𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟔𝟗 🦋 BÁRBARA NÃO!

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Bárbara se encostou na janela do carro. Pelo reflexo do vidro eu podia a ver chorando.

Não soltei de sua mão nem por um minuto.

Eu tremia por dentro.

O sentimento de vê-la daquele jeito, é horrível. É incrível como tem algumas mágoas que são tão mais profundas do que imaginamos.

Passamos uma hora dentro do carro.

Realmente, ela estava muito longe de sua casa.

Estacionamos o carro e entramos em casa. Bárbara andou na frente, foi até o sofá mais próximo e se deitou ali, com o rosto virado para o sofá.

Tranquei a porta de entrada, coloquei minhas coisas na mesinha ao lado do sofá e me deitei atrás dela.

─ Sabe, eu sabia que se eu desistisse de ir embora, ia ficar esse clima entre a gente. – ela diz.

─ Que clima? – eu pergunto.

─ Esse clima pesado, que eu magicamente causo em tudo e todos. – ela diz.

─ Anjinho, não tem nada disso... – eu digo. – Eu estou quieto porque sei que se eu disser algo, eu vou gaguejar e tremer...

Ela riu fraco.

E pensar que por um total de nove minutos eu tive medo de nunca mais ouvir suas risadas.

─ Eu não queria te deixar triste. – ela diz com a voz embargada e baixa.

─ Babi, eu só estou assustado ainda. Foi um momento de muito, muito, muito medo. – eu digo. – Está tudo bem, não precisa ficar com medo de nada. Eu não estou triste com você, pelo contrário, estou feliz que você está comigo agora. Poderia ser bem pior...

Bárbara se virou de frente para mim, me encarando.

─ Eu te amo... – ela sussurra.

─ Também te amo anjinho. – eu digo.

Bárbara se aproximou e deixou um selinho em meus lábios.

Tive medo de nunca mais poder ter a presença dela aqui comigo.

Por um minuto, me passou pela cabeça:

Como eu estaria agora, se ela tivesse pulado?






{...}





Já eram 06:00h da manhã do domingo.

Já fazia duas horas que estavamos em casa.

Bárbara dormia, mas eu estava acordado.

Não consegui ter um pingo de sono.

Se ela continuasse naquela posição, teria dor no corpo pelo resto do dia.

Levantei devagar, e a peguei em meus braços suavemente.

Subi as escadas até o meu quarto e a coloquei em minha cama.

A cobri com o edredom, tirei os cabelos de seu rosto e beijei sua testa.

Caminhei até a porta, dei uma última olhada nela, e saí.

Desci as escadas e fui para a sala.

Fico agitado quando não consigo dormir, e não é justo eu atrapalhar o sono de Bárbara por isso.

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳Where stories live. Discover now