Capítulo 41

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Velho e terrivelmente magro, Rosé constatou que o animal não estava preparado para o esforço que puxar a carroça exigia dele. Para seu desgosto, a velocidade que ele atingia era infinitamente menor de como ela pensava que seria em suas fantasiosas fugas imaginarias. Mas ela não poderia ser ingrata. Se a princesa herdeira teve suas refeições reduzidas, o que seria então de um cavalo moribundo?

Para aliviar ou aumentar suas preocupações, a trilha que seguiam foi abrindo-se a sua frente. Suas bochechas começaram a pinicar quando a entrada da cidade começou a ser vista.

— Seja bem-vinda a Bamidele – Makaria sussurrou.

A capital não era nada como ela esperava ou se lembrava. Vasculhando sua mente, a cidade que passeou quando era pequena tinha lhe dado a imagem de aconchego. Ali as classes sociais se espalham e interagiam. Aristocratas e plebeus coexistiam e trabalhavam diretamente um com o outro. A cidade era movimentada, comerciantes cantarolando rimas tradicionais para disputar a atenção de possíveis compradoress; inúmeras carruagens e carroças indo e vindo para abastecer a população; pessoas com roupas coloridas a procura dos mais novos modelos de vestidos; o cheiro delicioso das mais variadas comidas, por que se havia algo que um bom clesiano gostava de fazer era comer; o som das pessoas, dos pássaros cantando, musicistas tocando novas melodias. E o mais importante: o brilho no olhar de cada cidadão, ao viver o sonho de morar na maior e mais sagrada cidade de todo o reino.

Mas tudo isso estava morto.

Em alguns meses, a neve levou tudo de bom que Bamidele um dia teve. A cidade estava pintada em uma cor só: o branco gélido da neve. Todo o resto fora aniquilado, nada do que se lembrava tinha sobrevivido.

Makaria diminuiu a velocidade da carroça. As pessoas que passavam nem se arriscavam olhar para elas, por mais que a direção de onde vieram fosse sugestiva. Os honrosos cidadãos de Bamidele estavam soterrados em várias camadas de couro com apenas seus olhos vazios de fora. Crianças, comerciantes, músicos ou artistas; todo o movimento desenfreado da capital foi soterrado pelo inverno.

Talvez a noite em uma cidade grande seja mais apreciada dentro de casa perto de uma chaminé e uma comida quente, a princesa pensou tentando se reconfortar.

Onde não havia neve, a lama tomava conta de tudo. Todas as chaminés soltavam fumaça, sinal de que o frio não era bem-vindo em lugar algum.

— Surpresa, Adaliz?

Rosé não precisou concordar com ela, sabia que não conseguia sentir o horror em suas feições.

O encontro aconteceria na taberna da rua principal, ao meio-dia. Rosé retirou a carta da cesta que trouxe, lendo-a inúmeras vezes até que o papel ficasse amaçado. A Casa de Carin tinha dado noticia a Rosé depois de seu pedido de socorro desesperado perante a vida de Susan. Um representante seria enviado para encontrá-la fora do castelo. A Casa achava que cartas não seriam o bastante para resolver o problema. Ir até o castelo chamaria mais atenção ainda. Então foi exigido que, em troca da lealdade da princesa com a Casa, ela deveria ir até o Trago de Figo, uma das maiores tabernas da capital.

𝐑𝐨𝐬𝐚𝐬 𝐞 𝐋𝐨𝐛𝐨𝐬Where stories live. Discover now