·04· Culpa não é justa

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Depois de todo esse tempo?
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Lílian Evans
16/07/1978

Lílian desceu as escadas de sua casa naquela manhã animada, pronta para encontrar sua mãe sentada segurando sua costumeira xícara de chá conversando com seu pai sobre as notícias que ele lia no jornal que ocultava seu rosto. Petúnia não morava mais ali, o que fazia Lílian se sentir mais leve, sem o peso que sentia com a presença da irmã que fazia questão de deixar claro seu desgosto pela presença da outra.

--Bom dia.-- fala se sentando.

--Dia, querida.-- seu pai diz fechando o jornal.-- Planos para hoje?

--Almoço na casa do Tiago.

--Ah, então mais uma vez vai deixar eu e sua mãe almoçando sozinhos.

--Deixe de fazer drama, Ben.-- senhora Evans fala para o marido.--  Aproveite o almoço, Lils.

--E diga a Tiago que ele é bem vindo aqui.

--Pode deixar.

A ruiva tinha um sorriso grande no rosto, tinha trazido o Potter para um jantar com seus pais na primeira semana de férias, ele tinha tentado se mostrar confiante, falando que já se preparava para aquilo há anos, Tiago Fleamont Potter sendo ele. Porém dava para ver seu nervosismo e seu pai tinha tirado proveito daquilo, não era daqueles que mantinha qualquer pessoa do sexo masculino afastado das filhas, Ben confiava nas filhas e acima de tudo queria sua felicidade, fazia questão de conhecer os sujeitos e depois dava um conselho a elas, cabendo as próprias fazerem o que quisesse com eles, era assim que as coisas funcionavam. E também não era de fazer brincadeiras, mas o velho Evans não tinha resistido ao ver o nervoso genro, tinha se passado por um sogro ameaçador e difícil, perguntando as intenções do Potter que tinha soltado um clássico as melhores, garanto. Tinha perguntado suas pretensões para o futuro e quando Tiago dissera ser auror esbravejou se ele pretendia deixar sua doce filha viúva cedo.

A cara do Potter tinha sido impagável, o pai não resistiu e acabou rindo, dizendo que estava brincando com ele. O resto tinha sido tranquilo e divertido, Tiago relaxou, trocaram perguntas e respostas durante a noite, sua sogra contou de como não se surpreendera quando sua filha dissera estar namorando ele, já esperava por aquilo depois de escutar falar tanto dele por sua filha, coisas não muito boas, mas faladas tantas vezes que mostrava que havia mais do que aquela chateação de Lílian, o rosto da ruiva ficando quase da cor dos cabelos enquanto a mãe expunha aquilo. A noite rendeu boas risadas e no fim o conselho de sua pai tinha sido de que ela vivesse aquilo, era um amor tão palpável de ambos e ficava feliz por ela ter encontrado aquilo. Tão diferente do "Pense bem, Petúnia" dado a sua irmã anos atrás quando ela tinha vindo para um almoço com Válter.

--Como andam as coisas?-- sua mãe pergunta e ela sabia ao que se referia.

--Ruins, mas vamos dar um jeito.-- se esforça para passar confiança.

--Você tem 18 anos, querida, tanta coisa pela frente...-- a voz do pai embarga.-- Só se cuide, está bem?

--Sempre.-- garante.-- Então, algo de Túnia?-- pergunta para mudar de assunto.

--Telefonou, queria saber como eu e seu pai estamos.-- sua mãe conta.

--Mas não de mim.-- a ruiva solta.

--Ah querida, um dia sua irmã vai perceber...

--Não, não vai, pai. Mas está tudo bem, já me acostumei, de verdade.

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