·22· Maldição

46 10 2
                                    

····························································
Depois de todo esse tempo?
····························································

Helena Deutch
09/08/1978

Entre atendimentos dos diversos clientes que surgiam, a maioria em busca dos seus materiais escolares, houve lampejos de olhares para a porta da livraria. A dona daqueles olhos amaldiçoava a parte em si que se encontrava ansiosa, ou seja, amaldiçoava a si toda.

Mas havia aquela parte específica, aquela que vinha clamando por sua atenção constantemente e que constantemente ela vinha ignorando, aquela parte não estava amaldiçoando aquela ânsia. Amaldiçoava ela por ter se aberto para aquilo, o que levara aquela ansiedade que não devia existir, contudo era como se o que dever era tivesse se embaçado para ela desde que respondera a Régulus e seguir em frente era a única coisa que pudesse fazer.

Na verdade, mais corretamente seria quisesse fazer.

O pai já claramente cansado daquelas necessárias compras segurou o filho pelo ombros a um passo da criança puxar um exemplar da base de uma pilha que havia arrumada, o que a fez sentir um alívio imenso por evitar uma bagunça desnecessária e cansativa de arrumar.

--Oliver!-- ele fala em tom repreensor e irritado para o menino.

--Me desculpe.-- o tom dele entregava que não estava realmente arrependido, a tentação de ver o que aconteceria ainda parecia estar nele.

--Tudo bem, não aconteceu, não é? E já deve ter pego tudo necessário para o primeiro ano.-- ela diz simpaticamente, ocultando o fato de os estar dispensando dali antes que a tentação se tornasse maior que o temor da nova repreensão do pai e o menino puxasse de vez um dos exemplares.

Ela teria que falar com Brenda para desfazerem aquilo e evitarem uma bagunça causada por crianças curiosas e com inclinação para travessuras.

--Tudo certo.-- ele fala depois de checar a lista.-- Obrigado e me desculpe pelo quase desastre.

--Não se preocupe, crianças são assim mesmo.

A corvina não se lembrava de ser assim e poderia arriscar que a pessoa responsável pela sua ansiedade que tinha acabado de entrar também não.

--Boa tarde.-- cumprimentou ao chegar a ele depois do cliente anterior ter seguido ao balcão.

--Tarde.-- ele disse com os olhos acizentados atenciosos focados nela.

--O que deseja?

Uma sombra de sorriso parecia ter surgido com as palavras exatamente iguais a primeira vez que estivera ali, mas o sonserino a reprimiu antes que perdurasse ou evoluísse para um verdadeiro esticar de lábios.

--Livros escolares, último ano.-- ele fala retirando do bolso um pergaminho perfeitamente dobrado e o estendendo sem abri-lo.

--Ansioso?-- pergunta pegando o pergaminho, os dedos se roçando rapidamente com os dele e negar a sensação que sentiu com aquilo seria mentir.

--Pelo último ano? Um pouco.-- responde.-- Você ficou?

--Um pouco também.-- ela passou os olhos com atenção pela lista, seus passos começando a guia-la até o livro mais próximo, se guiar pelo espaço da Floreios já tinha se tornado tão natural que podia ir até ele com a atenção voltada para o Black sem se preocupar.-- Sua escolha é sobre o quê?

Ele parecia confuso, até o inclinar dela para a lista.

--Ah todo necessário para ingresso em direito ou política bruxa.-- responde.

A Deutch não estava nada surpresa com aquilo.

--Interressante.-- foi o que respondeu parando e pegando um exemplar, o estendendo para ele que ergueu rapidamente a sobrancelha como se soubesse que ela não estava sendo sincera.

Bem, em parte estava já que eram duas carreiras realmente interessantes, porém não era interessante quando tinham sido escolhidas com conformidade e não real querer.

--Você escolheu o que?-- ele perguntou depois que a maioria dos livros já estava em suas mãos.

--Medibruxaria.-- respondeu.

Ele lançou um olhar geral pelo espaço, estampando uma pergunta sobre como tinha se desviado até ali.

--Não é uma história interessante, só parei aqui quando vi.-- fala dando de ombros e posicionando o último livro na pilha que ele carregava.-- Lista completa, algo mais?

--Hoje não, obrigado.-- agradece, mas antes de seguir até o balcão permitiu um leve descongelar da máscara firme e fria que segurava, não havia como negar que Régulus Arcturus era belo, porém daquele jeito era como se uma mágica acontecesse e ele aparentasse uma beleza viva.-- Vou achar interessante.

Ela assentiu concordando que a história não interessante dela seria contada pelo espelho mais tarde e junto com o assentir ela deu um sorriso.

Não o simpático de vendedora, mas aquele que fazia aquela parte que vinha ignorando se contorcer ainda mais e implorar mais ainda por sua atenção.

✒✒

>Primeiramente, eu sei que é super chata a espera por capítulos novos, contudo meu pico de criatividade sumiu por um tempo e vou produzir o máximo que puder enquanto ele durar para compensar vocês que me incentivam demais a continuar💙💛💚❤

>Esse capítulo na verdade seria maior, porém resolvi dividir em dois para deixar esse encontro Régulus e Helena com um só deles.

>Votem😉✨

····························································
Sempre
····························································

(In)quebráveisWo Geschichten leben. Entdecke jetzt