"JENNIE "

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Enquanto o som alto tocava em meu quarto eu me debruçava em frente ao espelho para terminar meu delineado, era quase impassível pra mim fazer um rabo de gatinho perfeito, mas não desistia, depois de um gloss e uma bagunçada no cabelo, ajeitei minha saia do uniforme de cheerleader, foi graças a dança  e as boas notas que consegui uma bolsa em uma das melhores escolas de Miami, eu me mantinha com as melhores notas, terminaria o ensino médio esse ano, conseguiria as melhores recomendações para a faculdade, juntaria uma grana e adeus vida de merda.

Sai do banheiro e amarrei meu tênis dei uma última olhada no espelho, estava tudo ok, peguei meu celular e desliguei a música, respondi uma mensagem de Thomas e mandei outra para Lola, ela era uma vadia baixa, mal nos falávamos na escola, mas a tia era dona de uma das maiores boates de Miami, e foi com ela que descolei um "emprego " na agência dela, eu era acompanhante de luxo para alguns ricaços na cidade, não era algo de que me orgulhava, mas era dinheiro rápido, não era obrigada a transar com ninguém, então fazia apenas o que eu queria e como queria.

Desci as escadas já ouvindo os resmungos daquele velho bêbado que eu chama de pai, depois que minha mãe foi embora, ele piorou passa vinte e quatro horas por dia bêbedo, eu tentei muito ajudar meu pai no início, mas cansei, é muito difícil querer ajudar quem não quer ser ajudado. Ele não é agressivo, pelo menos é um ponto positivo, fica se lamentando pelos cantos da casa e nem trabalha mais.

Entrei na cozinha afim de tomar um café, mas abrindo as portas dos armários não tinha nada, ainda tinha que lembrar de por comida em casa, por que todo o dinheiro que meu pai ganhava sabe Deus como ia para a bebida, suspirei cansada antes de me virar e ir para sala, passaria em algum lugar para comer antes da primeira aula, assim que me aproximei do cômodo vi meu pai mexendo em minha mochila, andei rápido em sua direção e tirei minhas coisas de suas mãos.

- O que tá fazendo pai? - perguntei guardando minha carteira, a sorte é que não ando com tanto dinheiro.

- Preciso de dinheiro filha, e eu sei que você tem, vejo você saindo a noite - fala e eu olho pra ele, estava bebendo como sempre, mal se aguenta em pé.

- Precisa de dinheiro pra beber mais? Por não arranja um emprego, segue a vida pai, a mamãe tá vivendo como rainha enquanto você aí se afundando - coloquei minha mochila em meu ombro - Eu vou pra escola vê se não sai pra beber, tô cansada de ficar pagando suas dividas.

- Você não pode me julgar, se não fosse por mim estava na rua, nem sua mãe quis ficar com você - eu me virei para olhar novamente pra ele, esse homem a minha frente um dia foi um bom pai.

- Você não é diferente dela, acha que só por que vivo em baixo desse teto devo alguma coisa a você? Eu só devo a mim mesma, por que se dependesse de você eu passava fome - falei vi quando arregalou os olhos.

- Isso não é verdade Jane, jamais permitia que minha filha passasse fome - ele levantou o dedo como uma exclamação enquanto vinha atrás de mim, eu revirei os olhos e dei as costas, não adianta discutir com bêbado.

Eu vivo em um bairro comum em Miami, meus pais antes de se separarem viviam bem, nunca fomos ricos, mas nunca nos faltou nada, a rua é bem tranquila, o bairro é bom, e bem familiar, eu acho um saco na verdade, não vejo a hora de sair desse lugar, pretendo me formar em uma boa faculdade, poder ganhar muito dinheiro, morar em umas dessas mansões a beira do mar, Thomas meu melhor amigo diz que sou muito ambiciosa, mas tenho que ser, não nasci em berço de ouro como ele que já é herdeiro de uma multinacional, tem uma família estável e um avô que faz todas as suas vontades, quem dera eu ter nascido com a bunda pra lua.

Peguei o ônibus escolar, era sempre um inferno encarar aquilo toda manhã, me sentava o mais longe possível, colocava meus fones de ouvido e tentava traçar meu futuro, olhei a mensagem de Lola, ela também era baby na agência da tia, era assim como nos chamavam por sermos mais novas, teríamos um serviço hoje a noite, era nesses encontros que eu me sentia livre, os homens e mulheres que me contratavam ficavam em minhas mãos podia fazer o que quisesse, eles sempre jogavam as minhas regras, as vezes era só acompanhante, uma ouvinte, alguns gostavam de me admirar, outros de exibir, só tinha transado com três caras desde que eu comecei, não era obrigada, mas quando tinha química por que não?

Ganhava bem mais por isso, no início me senti mal, nunca me imaginei como prostituta, e nem queria isso para mim, mas aos poucos fui vendo que não havia nada de mal, se eu fosse transar com qualquer garoto idiota da minha escola em um banheiro de uma festa, além de não gozar, não receberia nada, como baby era diferente, a maioria dos caras eram mais velhos, mais experientes, sabiam como te tocar, e no fim da noite ainda ganhava um boa grana.

Assim que desci do ônibus me encostei no muro da entrada vi de longe quando Thomas chegou no carro de uma das mães, o sortudo de uma figa além de nascer rico ainda tinhas duas mães muitos gostosa, ele sorriu pra mim assim que me viu, conheci o Thomy no primeiro ano, quando consegui minha bolsa nessa escola, ele foi o único que fez amizade comigo, a maioria das pessoas aqui eram filhinhos de papais e saber que eu era bolsista não agradou muito os engomadinhos, mas com o tempo as coisas foram mudando, me destaquei entre as aulas, entrei para as cheerleaders, aos poucos foram me respeitando e claro ser amiga de Thomas Park Kim Manoban te dava passe livre para ser popular.

- Chagou cedo hoje vadia - ele me deu um beijo na bochecha e sorriu - Ta afim de comer alguma coisa?.

- Sim, não tomei café - falei e ele me olhou preocupado, Thomy era um amor, ele era o único que sabia toda minha vida e as merdas que eu passava, e também sabia da minha vida secreta como baby, e achava o máximo - Não foi nada, só não quis comer em casa, e foi você que chegou tarde hoje...

- Fui buscar minha tia no aeroporto - falou entrelaçando o braço no meu - Ela é a verdeira tia rica do rolê, se você acha que sou rico, nem imagina ela - ele sorriu.

- Sério? Fiquei interessada - fiz um carinha sínica e mordi a ponta da unha - Será que ela não aceita ser minha mommy? - ele gargalhou.

- Você não presta garota, vem vamos logo tenho aula de química e tô sem saco para aturar aquela velha bruxa - saímos em direção a cafeteria no fim da rua, lá vivia cheio de alunos o tempo todo, até por o café da cantina era péssimo.






Hello pessoal, Jenjen vem com uma personalidade diferente dessa vez hein.

Já amo essa amizade dele com o Thomy...

 " BABY " ( JenSoo )Where stories live. Discover now