🏆 Vencedor da 1ª edição do Concurso Best National Writes "BNW" em 1º lugar 🏆
Rosé de Moreau, princesa-herdeira do Reino de Anaclesia, à primeira vista, tem tudo o que deseja aos seus pés: vestidos luxuosos, riqueza e poder. No entanto, aquilo qu...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
· · • • • ✤ • • • · ·
Hoje meu dia está sendo cheio de boas notícias.
— Soldado Krys – o Major chamou um homem que estava de posto.
Ele sussurrou alguma coisa em seu ouvido. Mesmo após ser dispensado, o soldado se demorou um pouco mais no escritório, encarando a princesa com olhos assombrosos.
Um momento estranho de silêncio se prolongou. Ninguém sabia o que falar. As damas de companhia estavam de cabeça baixa espalhadas pela sala, reservadas em seu próprio mundo. Certamente, se fosse a General Ylva ali com ela, as duas estariam perdidas em meio a risos.
Enquanto divagava se deveria ter aceitado ou não o chá que lhe foi oferecido, a porta do escritório foi aberta. De lá, com passos pesados e silenciosos, o futuro alfa entrou com arrogância, como se o mundo fosse dele. Arfando, carregando uma bolsa de couro e uma capa dobrada, ele caminhou até o meio da sala.
— Aproxime-se, Mikaeel, nós não mordemos – brincou o Major Aldrich.
Rosé evitou fazer contato visual com ele. Por mais que não mostrasse isso fisicamente, as palavras duras de Mikaeel começaram a rondar sua cabeça outra vez.
— Vossa alteza real veio nos fazer uma visita hoje – o Major contou – Uma feliz coincidência, não acha?
A tensão começou a crescer no ar. Sob o olhar duro da princesa, o Major se apressou em suas palavras.
— Mikaeel será dispensado hoje, vossa alteza real. Suas missões foram encerradas. Agora, ele poderá servi-la corretamente.
A garota ergueu as sobrancelhas.
— Ele não foi expulso, princesa. Não se preocupe.
Lentamente, Rosé subiu o seu olhar até encontrar o de Mikaeel. O azul dos seus olhos queimava como chamas e o preto manchado parecia tão profundo quanto um poço. A maneira como agiria diante ele era incerta. Ignora-lo era quase impossível para ela, mas fingir que nada havia acontecido era pior.
Ela se manteve em silêncio por mais alguns segundos antes de se levantar. O motivo de sua visita não era diplomático. Não fora ali para formalizar sua relação com o exército ou impor sua influência sobre eles. Seu motivo era para conversar com a General Ylva, a qual era sua aliada. Ao crescer no castelo, ela soube que dentro daquelas paredes decoradas com ouro, as relações não eram feitas espontaneamente. Tudo tinha um proposito e era importante fazer aliados.
Assim, quando assumisse o trono, ela teria aqueles em quem confiar. E pensar que Mikaeel era uma dessas pessoas, estava lhe dando dor de barriga.
Quando se levantou, todos da sala se inclinaram um pouco, em sinal de respeito. Duas damas de companhia vieram em sua direção, uma puxando a cadeira enquanto a outra ajeitava o seu vestido, para que ficasse mais fácil de caminhar.
