25 Capítulo 🐺

3.3K 311 320
                                    







VINCENT













— Ela está mesmo segura? _Novamente o Rurik perguntou e eu o encarei com impaciência. Eu já respondi que sim. — Vincent, entenda. Ela é importante e eu me preocupo.

Como se somente ele se preocupasse com o bem estar da raposinha desaforada, abusada e indecisa.

O que eu faço não conta? Eu, basicamente esqueci de mim, de quem sou para cuidar da segurança dela, para acorda-la para a realidade, para ver coisas, ver faces, sentir confiança de novo, sair da bolha, se ver como é, abraçar a força que habita e ela esconde.

Falhei no processo? Sim, falhei.

Hoje, vejo que não devíamos ter chegado a tanto. Por mim tudo bem, eu gostei, foi prazeroso e eu repetiria a dose sem nenhum problema. Me despedi de quem amava e estou disposto a seguir em frente. Sou homem, quero um lar, quero uma família. Eu sinto falta de alguém na minha cama me esperando para dormimos agarradinhos. Queria tanto tudo o que sonhei com a Luna. Desejo tanto ter isso um dia. Engana-se quem pensa que o que quero para vida é essa merda que vivo. Eu quero mais. Muito mais.

Mas não adianta querer sozinho e não é de mim obrigar alguém a desejar o mesmo por mais que eu esteja curtindo a pessoa. Eu não seria tão egoísta e tolo.

O conflito agora está com a Rayka. Eu não sabia como sua cabeça estava desestruturado até vê-la me dá um tapa. Eu não devia ter exigido tanto dela, a moça não está pronta. Ela tem traumas de um relacionamento abusivo e tóxico. Deus! Olha o que ela fez por medo de ficar sozinha. Vejam o quanto ela já venceu.

É difícil para ela sair daquilo que viveu e se ver diante de um novo que poderia dá no mesmo, onde só ela foi a prejudicada. Pela minha criação e pelo homem que tenho como exemplo, eu jamais faria nada contra ela. Minhas intenções nunca seriam negativas. Morto. O Miguel estava morto. Mas ela continuava viva, ela ainda acreditava que podia vir a sofrer mais uma vez e não importava o que eu dissesse. Eu teria que provar que não com atitudes.

Quem sofre acha que o sofrimento vem de encontro a si em qualquer desentendimento que apareça. A cabeça sabota. Foi assim comigo quando a Luna morreu. Eu achei que nunca encontraria ninguém que eu pudesse me interessar.

E apareceu. Eu me interesso por ela de uma forma desmedida e escancarada. Sim, sem sombra de dúvidas a raposinha linda seria facilmente a mulher que eu gostaria de ir agarrar na cama depois de um dia exausto de trabalho.

Sinto que um sorriso atoa desprende dos meus lábios, enquanto estou com o olhar na movimentação das pessoas, mas não focando em nada em especial.

Rayka...

Ela estranha tudo. Os elogios que solto. As vezes em que apenas realmente a abracei. A vez em que ela pediu para parar e eu parei. A vez em que disse que não queria que eu a beijasse e quem fez isso foi ela, partiu dela. Eu devia ter percebido antes que devia ser mais prestativo a ela e que tudo em sua cabeça parecia uma espiral de desconfiança. Ela desconfiava que qualquer atitude minha para com ela não era real.

LUZ NAS TREVAS (3)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora