonito, charmoso e sombrio.

Sim, aquele homem tinha algo obscuro no olhar. Algo que me intrigou no exato momento que pus os olhos nele. Não o conhecia, sequer sabia seu nome, mas estava intrigada e assustadoramente encantada.

Antes que ele pegasse o elevador e sumisse da minha visão, seu rosto virou-se em minha direção rapidamente, como se alguma tipo de conexão tivesse puxado-o para mim e pelo seu olhar, o impacto também caira sobre ele.

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now